Salvador Dali - A Desintegração da Persistência da Memória - 1952/54
Que seria de nós se não conseguissemos ver doutra maneira, apesar da «frieza» e do racionalismo? Que seria de nós se não tivéssemos imagimação ou o sonho obrigatório ao menos enquanto dormimos? Porque fotografas, moça?.
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ver Paulo Bedaque - Quadros de Dalí
* Victor Nogueira
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Nas tuas deambulações nunca viste cadáveres mumificados? Eu já, vários, um deles na Sé de Braga. Todo o mundo é sempre composto de mudança, disse Camões noutro contexto.
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Olhei para a foto do faraó e pensei: tão feio! Mas posso imaginá-lo como seria, «reconstitui-lo» como agora se faz em computador, a partir duma caveira ou dum esqueleto. Isto em relação a quem não conhecemos, na realidade ou na imagem.
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Alguém da família tinha de ir assistir ao levantamento das ossadas do meu irmão e fui eu, como fui eu que fora identificá-lo à morgue. Mas o meu irmão não são aqueles ossos descarnados e com roupa meia desfeita, mas aquele que tenho na minha imaginação e no meu coração.
.Que seria de nós se não conseguissemos ver doutra maneira, apesar da «frieza» e do racionalismo? Que seria de nós se não tivéssemos imagimação ou o sonho obrigatório ao menos enquanto dormimos? Porque fotografas, moça?
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ver Paulo Bedaque - Quadros de Dalí
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2 comentários:
Eu sei o que é a persistência da memória.
Eu sei e muito bem o que são as recordações que nos ficam.
Tens muita razão nessa pergunta que me fazes, para que fotografo?
Bj
Já vi vários cadáveres mumificados em vários templos espalhados pelo Norte. Somente o primeiro me causou alguma aflição, algum desconforto.
Também já assisti a "coisas" como essa a que tiveste de assistir, relacionada com trasladação de restos mortais de familiares (vários);
Mas para mim, continuam vivos na sua essência; o corpo é somente uma casca a embrulhá-la e como perecível, não importa!
Bj
Maria Mamede
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