quarta-feira, 16 de junho de 2010

O Kant_O_XimPi fez 4 anos em 14 de Junho

 

 

DOIS MOMENTOS, DOIS RETRATOS

DOIS MOMENTOS, DOIS RETRATOS

1 . - Uma "manife" em Évora, num verão quente, nos idos de 1974

Ontem, no comício do PC, ali no Rossio de S.Brás, o Álvaro Cunhal falou na independência dos povos das colónias. (...) Ainda antes do Álvaro Cunhal falar o palco foi abaixo por duas vezes. Uma multidão imensa concentrava se em redor do palco, junto ao Monte Alentejano, agitando se inúmeras bandeiras vermelhas do PC. Em uníssono, a multidão repetia as palavras de ordem, de punho erguido.
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Detecto, junto a mim, um grupo que vai comentando ao sabor das intervenções. Quando se falam nas torturas sofridas pelo Cunhal e outro comunista, uma mulher ao meu lado diz me: "Coitadinho! Bandidos!" E a multidão grita: "Morte à PIDE!". Dois delegados dos Sindicatos Agrícolas (Évora e Beja) enumeram as quebras dos contratos colectivos de trabalho e o nome dos latifundiários. A multidão grita: "Morte aos cães!" "A terra a quem a trabalha!".
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Ao meu lado, algumas mulheres dizem: "É assim mesmo!" e "Essa sou eu!", quando se fala em ranchos despedidos. O Álvaro Cunhal cita as lutas revolucionárias dos trabalhadores alentejanos e a "palha" que os latifundiários teriam mandado dar aos trabalhadores que imploravam comida. E a revolta; que enquanto houvesse ovelhas, galinhas e porcos não comiam palha os trabalhadores!
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O Partido faz a sua campanha e no palco estão pessoas que já conheço de há muito. Por detrás delas, enormes, em fundo vermelho, as efígies de Marx, Engels e Lenine. A brancura de Évora é agora quebrada por cartazes do PC. Marx, Engels e Lenine enchem as ruas, conjuntamente com cartazes com a foice e o martelo. (1974.07.28)
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2. - Passa Camarada
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Na Voz do Operário ao chegar à porta para o pátio olhei por cima do ombro e vi o Álvaro e o seu guarda-costas e disse-lhe naturalmente: «Passa, camarada» ao que ele retorquiu " Passa tu, camarada, que chegaste primeiro» E assim ficámos lado a lado no pátio, numa lenta fila para o almoço, enquanto as pessoas vinham cumprimentá-lo ou apresentá-lo aos filhos de colo ou não.
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Foi uma hora divertida e tenho pena de não ter fixado por escrito as conversas, as impressões já desvanecidas e, sobretudo, os diálogos bem humorados com Dias Lourenço sobre as peripécias em torno das fugas de Peniche.
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Porquê Kant_O_XimPi

terça-feira, 8 de junho de 2010

Amália e as polémicas sobre o anti-fascismo


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MadameBateflay 22 de Janeiro de 2008 — Das várias gravações deste fado, para mim esta é fenomenal.Amália e só Amália (1)


NOTA VN - Durante o fascismo muita gente considerava Amália fascista, sendo por isso molestada  a seguir ao 25 de Abril de 1974. Contudo o seu compositor preferido - Alain Oulman, foi expulso de Portugal pela PIDE, enquanto ela cantava versos de poetas desafectos ao regime, como David Mourão Ferreira e, depois do 25 de Abril, convivesse abertamente com este último e com Ary dos Santos (militante do PCP), com Natália Correia (também desafecta do regime fascista, com Vinicius de Morais e outros poetas. Quando faleceu o Governo de então resolveu sepultá-la no panteão  do Mosteiro dos Jerónimos, ao lado de Alexandre Herculano, (escritor e historiador (século XIX)), Fernando Pessoa (poeta) - sec XX), Luís de Camões (poeta - séc XVI), D, Manuel I (rei - séc XV), Vasco da Gama (navegador e descobridor do caminho marítimo para a Índia - séc XV e XVI), D, João III (rei - sec XVI), D. Sebastião (rei - séc XVI), D Henrique (inquisidor, cardeal e rei - séc XVI), entre outros membros da realeza
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Então o escritor  comunista José Saramago e o então Secretário Geral do PCP, Carlos Carvalhas, fizeram declar4ações públicas sobre a ajuda de Amália, durante o fascismo, a presos políticos, incluindo os comunistas, com donativos em dinheiro. Foi um escândalo com a direita toda a  berrar e o Governo, dada a popularidade de Amália junto do povo,  resolveu sepultá-la no Panteão Nacional de Santa Engrácia,, ao lado dos Presidentes da República Teófilo Braga, Sidónio Pais (ambos da I República - 1910-1926 - tendo este último instaurado uma ditadura sendo assassinado), e Ósca  Carmona, (do regime fascista), dos escritores João de Deus (sec XIX), Almeida Garrett (sec XVIII) ne  Guerra Junqueiro (séc XIX),   e os monumentos evocativos de Luís de Camões (poeta - séc XVI), Pedro Alvares Cabral (navegador e descobridor do Brasil (sec XV e XVI), Afonso de Albuquerque (navegador e militar - sec XV e XVI), Nuno Alvares Pereira (fidalgo e militar - séc XIV), Vasco da Gama (navegador séc XV e XVI) , do Infante D. Henrique (príncipe real e impulsionador dos descobrimentos - sec XIV e XV), Aquilino Ribeiro (escritor - sec  XVIII e XX, presumivelmente implicado no assassinato do Rei D. Carlos I, em 1908) e o General Humberto Delgado (sec XX - assassinado pela PIDE a mando de Salazar, que na altura atribuiu o crime ao PCP)
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(1)
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Amália Rodrigues
Povo que lavas no rio - Letra (Lyrics)
(Joaquim Campos/Pedro Homem De Mello)
Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.

Fui ter à mesa redonda
Bebi em malga que me esconde
O beijo de mão em mão.
Era o vinho que me deste
A água pura, puro agreste
Mas a tua vida não.

Aromas de luz e de lama
Dormi com eles na cama
Tive a mesma condição.
Povo, povo, eu te pertenço
Deste-me alturas de incenso,
Mas a tua vida não.

Povo que lavas no rio
E talhas com o teu machado
As tábuas do meu caixão.
Pode haver quem te defenda
Quem compre o teu chão sagrado
Mas a tua vida não.




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http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=29709256
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domingo, 6 de junho de 2010

Eu paguei a Hitler - Fritz thyssen

* Victor Nogueira
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Um livro da Editorial  Século, onde o autor confessa a sua desilusão pelo ragime nacional socialista, do qual se teria afastado sobretudo após a noite de cristal e a invasão da Polonia, em 1939

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Crimes do franquismo

* Victor Nogueira
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Bem, em Portugal também os crimes do fascismo, incluindo a PVDE/PIDE/DGS, e das organizações bombistas post 25 de Abril nunca foram devidamente investigados. Não houve uma ditadura mas um regime autoritário português suave e do conluio entre os fascistas e certos pais da demo-cracia, incluindo militares, justificam  muitas nebulosidades e cia. Agora, a propósito da estória coordenada por Rui Ramos, até descobriram que só terá havido uns 30 mortos, no Portugal de Minho a Timor!
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E no 150º aniversário da implantação da República e 37 º da branda Revolução dos Cravos duas luminárias do PS, Venda e Carneiro, querem abolir o feriado do 5 de Outubro, criar o dia da Família e tornar móveis datas como o 1º de Maio e o 25 de  Abril!
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Guerra Civil Espanhola
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http://botaacima.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_11.html
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Galeria Fotográfica
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