sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Á conversa com ... (2)

a Maria e o Manel
. * Victor Nogueira


Olá
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Há duas Felgueira, uma é uma povoação descaracterizada, outra o apelido duma certa Fátima, que andou fugida, foi expulsa do Partido dela que no entanto mantêm conscientemente no PODER gente fo mesmo calibre, Houve outro partido gémeo cujo secretário geral tentou correr com os corruptos e acabou por ser corrido por ... um autarca, Pois o Povão re-elegeu a dita Felgueiras, apesar de saber dos crimes graves de que estava e está indiciada. Personnagem chico-esperta que de repente «empobreceu», como outro reeleito em Oeiras, tb como independente,, estando o povão a pagar com o dinheiro que não é da Felgueiras mas sim de Felgueiras, a defesa dela e seus próximos em Tribunal.
Sim, os jornais falam deste e doutros personagens, mas não de muito que anonimamente e sem constar das agêndas noticiosas pelos «critérios jornalísticos», nome que antigamente se chamava censura e depois exame prévio.
Há também uma outra Fátima, cujos SENHORES também enriquecem escandalosamente, em muito maior escala, sobretudo à custa dos mais ou menos pobres, graças ao obscurantismo ou allienação em que são mantidos para que não vejam a VERDADE. Mas o seu inspirador há muito morreu e Lázaro passou a ser perseguido, talvez por ter dado guarida ao seu corpo morto e ter permitido a sua «ressurreição» ao terceiro dia. Mas depois o tal Emanuel subiu aos céus, donde não regressou para correr à chibatada com os vendilhões do tempo e destruir os bezerros de ouro. Mas das sementes lançadas à terra nascerá um dia a verdade e uma outra humanidade.
Bjo grande
Victor Manuel

Greve Geral da Administração Pública


quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Greve Geral da Administração Pública


A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública convocou para o próximo dia 30 de Novembro, uma greve geral e nacional de trabalhadores da Administração Pública, para exigir melhores salários, uma verdadeira negociação das condições de trabalho e contrariar a destruição dos Serviços Públicos.

Deste modo, a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública e os Sindicatos da Função Pública do Norte, do Centro, do Sul e Açores e dos Consulados e Missões Diplomáticas iniciaram já o processo de mobilização dos trabalhadores que representam para a participação nesta nova jornada de luta.

Numa altura em que o Governo se mostra intransigente no que toca aos aumentos salariais, tentando impôr percentagens que confirmam a perda de poder de compra já registada em anos anteriores; numa altura em que se perspectiva a entrada em vigor de um novo sistema de avaliação de desempenho que é apenas e só um instrumento de coacção dos trabalhadores; numa altura em que se prepara a destruição do vínculo público e dos sistemas de carreiras e de remunerações, a luta dos trabalhadores da Administração Pública é determinante.
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STAL e STML em Greve também
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Ver poema em José Afonso - Venham mais cinco


Em conversa com os meus botões (5) - os filhotes e a escrita


* Victor Nogueira
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O Rui escreve muito bem, muito melhor que eu, que sou menos dado à efabulação. Há textos dele no meu Kant_O, no marcador Colaboração d’Outrem, conjuntamente com outros amigos meus. Procurem lá e encontram dois contos e um conjunto de poemas. Pedi-lhe colaboração, mas ele diz que só tem contos incompletos e poesia escrita em inglês. Não há meio de me enviar um conto que escreveu a meias com o meio irmão Jorge (ilustrador), cheio de movimento e graça. Outra faceta que tinha e não desenvolveu depois do meu divórcio é a de ilustrador, com desenhos cheios de vida e movimento Por vezes desafia-me para apresentarmos contos a concurso e respondo-lhe na brincadeira que se eu concorrer ele perde, mas responde-me sempre que não faz mal, pois fica contente à mesma se for eu a ganhar.
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A Susana tb escreve muito bem, mas «abandonou» as escritas. Dela encontra-se tb um texto no mesmo local, escrito salvo erro aos 8 anos.
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Eu acho que o Rui devia dar outro rumo ao blog dele, mas ele quer assim e o blog é dele e não meu. Se calhar eu é que sou cota, embora ele saiba escrever textos «non sense» de maior qualidade.
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Conheça os textos em;

Susana

O ratinho e o seu desejo

http://kantoximpi.blogspot.com/2007/05/blog-post_24.html

Rui Pedro

Poemas

http://kantoximpi.blogspot.com/2007/05/poesia.html

Uma manhã de Dezembro

http://kantoximpi.blogspot.com/2007/05/i-uma-manh-de-dezembro-sou-um-fracasso.html

No leito da vida: uma tragédia em dois actos

http://kantoximpi.blogspot.com/2007/05/no-leito-da-vida-uma-tragdia-em-dois.html

http://osabordolhar.blogspot.com/2007/08/no-leito-da-vida-uma-tragdia-em-dois.html

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Em conversa com os meus botões (4) - As «Esmeraldas». os «Pedros» e as «Joaninhas» deste mundo


Clicar no mapa para ver melhor








* Victor Nogueira
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Até onde sei, Esmeralda foi fruto duma relação ocasional de Baltazar com a mãe dela. Baltazar terá pedido o teste da paternidade para confirmá-lo e a partir daí, ainda a criança tinha meses, ter-se-à visto impossibilitado de viver com a filha devido à posição dos pais adoptivos, que o não são, pois mal trataram o assunto.
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Por isso chegámos a este ponto e perguntamos «quem é o mau da fita». É que parece que os «bons» são os que agiram mal não adoptando a criança se tal fosse possível. E levanta-se um problema: as habilidades dos pais adoptivos a serem positivamente sancionadas poderiam levar à venda ou entrega por mães carenciadas, mais ou menos livremente, de crianças. quando não ao tráfico das mesmas.
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Mais do que discutir a bondade da decisão judicial, é proteger as crianças de habilidades, e prevenir e clarificar as regras do jogo. E sobretudo questionar este modelo de sociedade, que gera a fome, a miséria e a doença para milhões de seres humanos, que merecem tanto respeito como as «crianças»
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Se estou enganado, o debate poderá ser aberto.

Em Conversa com os meus botões (3) - Fotografia


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* Victor Nogueira

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Galeria & Photomaton esteve para ser uma galeria de fotógrafos mais ou menos conhecidos, para além de funcionar como expositor das minhas. Como a revelação a p.b. é praticamente inexistente, restaram as coloridas, mas como não estou posso gastar rios de dinheiro para conseguir «aquela» foto, e como continuo a usar as velhas reflex que são comandadas pelo fotógrafo e não automatizadas ou dependentes da (des)carga da pilha eléctrica, ou sai bem à primeira ou não sai. E só sei depois do rolo ser «comercialmente revelado. Um dia destes tenho mesmo de «adoptar» uma reflex digitalizada mas que me garanta «autonomia»

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Há muitos fotógrafos do preto e branco. Mas o preto e branco, que eu prefiro ao colorido por mais expressivo, está fora de moda; o que dá comercialmente, negócio da china, é o colorido. Claro que o colorido também tem interesse, quer pelo abstractionismo ou pormenor do jogo das cores, quer para fotografar o nascer e pôr do sol, por exemplo.
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Mas a vida tem de tudo, o preto, o branco, as três cores básicas e as infindas variações que resultam da sua mistura. Gosto do Sebastião Salgado, Dorothea Lange, Lewis Hine, Lourdes Grzybowski, Capra, Eustachy Kossakowski, isto é, aquilo que chamaria fotógrafos «sociais» (o que não é o mesmo que «da sociedade), sem esquecer outros menos trágicos, como Ahmed Sirry, Joshua Benoliel, Eduardo Gageiro, Augusto Cabrita, Marc Ferrez ...
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Fotografia - Augusto Cabrita - Velho do Pedrógão - 1960
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voltar para

Galeria & Photomaton

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Se quiser saber mais ver :

Fotografia - Wikipédia

Photography - Wikipedia, the free encyclopedia

Le Monde diplomatique Brasil: A decadência do fotojornalismo


Em conversa com os meus botões (2) - Dos Poetas e Poetisas

* Victor Nogueira
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O amor é importante, mas quando ele não existe, vamos vivendo amputados, embora muitos sem consciência disso ou talvez com um conceito errado de amor, que tem muitas vertentes ou perspectivas ou «objectos» Não sei se os poetas precisam de amor, embora Pessoa tivesse escrito que «o poeta é um fingidor ...» Também contam que os palhaços também podem ser fingidores, pois fazem rir mesmo que estejam com a morte na alma, sem que o público disso se aperceba. Há um filme, Luzes da Ribalta, com Chaplin e Buster Keaton em que este morre enquanto o público ri às gargalhadas, não se apercebendo que aquela morte «fora» real.
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Quanto às ilhas vulcânicas, será que os poetas precisam delas?
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Aliás, talvez haja ilhas vulcânicas de entranhas «adormecidas» menos perigosas que aparentemente calmas terras continentais em zonas de alto risco sísmico. Mas ... se fossemos ter isso em conta Portugal seria um deserto a Sul do Rio Douro.
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Alguém quer ou sabe responder?

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Sobre Limelight ver

FILMES - Luzes da Ribalta

CinePt: LUZES DA RIBALTA (Limelight) - 1952


Em conversa com .... (1)

* Victor Nogueira

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Caro Henrique

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Nada percebo de programação, vou aprendendo com os erros. Depois lhe falarei do modo de colocar os links.

OK, poderei fazer «publicidade» da Travessa do Ferreira, acrescentando o seu pedido de colaboração. Mas, tendo em conta os diferentes pontos de vista que temos por exemplo quanto ao PS e à gestão do Sócrates, não vejo como publicaria textos ou análises políticas como as que escrevo. E a inversa também é verdade Mas seguramente que haverá outras áreas menos controversas

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Não percebi aquela alínea da legendagem. Quer explicitar melhor? Remeto um artigo meu sobre a net, Comunicar e Intervir nos Blogs , onde espero encontre algo que lhe seja útil, como as "maneiras" de dar visibilibilidade e dinheiro, dizem, consoante o nº de visitantes. VN


Viva, Pessoal

Aqui há dias nas minhas deambulações pela net dei de caras com um texto sobre a guerra colonial, escrito por alguém que lá andou. Fui em busca do nome do autor e achei a Travessa do Ferreira, Deambulei pelo blog e nele encontrei pontos comuns e também alguma matéria para discussão, por diferentes visões para análise da realidade contemporânea. Chegámos à fala e pede-me o Antunes Ferreira, ou Henrique, que aos meus amigos dê conhecimento do seu blog, que podem visitar e apreciar e, se quiserem, colaborar ou argumentar/comentar.

Espero que ele tenha mais sorte que eu quanto a visitas e comentários, neste caso ao blog dele, embora vos não fique mal passarem também pelo meu, que como sabem é o Kant_O_XimPi [hoje já deu origem a mais 6 blogs - 2007.11.27]

E pronto. A minha visita está feita e o duplo convite também.

Um abraço do

Victor Manuel

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NOTA - Encontram dispersos pelos meus blogs textos do Antunes Ferreira:

em Ao Sabor do Olhar

Grades e Copos

SOMBRA DA GUERRA COLONIAL - Carne Fresca

ainda sobre o Rimance da Biblioteca Municipal

SOMBRA DA GUERRA COLONIAL - Sanfona dum raio

Da Travessa do Ferreira ...

Convívio das Quadras (9)


no Kant_O_XimPi:
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O Rio e a Sorte

O Cunhama ai ué

Boca Calada

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Em conversa com os meus botões (1) - PAZ





* Victor Nogueira

Não faz qualquer sentido, após a minha constatação, referires no teu blog ou comentares o meu comentário, que «elogiosamente» dizes agora ser um «trabalho de sapa». Do seu valor, estou eu consciente, mas como é habitual na blogosfera, a maior parte dos olhares estão voltados para o editor do blog. O meu comentário está ali muito bem sentadinho: quem o leu, leu, quem não o leu, não leu. Quem leu, se estiver interessado, procura os textos e os blogs se quiser. Se não quiser, não quer.
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Sem qualquer intuito polémico, se quiseres passa por Fui como ervas e não me arrancaram (18) - Porque estou na blogosfera


Salaam ou Shalom



NOTA - "Salaam" (in green) and "Shalom" (in blue) mean "Peace" in Arabic and Hebrew respectively and often represent a peace symbol.

Do rio que tudo arrasta ... (5) - Sobre a violência em geral e sobre a Mulher em particular


* Victor Nogueira

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Em 25 de Novembro de 1975 em Portugal morreu a «Revolução dos Cravos». Mas 25 de Novembro é também um dia especial, como muitos outros que há durante o ano, preenchendo o calendário, uns adulterados pelo mercado capitalista, outros para alívio das consciências e que passam desapercebidos. 25 de Novembro é também o Dia Mundial Contra a Violência de Género.

Se passarem pelo Kant_O XimPi verão na faixa dos marcadores um sobre a «Mulher». Basta clicarem e mesmo assim não verão todos os posts que naquele se referem a este tema. Para além disso, sobre a violência escrevi um texto que está em «Mu(n)do Phonographo» com o título «Do Rio que tudo arrasta ... (4) - Da violência ......», no Sábado, 24 de Novembro de 2007.

No dia seguinte, publiquei em «Galeria & Photomaton» uma sequência de imagens com o título «Contra a violência ! (1)», atendendo a uma sugestão do blog São.

No dia 26 de Novembro em « Ao es(co)rrer da pena e do olhar » coloquei o post Da Violência e do Género, escrito por mim, idêntico ao que atrás referi em Mu(n)do Phonographo. O mesmo texto fora reproduzido a 24 de Novembro em «Ao Sabor do Olhar» com o título A violência do Género

Mas se repararem de novo na badana lateral UTILIDADES, no Kant_O, verão hiperligações para



A seguir, em Cultura, História, Informação, Natureza e Política há outras hiperligações:



Independentemente do «dia». o meu combate é quotidiano, real e solidário, embora «silencioso», mas aberto para quem tiver olhos e vontade para ver.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Para que a memória não esqueça (2) - A Crise dos Finalistas



* Victor Nogueira

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Carta a ....

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NOTA INTRODUTÓRIA

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No verão de 1996 resolvi não ir de férias. Nesse ano não tinha companhia nem dinheiro e não me apetecia ir para o Mindelo. "Fechado" em Setúbal, resolvi escrever um livro de viagens a partir dos meus postais ilustrados que reavera, escritos sobretudo para casa em Luanda ou para a mãe do Rui e da Susana. Finda esta tarefa, o tempo ainda disponível levou‑me a ler as cartas que reavera ou estavam em computador e rascunhos ou "abandonos" de outras para recolher mais material, quer para o livro de viagens, quer para outros, com diferente temática.

Depois, qual trabalho de Sísifo ou pena de Prometeu, a tarefa foi-se desenvolvendo, pois havia terras onde estivera e que não figuravam na minha produção epistolar. Vai daí, passei a pente fino as minhas fotografias e vários recortes, folhetos e livros de "viagens", para relembrar e assim escrever novas notas. Deste modo o meu "livro" foi crescendo, página sobre página. Pelas minhas fotografias descobri terras onde estivera e juraria a pés juntos que não, mas doutras apenas o nome figura na minha memória; o nome e nada mais. Disso dou por vezes conta nas linhas seguintes.

Mas não tendo sido os deuses do Olimpo a impor‑me este trabalho, é chegada a hora de lhe por termo. Doutras viagens darão conta edições refundidas ou novos livros, se para tal houver tempo e paciência.

in - Apontamentos de viagem e DA VIDA QUOTIDIANA

Os textos epistolares deram origem a vários «livros», uns já trabalhados, como aquele a que se refere o anterior prefácio, e outros ainda em bruto, como o que se intitula «Os dias da (pré)Revolução». [1] Mas os «meus» livros não são tratados de ciência política nem memórias (com)sequentes daquele tempo, antes recolha fragmentada e reordenada das cartas que escrevi, sobretudo para casa e para a Celeste. Naquele tempo escrevia muito. Quase todos os dias para a Celeste e todas as semanas para casa e para muitos amigos e amigas, nos intervalos ou fragmentos de tempo entre as aulas, a política, a associação dos estudantes, o estudo, o café, o quarto, o cinema e as sessões culturais, a piscina no Verão e as viagens. E as cartas eram escritas ao sabor do tempo, não temáticas, e apenas o corte e cola permite organizar «borrões», uns já mais trabalhados que outros, que talvez não dêem origem a qualquer obra que não tenha uma circulação muito restrita.

As reticências não são censura, apenas omissão na transcrição de pedaços de texto desnecessários. Quanto ao meu «dever», terás de esperar por «disposição» para escrever as memórias daquele tempo; tirando o livro que os jesuítas publicaram na sequência do encerramento post 25 de Abril do ISESE, restam as memórias que um dia pensei recolher de «outrens», mas onde estão eles? As histórias, dispersas, cada vez mais perdidas nas brumas dos tempos e da memória, e uma parte dos arquivos da AE, está comigo e não sei a quem entregar. A outra parte ficou salvo erro com B. C., de quem nunca mais soube.

Pois é, da única escola de sociologia anterior ao 25 de Abril, para formar quadros capitalistas, não se fala, morreu! Para a História o verbo é o ISCSTE, mas era em Évora, antes do verbo aparecer e se impor, que se podia dissertar livremente sobre o materialismo dialético (em História das Teorias Políticas e em Teorias Sociológicas) e onde se dava a economia marxista com a mais valia travestidada de DELTA (donde vem este delta, perguntava teatral o Armando Nogueira nas aulas de Economia II) e Sociologia Urbana numa perspectiva marxista, por um jesuíta basco.

É assim a vida, pá! Tu dirigente bancário e eu técnico emprateleirado desde vai para 20 anos! Ambos no remanso.

É verdade que apareces pouco nos meus textos de então, talvez porque não fizesses vida de café como eu, o Camilo, o Carlos e alguns outros. Mas se vivi em Évora, tal como aqueles, tu fazes parte da minha vida e das minhas memórias, nas lutas que travámos, sobretudo na Associação de Estudantes, e na amizade que por ti tenho, apesar da distância e do afastamento. Daquele tempos restam apenas tu e o Carlos P. E a Emília, dos dois anos em que estive em Económicas, em Lisboa.

E quanto ao teu processo disciplinar, estarias acompanhado, caso não nos valesse, se necessário, a Isabel Pimentel, [2] sobrinha do Conde de Vilalva, que estava solidária connosco na Direcção da AE. Nesse conturbado tempo o «Ginja» sj nas aulas clamava em vão que ou os estudantes demitiam a Direcção da AE ou eles a demitiam, enquanto o Pe. Borges sj entendia o “Bisturi” não como instrumento de dissecação/análise mas como instrumento de destruição Ainda tenho para aí alguns exemplares do «nosso» jornal, que ainda hoje me parece bem feito e muito violento, apesar da sua «delicadeza». Pois é, mas o V. G. era o aterrorizado Presidente da Assembleia Geral da AE e lá lhe fomos dizendo - tu e eu - como deveria fazer para nos livrarmos da expulsão, embora tenha dúvidas que os jesuítas estivessem interessados em «ondas». E lá ficou o aterrorizado G, com os louros, os outros dizendo: «Ah! Que inteligente que foi o G., conseguiu sanar tudo»!

Deixo-te as notas dispersas, ainda não trabalhadas definitivamente, duma parte do meu «livro de viagens e da vida quotidiana», que intitulei «Évoraburgomedieval». Algumas passagens já constavam do mail que deu origem aos teus comentários.

E já que estás no remanso, podes começar a completar as memórias daquele tempo.

Um abraço

VN

Setúbal, 2 Setembro 2005


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[1] - Outros são os Retratos, Ao Correr da Pena, Artes, para além de Viagens. Também há os trabalhos académicos, Estudos, Os Textos de Intervenção Política e Social, para além das Cartas do Epistolário Especial e os Textos Profissionais. Ah! e as Fotografias. Quando eu morrer irá tudo para o lixo. Não haverá arcas, como a do Pessoa!
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[2] - ver

Retratos (4) - A Belocas

domingo, 25 de novembro de 2007

O que é isto?


Pensas que sabes ?! Saberás ? ! Entra nesta PORTA e vê se encontras a resposta certa ! Depois deixa, neste post que estás a ver, a tua resposta ou o teu comentário.
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A interrogação/equação tem pelo menos duas respostas! Quer encontres ou não, regressa a este post e deixa a(s) tua(s) resposta(s) e o teu comentário! Há sempre pelo menos uma resposta, mesmo que não seja a solução!
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Voltarei mais tarde !
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Enquanto pensam, em 2º plano, passem por
Ao (es)correr da pena e do olhar
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ou conheçam as multifacetas de
NIPPER E A VOZ DO DONO

sábado, 24 de novembro de 2007

«Pela Paz. Sempre!"






* Victor Nogueira
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1. - Sempre? E o que é a Paz, pergunto a QuerubimPeregrino ou a quem quiser esclarecer-me? Na Roma imperial também havia Paz, a paz dos cemitérios. E para defender ou alcançar a Paz é necessário, mesmo a contra-gosto, usar a violência, a guerra e a força das armas. Gandhi foi um caso raro, efémero, os seguidores de Cristo abastardaram as palavras do que dizem ser o «Mestre» e Luther King não abalou a longa lista de marionetas que governam o impropriamente chamado país da Liberdade e da «Democracia», na realidade um sistema miserável miserável que estende os seus tentáculos para subjugar povos inteiros, substituir a diversidade de Culturas pelo Pensamento Único ...
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E voltando a Cristo, defensor da Paz, não foi Ele que disse que o Pai o havia enviado para fazer a guerra e não foi Cristo que à chibatada expulsou os vendilhões do Templo? E na sequência dos/descobrimentos/(des)encontros de culturas os «civilizados» europeus responderem violentamente ao pacifismo dos povos «selvagens/primitivos/pagãos» que os receberam de braços abertos.
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2. - Como desaprendi a poesia, fica um olá, como os da banda desenhada, com o «balão» rodeado de florinhas. Sim que na banda desenhada as estrelas são negras e resultam dumas traulitadas. É como na linguagem popular, ficou a ver as estrelas, isto é, ficou sem nada dizer, ficou lesionado. Vejam lá a riqueza do idioma ou lingua portuguesa, especialmente para quem seja «malabarista do verbo bordejando a chama». Inspirado por um post - AS ESTRELAS!!! - colocado em Estrela no Céu
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3. - E já agora, deambulem, se quiserem, por
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As onomatopeias #1 ( BD Onomatopeias Batman Vaillant Gaston ...)

Lições de BD

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Ilustrações

- As constelações e os signos do zodíaco

- Tira de onomatopeias em BD

- Cartoon - Nico

- Cartoon - J. Francis

- Pomba da Paz - desenho de Picasso

Do Rio que tudo arrasta ... (4) - Da violência .....



Victor Nogueira disse...
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Recebi ontem uma visita da São , do blog homónimo, remetendo-me para o post VIOLÊNCIA DE GÉNERO
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É um blog que toma partido e por isso merece uma visita por parte de todos aqueles que amam a Paz, a Liberdade, a Igualdade, a Democracia, em todas as suas vertentes, e a Solidariedade.
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Relativamente ao POST acima citado coloquei o seguinte comentário bastante esquemático, hierarquizado na medida do tempo disponível:
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«1º - a violência dos detentores dos meios de produção sobre os não proprietários «livres»
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2ª - a violência por aqueles exercida através de todos os meios para manter os oprimidos/as alienados da sua força, condicionando a sua consciência através dos órgãos de comunicação as Igrejas, os jornais, a rádio, a TV, a internet e por aí fora)e, em última instância, através de outros meios de repressão, como as leis ou costumes, os tribunais e a polícia, com ou sem brutais cargas policiais (ou o emprego/desemprego/precariedade/trabalho temporário, à hora ou à peça).
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3º - A extrema violência que são a guerra, a concorrência, o individualismo, o isolamento das causas reais (de que esta guerra de sexos é exemplar) e o «isolamento» entre as pessoas e as visões parcelares.
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4 º - A violência extrema iniciada pela Europa mas depois prosseguida por outros [Portugal, Espaanha, Holanda, Reino Unido, França, Itália, Alemanha, Bélgica, EUA) com os «descobrimentos/«encontros de culturas» sobre a maioria dos povos das Américas Central e do Sul, de África e da Ásia, após destruírem as suas economias para impor as relações de mercado capitalista, baseadas nas trocas desiguais e numa dívida externa galopante, não esquecendo que o «mercado» é muito anterior ao aparecimento do «mercado capitalista» e a manta de retalhos que foram os Mapas Côr de Rosa e da Conferência de Berlim.
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5º - A violência «fomentada» a coberto da xenofobia e do racismo, para dividir povos e trabalhadores com o fim de esconder as verdadeiras intenções bem como a rapacidade e desumanidade dos/as Senhores/as da Terra.
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6º - A violência anterior é exercida, total ou parcialmente, sobre homens, mulheres, crianças e velhos/as, em todo o mundo e em todas as classes sociais.
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7º - Reduzir a causa da violência sobre outros seres a motivações de âmbito psíquico é ver a árvore e não a floresta.
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8 º - A violência doméstica não se reduz àquela do homem sobre a mulher nem apenas ao seu aspecto físico. Há tb a violência psicológica e dentro da família também a da mulher sobre o homem e de um deles ou de ambos sobre as crianças e destas, que não são o bom selvagem nem anjinhos de asas brancas, sobre os adultos, incluindos pais e sobretudo as mulheres (mães/irmãs).
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9. º - Nos locais de trabalho há tb outra forma de violência, o assédio sexual, que assume um aspecto mais gravoso para com as mulheres, mas que, em menor escala também é praticado por mulheres sobre homens.
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10 º - Ainda hoje quem educa as crianças são as mulheres, no sentido duma aparente «submissão» delas para controlarem o «homem» E por aqui me fico, por hoje.
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Síntese - sou contra a violência, mas não sou contra a violència para acabar com aquela necessária para liquidar as que acima referi.
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Tal como a burguesia então revolucionária proclamava noutro contexto, em França em 1789/1793: «só não há liberdade para os inimigos da liberdade». E sobre o conceito e o conteúdo da Liberdade, muito se poderia explanar .
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Os meus blogs pretender ser quotidianamente e no seu conjunto o meu testemunho da minha luta pela liberdade, pela igualdade, pela solidariedade, pela paz e pela justiça no Mundo. Quotidianamente os meus blogs defendem uma outra sociedade mas, curiosamente, aqueles em que tal assume o principal aspecto, são ignorados e muito pouco comentados.
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Refiro-me principalmente ao Kant_O XimPi e ao D'ali e D'aqui . Eles são, todos os dias, o 25 de Novembro (data que pôs termo aos sonhos que a «populaça» depositou na «Revolução dos Cravos» e que tu propões.
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Na badana lateral direita do Kant_O estão entre muitos outros, alguns blogs que lutam por uma outra sociedade. Curiosamente, não têm frequências elevadas nem comentadores diversificados. O que poderia ser um outro motivo de reflexão.
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Mas para ser solidário e contra a violência doméstica - a única referida pelos/as comentadores/as anteriores, eu colocarei um post sobre o que sugeres, com este meu texto.
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Victor Manuel
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Mesmo que este tivesse sido o 1º comentário ao teu post, muitos poucos dos comentadores seguintes nele reparariam. É a BLOGOSFERA.
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E pela iniciativa da São, deixo-vos esta AUDIÇÃO MUSICAL que retirei do seu blog.


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shmarket

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Do rio que tudo arrasta ... (3) - Sapatos Vermelhos: Não foi bem assim ...





Nota (1)
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* Victor Nogueira.
O Instituto Superior Económico e Social de Évora, era a única escola de ensino superior reconhecida pelo Governo anterior ao 25 de Abril, conjuntamente com a Faculdade de Teologia em Braga. O ISESE era uma escola subsidiada pela Fundação Eugénio de Almeida e destinada a formar quadros superiores sobretudo para as empresas capitalistas e para a Administração Pública. No 1º caso nas áreas de gestão económico-financeira e social, no segundo essencialmente nesta e na investigação e acção sociais. A população discente era formada por filhos de grandes capitalistas como Champalimaud, de filhos de latifundiários, de alentejanos que não tinham posses para estudar em Lisboa, de raparigas que deste modo não se perderiam nas «loucuras» e nas noitadas das outras Academias, e por ex-seminaristas. além duma meia dúzia que sabia ao que ia: estudar sociologia, já que o ISCSPU [Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, da Universidade Técnica de Lisboa] não lhes merecia «confiança», pela sua notória ligação ao regime colonial fascista. Através do ISESE a Companhia de Jesus aguardava a oportunidade de «ressuscitar» a sua Universidade de Évora, que havia sido extinta pelo Marquês de Pombal com a expulsão dos Jesuítas, no século XVIII.
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A  Associação de Estudantes era pacífica, até que de 1968 a 1971 passou a ser gerida por Direcções mais contestatárias. Havia as funções tradicionais (de que se destacam a Junta dos Delegados de Curso, a Secção de Folhas, sustentáculo financeiro da Associação). Mas estas 3 direcções anuais deram um outro outro uso ao placard da Associação, passando a afixar nele recortes de jornais ou revistas que davam outra perspectiva política aos estudantes. Aliás, creio que era a única Escola na altura em que se estudavam as teorias marxistas, em várias cadeiras, todas controladas pelos Jesuítas, se estudava a economia marxista com a mais-valia travestida de «delta» e em cuja biblioteca era possível consultar livremente as obras marxistas ou dissertar livremente em História das Teorias Políticas, em História da Sociologia ou mesmo em Sociologia do Desenvolvimento, p. exemplo. E em Sociologia, embora se preferise Max Weber e as teorias da Estratificação Social, também se falava da teoria marxista das classes sociais.
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Uma vez o Director do ISESE, Pe. Craveiro da Silva, s.j. quando eu estava afixando notícias no placard da AE, pôs-me a mão no ombro e disse: «Victor, acho bem que ponham essas notícias mas por uma questão de equilíbrio deviam pôr também as do outro lado» ao que lhe respondi que o outro lado tinha tudo: a imprensa, a rádio, a televisão e nós só tínhamos aquele placard, pelo que o outro lado de nós não precisava. O Director não insistiu. Também era opinião dele que do Movimento Associativo Estudantil haviam de sair quadros úteis à sociedade. A maioria de nós fazia parte do que chamo o “grupo do Arcada”. Claro que também dávamos nas vistas com as nossas intervenções nas sessões culturais e creio que nunca fomos incomodados pela PIDE ou a ela chamados porque os jesuítas quereriam que a sua escola fosse um «oásis» e nesse sentido manobrariam talvez os cordelinhos. No tempo do fascismo e de Salazar Sociologia era uma área de conhecimento considerada subversiva e o curso de Sociologia era oficialmente denominado de Ciências Sociais.
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Note-se que desde sempre o dia 1ª de Maio era dia de feriado, pois era o dia de São José Operário, patrono do Instituto ! Por outro lado e desde o princípio a Direcção do ISESE apoiou o funcionamento da Associação dos Estudantes, se é que não incentivou a sua formação. Os primeiros Presidentes da respectiva Direcção foram os actuais Drs. Henrique Granadeiro e João Lucas, a quem em 1969 sucedeu uma outra e nova geração.

De qualquer modo a nossa Associação de Estudantes era vista um pouco de lado pelas das outras três Academias. Quando se deu o 25 de Abril andávamos em reuniões conspiratórias para retomar o «controle» da AE, nas traseiras dum café ao pé da Praça de Touros. A maioria dos estudantes proclamou a sua adesão ao 25 de Abril e aos princípios do MFA (Democratização, Descolonização, Desenvolvimento) mas muitos dos que entraram em 1972/73 e 1973/74  revelaram-se, depois do 25 de Abril, mais ou menos profundamente anti-comunistas. A  maior parte do grupo inicial do Arcada já terminara o curso, e este renovara-se em grande parte com novos estudantes, embora a maioria pertencesse ao grupo do (café) Portugal. Uma vez mais consegui conciliar todas as tendências, neste caso no sentido da unificação na luta da maioria dos estudantes e  da integração no Movimento Associativo Estudantil e do reconhecimento da nossa luta pelos partidos políticos democráticos.
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E foi assim que fui nomeado uma espécie de embaixador com êxito, porquanto ao que me lembro o PCP, o PS, o PPD, o MDP, o MES e o PRP-BR manifestaram o seu apoio à nossa luta e o MAE aceitou a nossa integração.
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Perguntarão porquê este arrazoado? Bem, ele veio da leitura do último livro da Zita Seabra, que li sem tomar notas à margem. Só falei uma vez com a Zita, na António Serpa, para expor as razões da nossa luta e solicitar o apoio do PCP. Nunca me lembro de ver a Zita nos inúmeros plenários e RIA´s (Reuniões Inter Associações de Estudantes) e no seu livro nem sequer fala nas tentativas de Fundação da pro-UNEP (União Nacional dos Estudantes Portugueses). De quem me lembro a dar a cara é da Sita Vales e de outros cujos nomes já se me varreram.
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Se é verdade que a primeira parte do livro parece o romance duma menina rebelde que mergulhou na clandestinidade sem saber muito bem ao que ia, com uma ou outra alfinetada pelo meio, a parte final é efectivamente um ajuste de contas. Impressiona-me que fale sempre no «Eu» fiz, «Eu» decidi, «Eu» mandei, Cunhal tinha inveja de mim (que ego tão auto-insuflado!) tal como Otelo  ou Mário Soares, este “reescrevendo a história como se fosse uma pitonisa, na alentada entrevista em 3 volumes feita por Maria João Avilez.
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Não sei se Estaline mandou assassinar tantos milhões de que é acusado e porquê. Mas esses incomodam Zita, que adere impávido e serena aos que vivendo das migalhas dos ricos (nem Mário Soares, apesar das louvaminhas, lhe deitou a mão) não se preocupam com os milhões de mortos e os genocícidios cometidos pela Igreja Católica ou pelos capitalistas. Nos massacres das revoltas camponesas, no massacre dos que fizeram a efémera Comuna de Paris ou ordenados pelo Czar de Todas as Rússias, quando os manifestantes, humilde e pacificamente, lhe pediam pão e trabalho.
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Em África foi uma razia para arranjar escravos, «coisas» sem direitos como os trabalhadores assalariados para as fábricas. «escravos» para as explorações agrícolas nas Américas, incluindo os EUA, a pretensa Pátria da Liberdade, da Democracia, dos Direitos Humanos e da Igualdade, ou da sobe-exploração de homens, mulheres e crianças nas fábricas.
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Zita não se preocupa com o derrube de governos progressistas em todo o mundo, graças às manobras sombrias dos Estados Unidos e Companhia. Zita não se preocupa com o extermínio de africanos nem com o genocídio dos índios, especialmente nos EUA, nem dos aborígenes australianos, pelo Reino Unido, ou dos habitantes da Ilha de Páscoa. Zita, na Versalhes, de sapatos vermelhos, não se preocupa com a fome e a doença endémicas nos países chamados sub-desenvolvidos, cujas economias foram destruídas pelos ávidos capitalistas, amarrados a uma dívida externa imparável. Zita não chora os milhões de mortos pelos Nazis ou de alemães pelos Aliados em Dresden, ou Japoneses em Hiroshima e Nagasaqui. Zita não se preocupa que os EUA tenham sido o único país que lançou as duas únicas bombas atómicas, para amedrontar a URSS e fazer «experiências» humanas, tal como os nazis. Zita “esquece” que a URSS e os restantes países socialistas tiveram de levantar-se dos escombros da horda nazi sem a ajuda de qualquer Plano Marshall. Zita “esquece” que uma parte dos recursos do bloco socialista foi absorvido pela corrida aos armamentos para evitar a supremacia dos EUA.
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Zita não diz que os países capitalistas estavam à espera que os nazis derrotassem a URSS para se expandirem, como agora sucedeu após a queda do Muro de Berlim. Zita nada diz dos vergonhosos muros erguidos por Israel, potência nuclear, que não acata as decisões da ONU sem sofrer qualquer embargo dos EUA ou da UE. Como também nada diz do vergonhoso muro que os EUA estão construindo na fronteira com o México, assassinando os mexicanos que atravessam a fronteira clandestinamente em busca de trabalho miseravelmente pago. Zita nada diz sobre as orelhas moucas dos Aliados aos apelos da URSS para abrirem uma frente Ocidental, para descomprimirem o ataque nazi a Leste. Tiraram a cera, sim, mas só quando viram que o exército vermelho avançava com tal determinação que provavelmente só pararia nas praias portuguesas. Nem uma palavra sobre os argelinos massacrados pelos colonos e pelas forças armadas francesas, aliás como sucedeu nas colónias portuguesas ou nas inglesas.
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Zita nada diz sobre as «purgas» feitas na América Latina na sequência de golpes fascistas apoiados pelos EUA e outros países capitalistas, nem com os falsos argumentos para invadirem o Afeganistão (onde pára Bin Laden, se é que existe ou não está a jogar ao pokercom Bush?), depois o Iraque e agora o Irão?
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Zita nada diz sobre as «purgas» feitas por Mário Soares no PS ou Sá Carneiro no PSD. Zita nada diz sobre o facto de em 1974 Spínola e Sá Carneiro pretenderem manter em funções a polícia política, a proibição de partidos políticos e a continuação dos presos comunistas ou maoístas ou a «clandestinalização» da actividade do PCP.
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Zita agora vive bem, com os seus sapatos vermelhos, frequentando locais de luxo e dedicando-se aos seus rebentos. Em Portugal, como nos países capitalistas, não há bichas porque não há dinheiro e a alternativa é roubar, morrer de fome, emigrar, trabalhar para assegurar dia a dia o pão nosso de cada dia ou acumular empregos precários. Ah! ou meter-se na droga ou na prostituição !
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Zita, poderia ter saído do PCP em rota de colisão por discordar da estratégia e da táctica do Partido onde tinha altas responsabilidades e dever de solidariedade na tomada e concretização das decisões. Mas não, Zita, quadro de confiança do PCP, mais ortodoxa que Cunhal, borrou-se inevitavelmente nos capítulos finais do seu «livro». Zita poderia ter saído do PCP por amor aos famélicos, aos explorados, aos alienados na sua consciência de classe, aos deserdados da sorte. Mas Zita saiu no fundo porque se cansou de ser aquilo que se considerava: agora, pode ter mulheres-a-dias e amas. Que ordenado lhes paga, que regalias e direitos lhes reconhece? Zita divorciou-se da enorme quantidade de mulheres-a-dias que todos os dias surgem, divorciou-se da solidariedade para com as mulheres sem direitos ou que são obrigadas a entrarem nos circuitos da prostituição.
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Zita não saíu só do PCP. Zita não compreendeu a hipotética «desilusão» de Cunhal pela traição de alguém que era tão importante na estrutura do PCP que até tinha o Gabinete no mesmo andar do Secretário-Geral. Zita traiu o PCP, desiludiu quantos nela confiaram. Quando alguma das suas grandes amigas e confidentes a trai, que faz Zita? Se alguma mulher-a-dias a roubar naquilo que materialmente lhe é valioso, que faz Zita? Que fez Zita afinal sair do PCP? Que faz Zita ao desvendar pretensos «segredos», sem falar nos partidos à «esquerda», sem implantação nas massas mas «acarinhados» e «visíveis» em determinados momentos, por tolerância» do grande capital, que controla os meios de comunicação? De que tem medo Zita, 20 anos depois, quando a direita avança em grandes passadas pela batuta de Sócrates, mais «eficiente» que o PSD?
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Zita, qual filha pródiga, regressou ao seio da burguesia, seio que nunca esqueceu e onde encontrou a compreensão da família e dos amigos, «magoada» pela incompreensão dos antigos «camaradas».
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Zita ficou impressionada com a (falta) de qualidade das habitações que viu após o colapso do Socialismo. Zita nunca terá visto os bairros de lata, os bidonvilles, as favelas, os musseques ou os contentores ou roulotes ou os «sem-abrigo» que existem miseravelmente mas com «liberdade» em toda a «democrática» sociedade capitalista, a do pensamento único, com o imperialismo travestido de globalização e a economia capitalista como «economia» de mercado, que é muitíssimo anterior ao desenvolvimento capitalista.
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Zita não «vê» que as «companheiras» das casas do Partido não eram simples mulheres-a-dias [que horror «madame» Zita ser mulher-a-dias), mas responsáveis pela segurança das casas e dos camaradas, todos na clandestinidade. Zita não sabe das elevadas taxas de analfabetismo entre homens e sobretudo entre as mulheres, que deste modo não podiam ler nem imprimir ou distribuir os documentos de Partido. Mas Zita, uma privilegiada, com estudos, podia fazê-lo. Não era pois uma simples «mulher-a-dias»
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Zita escamoteia que naquele tempo e ainda hoje persiste a mentalidade machista e que a Revolução se faz com os homens e mulheres com as virtudes e defeitos do tempo e do lugar em que estão. Ao entrarem para o PCP, os/as comunistas não eram nem são ungidos pelo sacramento do baptismo, limpando-se do pecado original de quererem pensar por si, o que talvez explique muita miséria e mortandade desde os primórdios do(s) cristianismo(s). E difícil seria, naquele tempo, às mulheres andarem por aqui e por ali a «conspirar», numa sociedade em que o lugar da mulher era em casa e o trabalho era quase exclusivamente reservado aos homens!
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Em Évora, eram consideradas «putas» as poucas raparigas que iam ao café connosco ou as mulheres alemãs dos dirigentes da Siemens. Mulher ou rapariga sérias não iam ao café ou andavam sozinhas, quer de noite, quer de dia.
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Quando Zita numa passagem do seu livro relata a brutal actuação da Polícia num país do outro lado da «cortina de ferro», «típica desses países», como afirma, onde estava, dirigente da UEC (União dos Estudantes Comunistas), quando a polícia carregava sobre os estudantes ou sobre os trabalhadores grevistas em Portugal? Onde está Zita quando a TV passa os brutais ataques da polícia sobre manifestantes nos «democráticos» países capitalistas ou a eles agora «convertidos» com a ajuda da mãozinha de João Paulo II? Tolda-se-lhe a vista cansada de escrever e de ler as mortalhas ou aproveita para ir à cozinha beber um copo de água?
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Tal como dizia Alçada Baptista na sua «Peregrinação Interior», eu não sei se os jesuítas são bons ou maus educadores, mas lá que são educadores, são. Com eles aprendi que para sermos eficazes temos de «encontrar» os líderes duma comunidade, lideres muitas vezes informais, e só depois podemos transformá-la. E que devemos estudar o pensamento e modo de agir dos adversários, para melhor podermos combatê-los ou neutralizá-los.
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E depois o retrato «sinistro» que apresenta de Álvaro Cunhal e a insinuação de cobardia da Direcção do PCP no exterior! Basta ter estado em comícios ou encontros do PCP ou assistir às «reportagens» na TV para ver como ele era acarinhado pelas populações, como lhes correspondia com humanidade, com fraternidade e simpatia, não isentos de humor! E que dizer do acompanhamento gigantesco dos que lhe quiseram prestar uma última homenagem comparecendo ao seu funeral. Eram todos militantes e simpatizantes do PCP?
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Eu não engoli qualquer sapo ou precisei de tapar o retrato de Mário Soares no boletim de voto. Eu votei Soares contra Freitas do Amaral. Por isso comprei e li o «Foi assim», na perspectiva de alguém, Zita,  que voltou ao calor do seio materno, abandonando os deserdados da sorte, que agora são esmifrados em todo o mundo por uma minoria com quem Zita no fundo nunca terá deixado de estar. Como dizia o poeta «Ah, esta vã glória de mandar»!
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Se Zita visitar a capela dos ossos na Igreja de S. Francisco, em Évora, poderá ler «Nós que aqui estamos pelos vossos esperamos».
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ÉVORA - RESIDÊNCIA DO ESPÍRITO SANTO
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Passados dois séculos após a expulsão, em 1960, os jesuítas voltaram à cidade de de Évora e, de novo, são chamados a desempenhar um papel no ensino . 
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É criado o Instituto Superior Económico e Social de Évora (ISESE) que durante dez anos funciona em pleno.
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As vicissitudes da Revolução de Abril de 1974, levaram que fosse suspensa a leccionação do ISESE, tendo continuado em actividade a biblioteca especializada em Economia e Sociologia e o Gabinete de Investigação e Acção Social (GIAS) orientado sobretudo à publicação da revista semestral 
"Economia e Sociologia".
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Para além do trabalho realizado nestas instituições os jesuítas dedicam-se ao ensino na Universidade de Évora e no Instituto Superior de Teologia e a trabalhos pastorais na ajuda aos párocos, nos Exercícios Espirituais, no acompanhamento pessoal e na assistência a grupos.»
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(1) - Textos retirados de NOTA a um post de Rui Bebiano - Sapatos Vermelhos, que pode ler seguindo a hiperligação anterior

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«Como é sabido, mas por vezes esquecido, a Sociologia como Curso, nasceu em Évora, por iniciativa de um grupo de “jesuítas estrangeirados”, em 1964/1965 em parceria com a Fundação Eugénio de Almeida (Conde Vill’Alva). Perturbações induzidas, de fora, pela Revolução de 1974, levaram os jesuítas a suspender “sine die”, as actividades lectivas. O Governo de então (Decreto – Lei, 513/75) assumiu o encargo de dar continuidade aos estudos de Sociologia e Economia, cuja execução cometeu à Universidade de Évora.
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“No ano lectivo de 1976/1977 entrou em funcionamento, no Instituto Universitário de Évora, um Bacharelato em Ciências Sociais, com opções em Economia e Sociologia que de algum modo recolhiam os frutos do pioneiros e da experiência que ao tempo (1964), tinham constituído em Évora as Licenciaturas do Instituto Superior Económico e Social de Évora (ISESE). Mais concretamente, as licenciaturas em Sociologia (Ciências Sociais) e Economia (Direcção de Administração de Empresas).” (Relatório de Auto – Avaliação da Licenciatura em Sociologia, 1998, 13)
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in Companhia de Jesus,s.j.
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Nota
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Esta afirmação «Perturbações induzidas, de fora, pela Revolução de 1974, levaram os jesuítas a suspender “sine die”, as actividades lectivas» é uma rotunda MENTIRA ou um lavar de mãos sacudindo a água do seu capote e os jesuítas sabem-no ou tinham obrigação de sabê-lo perfeitamente. E eu e muitos outros sabemos que eles sabiam que nós sabemos que é MENTIRA o que persistem em repetir. No dia 25 de Dezembro de 1974 não havia qualquer estudante que assegurasse, ao menos simbólicamente, a ocupação do ISESE. Podiam nesse dia ter calmamente entrado no antigo Palácio da Inquisição e retomado a Direcção do ISESE.
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Em todo o processo que levou à ocupação do ISESE pelos estudantes nele inscritos, a Direcção ou o Director do ISESE, Pe. António da Silva sj, foram. propositamente ou por incompetência política, um fracasso, com ou sem aspas. O Pe. António da Silva, independentemente dos seus conhecimentos e competências profissional e científica como antropólogo, em tempo de crise revelou-se como um homem autoritário e em nada diplomata, politicamente reaccionário e em nada politicamente inteligente e dialogante como o seu antecessor, o Pe. Lúcio Craveiro da Silva, sj. E quando a Companhia resolveu substituir aquele pelo Pe. Vaz Pato, sj, que os estudantes respeitavam, as posições estavam já tão extremadas que a partir de Junho de 1974, devido ao autoritarismo e autismo do Director do ISESE  não havia já pontes para um entendimento ou diálogo entre as duas partes  numa altura em que a reivindicação principal, de acordo com a Proclamação de 3 de Maio,  não era o encerramento do ISESE mas sim que ele tivesse uma gestão democrática e participada. Nãoo conheço qualquer documento dos estudantes que exigisse a expulsão da Companhia de Jesus.

O Director do ISESE logo a 26 de Abril inquinou tudo ao exigir que aos estudantes que indicassem nomes para nomear uma Comissão Administrativa da sua inteira confiança, nomes que se reservava o direito de vetar, e ao proibir que os estudantes realizassem nesse mesmo dia e nos subsequentes plenários nas instalações do ISESE, forçando a que se realizassem nas instalações acessíveis, as do Movimento Democrático de Évora. Como político e actor interveniente o então Director do ISESE falhou rotundamente e ao querer talvez proteger a obra da Companhia deitou tudo a perder para ela Ao ver a diabólica mão de Moscovo em toda a parte, omnipresente, o então Director do ISESE mostrou evidentemente que nada percebia do que se estava a passar, estava a leste do sofrimento de largas camadas da população durante o fascismo e nem soube aplicar o que nas aulas era ensinado: que para salvaguardar a «OBRA» às vezes é preciso que alguma coisa mude para que o essencial se mantenha
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A VERDADE, na minha opinião, é que corria o ano de 1974 e os jesuítas e a Fundação Eugénio de Almeida ter-se-iam convencido que teriam de abdicar do seu sonho de ressuscitar a sua Universidade de Évora e deixaram cair o ISESE porque não queriam uma gestão participada e democrática, nem admitiam perder o controle do poder férreo sobra a vida, orientação e destinos do ISESE, cujo objectivo de facto era «educar e formar» as elites e os quadros superiores dirigentes de empresas capitalistas «humanizadas» ou de sectores-chave da Administração Pública. O 25 de Abril estragou-lhes o sonho pois não terão previsto o 25 de Novembro de 1975, mas a Universidade estatal de Évora acabou por acolher em si os jesuítas
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Porque será que a Universidade de Évora, o ISCTE e em certa medida os jesuítas nunca falam do ISESE, que foi o embrião da criação, daquela salvo num livro por eles escrito e publicado, com a versão “militar” dum ataque escalonado de forças “diabólicas”, que apenas existiam na cabeça do então director, a  sua versão dos factos e dos acontecimentos, sem contraditório? Porque será que parece nada ter havido entre a expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal, com o consequente encerramento daquela Universidade, de que eram os mentores da classe dirigente que então se opunha ao desenvolvimento do incipiente industrialismo que o Marquês tentou desenvolver, de que dois exemplos são a abolição da escravatura em Portugal e o fim da distinção entre cristãos velhos e cristãos novos? Incipiente industrialização «abortada» após a morte de D. José I e o desterro e humilhação do Marquês de Pombal, e a reabilitação da nobreza parasitária, feitas por D. Maria I?
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.Se algum dos dirigentes da Associação de Estudantes ou seus líderes perfeitamente identificados em évoraburgomedieval, eleitos, respeitados e reconhecidos pela esmagadora maioria dos estudantes, estivesse filiado em qualquer organização partidária, incluindo o PCP, ou dela recebessem instruções, esse facto teria sido natural e diligentemente comunicado pela PIDE/DGS à Direcção do ISESE, que no entanto teria conhecimento da participação de estudantes e professores (leigos) do ISESE nas reuniões do núcleo da SEDES em Évora [1].
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Eu próprio, a uma segunda-feira, no «velho tempo», fui informado por um dos meus ricos colegas dos «meninos queques», que nesse fim-de-semana fora à António Maria Cardoso informar que eu era um perigoso agitador comunista no ISESE, limitando-me eu a retorquir que lhe fizesse bom proveito o papel de bufo.

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A Companhia de Jesus foi criada na sequência da Reforma e no âmbito da Contra-Reforma, tinha um carecter militar, dependia directamente do Papa e aos três votos tradicionais - pobreza, castidade e celibato - juntava um quarto - obediência inquestionável ao Papa e a Roma. Segundo a Wikipedia «Os Jesuítas pregaram a obediência total às escrituras e à doutrina da igreja, tendo Inácio de Loyola declarado:
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"Acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado"
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Em Portugal é crença habitual que a Companhia de Jesus foi responsável pelo Santo Ofício ou Inquisição. Na verdade foram por esta perseguidos, e este era orientado e da competência dos Dominicanos ou Padres Negros, para além dos Franciscanos Paradoxalmente foi no antigo Palácio da Inquisição que instalaram o ISESE e foi nas antigas celas dos torturados, agora imaculadamente brancas, que instalaram os livros da vasta biblioteca , que os estudantes podiam livremente consultar na ascética e gélida sala de de leitura da biblioteca - quando não por vezes requisitar para leitura domiciliária - , lendo, tomando notas ou copiando à mão as mais ou menos extensas passagens que interessavam, pois na altura não havia computadores pessoais e muito menos portáteis, nem internet e as fotocópias eram caríssimas e de fraca qualidade, esmaecendo-se rápidamente, não constituindo o actual comércio lucrativo. Restavam a pouca bibliografia em Português e as sebentas, estas mimeografadas. Como grande parte da bibliografia era em Português do Brasil ou em língua estrangeira, era vantajoso dominar pelo menos ao nível da compreensão da leitura, sobretudo o inglês e o francês, mas também o castelhano e o italiano.
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[1] - Essas reuniões eram relativamente participadas para reflectir e debater os documentos da SEDES, vista como uma criação da ala tecnocrática católica mercelista, embrião dum futuro partido socialista.
Se quiser saber mais ver:.
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Dominicanos
Ordem dos Pregadores em Portugal. A presença dos Dominicanos em Portugal

Dominicanos presos pela ditadura assistem "Batismo de Sangue" no Brasil
Filme baseado em livro de Frei Betto retrata a luta dos frades dominicanos contra o regime militar


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Para além das acimas citadas, outras referências ao ISESE constam dos seguintes documentos:
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