domingo, 28 de dezembro de 2014

SÓCRATES E O LIVRO.

SÓCRATES E O LIVRO.

1 – 8 de 8
Anónimo António Parente disse...
Tem razão num ponto: andamos todos distraídos com o que se passa nas prisões. Nunca me interessei pelo assunto e só com este problema da encomenda de Sócrates é que pesquisei o regulamento das prisões.


Não concordo com a indignação que se fez por causa da não recepção de uma encomenda por parte de José Sócrates. Todos os cidadãos são iguais perante a lei e o que se exige é que José Sócrates, prisão preventivo como os mais 2 ou 3 mil que estão por aí, não deve ser prejudicado nem beneficiado por ter sido primeiro-ministro. Por ser uma figura pública que gera ódios e paixões, deverá existir uma atenção geral pela sua segurança pessoal dentro da prisão e até é admissível que seja colocado em local protegido para não ser incomodado por causa da sua acção como primeiro-ministro.



Sem dúvida, que este caso nos deve fazer meditar sobre as condições dos presos preventivos e até deverá levar a algumas alterações legislativas. No entanto, fazê-lo enquando Sócrates está preso para o fazer beneficiar dessa melhoria de condições seria mais uma machadada na nossa frágil democracia.



Quanto à justiça ou injustiça da prisão preventiva, deixo essa decisão para quem tem poder para tomá-la. Posso achá-la excessiva, como acho em outros casos, mas só o faço de forma intiutiva, sem fundamentos fortes.



Deixemos a justiça funcionar e não a misturemos com a política. A mistura prejudicará fortemente o PS. Digo-o eu, cidadão independente, livre de amarras partidárias, que votou PS até 2005, absteve-se em 2009, votou à direita em 2011 e provavelmente, se o PS não for uma alternativa credível e se não se libertar de Sócrates, optará novamente pela abstenção.



Bom 2015.

27 dezembro, 2014

Anónimo Anónimo disse...
Não limites "a invocação da responsabilidade política genérica de um governante" ao "é bem feito" e, muito menos, ao político-partidário. Embora me pareça evidente que um PM não pode conhecer profundamente todos os DL que assina, também me parece evidente que não se pode queixar quando lhe são aplicados (não que Sócrates se tenha queixado pessoalmente nesta história, que eu saiba).
Mais genericamente, isto entra na categoria da teoria que desenvolvi há muitos anos quando andava de Sud-Express para cima e para baixo, ouvindo as histórias de vida inacreditáveis que os emigrantes tinham para contar: todos os detentores de altos cargos da Nação deviam ser obrigados a fazer X% das viagens em transportes públicos; deviam ser obrigados a pôr os filhos nas escolas públicas; deviam usar exclusivamente o SNS; e, em caso de guerra, deviam mandar os seus filhos para a frente de batalha. Bem sei que isto tudo atentaria às suas liberdades constitucionais, mas garanto-te que o comum dos cidadãos ganharia infinitamente com o assunto.
IsabelPS

27 dezembro, 2014

Blogger Victor Nogueira disse...
Mas esta lei não foi assinada por Sócrates enquanto 1º Ministro ? E só agora, anos decorridos sobre a sua publicação, é que se repara na "ignonímia" ?
27 dezembro, 2014
 Eliminar
Blogger Porfirio Silva disse...
António Parente,


Não estou interessado em saber em quem vota, votou ou votará - pela razão simples de que o debate racional e livre não se deixa atropelar por diferenças dessas. Há muito mais no mundo para lá do voto.
Diz-me, como se estivesse a corrigir-me, que "Todos os cidadãos são iguais perante a lei". O que é que eu disse contra isso?!
Escreve que não devemos fazer alterações legislativas sobre as condições dos presos preventivos enquando Sócrates está preso. Mas eu defendi isso em algum lado?
Não se pronuncia sobre a justeza da prisão preventida. Pois eu também não.
Tudo isto para dizer algo simples: o seu comentário parece fazer várias suposições acerca da minha posição sobre o "caso Sócrates" em geral. Não me parece que seja correcto que faça isso.



Ao mesmo tempo, manifestamente, parece ter-se esquecido de uma parte do meu texto, a qual a mim me parece importante para perceber o que eu escrevo:



«É bem verdade que a colocação de figuras públicas em situações a que normalmente só são submetidos "os de baixo" permite (efeito puramente epistemológico) um olhar que de outro modo talvez não fossemos capazes. Os presos corporizam, em geral, uma das condições mais desprotegidas nas nossas sociedades. É bom que, em vez de sermos egoístas e particularistas, aproveitemos estes casos para alargar a nossa perspectiva sobre estas situações.»



Gosto pouco de debates em que os debatentes colocam os outros em caixinhas prá-fabricadas. Gosto mais de debates em que ouvimos o que os outros dizem sem os carregarmos à partida com os nossos pressupostos.

28 dezembro, 2014

Blogger Porfirio Silva disse...
Isabel, o teu argumento parece-me, afinal, não passar do "é bem feito". Parece-me de uma grande ingenuidade acerca da forma como se fazem os milhões de leis que se vão parindo a todo o tempo. Pedia-te que atentasses no sublinhado que faço do meu próprio texto na resposta que dou ao António Parente.
28 dezembro, 2014

Blogger Porfirio Silva disse...
Víctor Nogueira, há uma frase no meu texto que lhe cito: «Se quem assim aponta o dedo tivesse, na altura do agora invocado acto legal, protestado ou de outro modo chamado a atenção para o problema, poderíamos, razoavelmente, reconhecer que tinha visto mais longe do que outros.» Pergunto-lhe eu: é este o seu caso? Na altura fez notar alguma crítica sua ao tal regulamento? Ou lembrou-se disso agora?
28 dezembro, 2014

Anónimo António Parente disse...
Porfírio Silva,


Interpretou incorrectamente o meu comentário. Não quis dizer o que pensou que eu disse. Não vou prolongar este diálogo porque não é importante nem vale a pena. Continuarei a segui-lo no facebook mas vou abster-me de comentar futuros posts seus.

28 dezembro, 2014

Blogger Porfirio Silva disse...
Caro António Parente, fará como entender melhor. Não posso obrigar ninguém a continuar uma conversa, tal como também não posso garantir que eu seja sempre capaz de entender o que os outros escrevem. Pois se eu nem sou capaz de garantir que eu seja capaz de fazer com que os outros entendam o que eu escrevo...
28 dezembro, 2014 

Blogger Victor Nogueira disse...
Caro Porfírio Silva
Sabendo eu que a ignorância da lei nãqo pode ser invocada pelo infractor, não me parece correcto perguntar-me se na altura invoquei, etc, etc.

A responsabilidade política da lei cuja aplicação é contestada pertence a José Sócrates, enquanto 1º Ministro. Foi promulgada ou não por um Governo de que José Sócrates foi 1º Ministro ?

Mas, caríssimo, penso que não vale a pena chover no molhado.

Sem acrimónia

28 dezembro, 2014
 Eliminar
Blogger Porfirio Silva disse...
Caro Víctor Nogueira, naturalmente sem acrimónia: a questão que coloco não tem nada a ver com a irrelevância da ignorância da lei para a sua aplicação. Tem a ver com algo que não é simples e muitas vezes esquecemos: é frequente, na escrita de uma lei, estarmos a lidar tanto com o desconhecido como com o conhecido.
Quer dizer: legislar, como muitas outras coisas que fazemos na vida, tem motivações, boas ou más, mas tem muitas consequências possíveis que nunca foram antecipadas. Por isso mesmo é que parece um pouco presunçoso acusarmos outrém de não ter visto esta ou aquela consequência de uma determinada decisão. Será menos presunçoso se podermos dizer, com verdade, "eu na altura vi o problema e alertei".
Era apenas esta a questão que eu estava a colocar: para evitarmos fazer de conta que topamos todo o curso do mundo, quando na realidade é muito mais difícil ver ao longe do que por vezes se pensa.
Andamos neste mundo para ir tentando perceber que nada é simples. E, quando percebemos que nada é simples, tornamo-nos mais humildes e menos julgadores.

28 dezembro, 2014
http://maquinaespeculativa.blogspot.pt/2014/12/socrates-e-o-livro.html

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

"Na história de Portugal, um primeiro-ministro detido por corrupção é coisa inédita"

  1. Mas isto é alguma investigação ? Ou apenas um alinhavar de palavras ? Impolutos os governantes e a classe dirigente na Monarquia ? Desde D. Afonso Henriques. Cidadãos acima de qualquer suspeita, incorruptíveis ? Incluindo os Vice-Reis e demais fidalguia no Estado da India ? E pk não citar as Inquirições, o Soldado Prático de Diogo de Couto, Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto ou os Diários de Vasco da Gama ? Ou a inquisição ? Entre muitos outros. O chamado Estado Novo incorruptível e feito de governantes e empresários acima de qualquer suspeita, acrisolados defensores do bem público e da res-publica ? O facto de não haver prisões e condenações de Monarcas ou de Primeiros Ministros - cargo recente - ou ministros, significa que não havia apropriação indevida de bens públicos e doutrem?
    1. Cito o começo do artigo: "O PÚBLICO pediu a três historiadores – Nuno Gonçalo Monteiro, Fátima Bonifácio e Fernando Rosas - que olhassem para os séculos XVIII, XIX e XX". A indignação provém muitas vezes da falta de atenção.
MORTIÇO: Grato pelo comentário. O que está em causa o título da notícia e o seu desenvolvimento. Não se trata de indignação. O jornalista definiu as perguntas feitas aos hstoriadores e naturalmente fez o tratamento jornalístico das respostas. Os critérios do jornalista não são necessariamente os dos historiadores.A questão central  é a corrupção de altos governantes em *Pprtugal. Desde o Marquês de Pombal ou desde Afonso Henriques ? Porque ela existe desde os primórdios da nacionalidade,quando a coisa pública não se distinguida da causa e propriedade  reais. Até Filipe II de Espanha no século XVI dizia: "Portugal é meu porque o herdeicomprei e conquistei. E não há comparação possível entre Sócrates e o Marquês: no século XVIII havia uma Monarquia Absolutista, sem separação de poderes, que estavam todos na mão do Rei, mesmo que este pretendesse ter uma política iluminista. O Marquês de Pombal rrepresentava os interesses do Rei (concentração do Poder) e da burguesia capitalista emergente (abolindo  a distinção entre cristãos novos e velhos) contra a grande nobreza agrária e absentista. As suas propriedades em Oeiras eram exploradas "científicamente" e nessa vila organizou em 1776 a 1º exposição agrícola e industrial do país. A vitória momentânea da nobreza com a morte de D. José I não provocou a execução do Marquês e apenas adiou o triunfo da burguesia capitalista para 1820, com as Revoluções Liberais e a separação de poderes, a exemplo do que entao sucedia por quase toda a Europa.

  1.  http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/na-historia-de-portugal-um-primeiroministro-detido-por-corrupcao-e-coisa-inedita-1678700
 MORTIÇO:   Está em causa o título da notícia e seu desenvolvimento. Não é indignação. A questão central  é a corrupção de altos governantes em Portugal. Desde quando ? Ela existe desde o séc XII.  Até Filipe II de Espanha dizia "Portugal é meu porque o herdei, comprei e conquistei.”  Não há comparação entre Sócrates e o Marquês: no séc  XVIII havia Monarquia Absolutista, sem separação de poderes. Este defendia  os interesses do Rei (concentração do Poder) e da burguesia capitalista emergente (abolindo a distinção entre cristãos novos e velhos) Até organizou a I Exp. Agrícola e Industrial.  A morte de D. José I não levou à execução do Marquês; só adiou o triunfo da burguesia capitalista para 1820: Revoluções Liberais, parlamentarismo  e separação de poderes

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

ps(d) e a questão das subvenções vitalícias

Ahhhhhhhhhhhhhhhhh Nem deviam ter equacionado e concretizado a sua apresentação para votação. Mas as posições ficaram expressas. O resto é conversa da treta.
Depois das críticas, socialistas e sociais-democratas recuam na proposta que fora aprovada na especialidade na quinta-feira.
PUBLICO.PT

Exercício para o fim de semana: resolver equações à esquerda


comentário meu na "caixinha"

Porque razão o ps nunca se abriu ao pcp salvo a fugaz "experiência" no tempo de sampaio e apenas em lxa ? Pk razão os arrimos e aberturas do ps são sempre à direita, irmanado em alterne ao psdcds? Os "notáveis" e as "personalidades" existem e têm na comunicação social dominante o espaço que têm pk razão ? Sem ligação às massas, serão apenas a "flor na lapela do ps", o cherinho a alecrim ? Se o ps as "empalmar", onde irão buscar força e apoio para se oporem ? Pk razão o ps nas autarquias tem como "inimigo" o pcp, a desalojar aliando-se aberta ou encapotadamente ao psd/cds mas nunca ao pcp para desalojar a direita com quem o ps está de alma, coração e adn ? Que diz o costa do ps sobre os tratados da UE, a cuja referendação "democraticamente" se opôs e opõe, incluindo o orçamental e o memorando da "nossa" desgraça ?
CRONICASDOROCHEDO.BLOGSPOT.COM|DE CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA


  • Sr. Victor Nogueira, porque não põe a pergunta ao contrário? Claro que o PCP não queria perder eleitores, como aconteceu aos outros partidos comunistas em vários países. Todos sabemos o que foi a política de terra queimada de Álvaro Cunhal (até quando esteve nos governos provisórios). O ressentimento ainda se sentiu agora aquando da comemoração da queda do muro de Berlim. Não encham a boca com o povo. Quem se tem enchido são os que dizem representá-lo. Só houve alguém que fez tanto mal: foi o graveto. Seja honesto! Ninguém pode gastar mais do que ganha. Deve é distribuir-se melhor o que se tem.
  • As equações têm incógnitas cujo(s) valor(es) são passíveis de serem encontrados. Em matemática, as equações ou sistemas de equações são solúveis ou insolúveis. Eu só perguntei, não tenho que dar as respostas ! A sua é uma de várias respostas a um questionário aberto e contempla apenas algumas das incógnitas. Grato pela resposta.

    quinta-feira, 20 de novembro de 2014

    expreso e público jornalismo de "referência"


    comentário meu on-line
    o que vale é que ainda é possível ler a "concorrência", onde um semanário fundado em 1973 noticia que BE e PCP anunciaram que votarão contra.

    São a "isenção" ou os "critérios jornalísticos" do Público, para comentários pavlovianos. Ora, que noticia a concorrência de "referência" de que se reclama o Público?
    «O Partido Socialista já indicou que vai votar a favor da proposta de alteração orçamental que repõe as subvenções vitalícias para ex-políticos. SÓ O BE E O PCP LEVANTARAM A VOZ E IRÃO VOTAR CONTRA» [SUBLINHADO MEU. Presumo eu que os Verdes tb votarão contra]
    Apenas o Bloco de Esquerda falou sobre a proposta conjunta do PSD e do PS, para se manifestar contra.
    PUBLICO.PT
    GostoGosto ·  ·