sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Em conversa com ... (9) a minha muito querida amiga da Casa de Belmonte

* Victor Nogueira
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As memórias, as histórias, a dor, a saudade, boas ou más, são de cada um de nós; podemos «senti-las» e a um rio de lágrimas estrangulado na garganta ou aos olhos assomando ao de leve ou torrencialmente, apenas numa empatia intelectual ou porque também passámos por isso na nossa própria vida. Mas isto são apenas palavras, sem o gesto de encostares a tua cabeça ao meu ombro enquanto te afago os cabelos para que a tua tristeza não seja tão pesada. [pela morte do teu pai]
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2005.05.04

O LUGAR DA CASA


Uma casa que fosse um areal
deserto; que nem casa fosse;
só um lugar
onde o lume foi aceso, e à sua roda
se sentou a alegria; e aqueceu
as mãos; e partiu porque tinha
um destino; coisa simples
e pouca, mas destino
crescer como árvore, resistir
ao vento, ao rigor da invernia,
e certa manhã sentir os passos
de abril
ou, quem sabe?, a floração
dos ramos, que pareciam
secos, e de novo estremecem
com o repentino canto da cotovia

Eugénio de Andrade

2 comentários:

A OUTRA disse...

A tua amiga da Casa de Belmonte tem sorte em ter um amigo como tu.
Bj
Maria

Victor Nogueira disse...

Eu gosto muito da minha amiga da Casa de Belmonte e ela sabe, mas só eu e ela sabemos quem é a menina da Casa de Belmonte.
Victor Nogueira