* Victor Nogueira
O teor do discurso de Cavaco era previsível e confirma que é um homem de seita e fracção, que invocou a sua eleição por sufrágio directo (por 25%) dos eleitores como superior à da Assembleia da República, eleita também por sufrágio directo. E afirma-se como contrapoder (ilegítimo/inconstitucional) à Assembleia da República como se fosse o monarca absoluto, inspirado e ungido pelo poder divino duma qualquer Santíssima Eternidade.
Por vontade sua teria sem disfarces convocado novas eleições para permitir que a sua seita continuasse em funções, invocando para isso citações da OCDE, do Banco de Portugal e do Conselho Superior das Finanças Públicas, que em seu entender se sobrepõem imperativamente ao Parlamento, aos Deputados e ao Eleitorado.
Na assistência, com ar fechado Pedro & Paulo, este posando mimicamente para as câmaras de TV sempre que se apercebia de estar a ser flimado.
Um bom, pausado, assertivo e sereno o discurso de António Costa que, de luva branca, reafirmou e contrariou as interpretações austoritárias de Cavaco, o homem que se diz dos "consensos" e da "concertação social" mas que resolveu afrontar e marginalizar o Parlamento, sede do Poder Legislativo, marcando unilateralmente a tomada de posse do XXI Governo Constitucional para a hora de funcionamento desta.
Que as próximas semanas decorram rapidamente para que Cavaco descanse finalmente em paz, na sua Quinta da Coelha, com a visita dos amigos do BPN e do BES, ou se passeie por entre as cagarras das Desertas e Selvagens.
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