* Victor Nogueira
É obra a "vernissage coltural" de Francisco Assis.
E que memória espantosa, que registos fabulosos, que lhe permitem citar décadas
depois títulos que teria folheado, em escritura entremeada de brilhantes
referências a mil autores.
Licenciado em filosofia, Assis afirma ser "Um
ocidental sem vergonha do Ocidente". Para além de em tempos de
"globalização" revelar um tradicional e caduco conceito "eurocêntrico",
como se a "Europa Ocidental" tivesse sido sempre e seja ainda o
"centro" e o "farol" do Mundo, do Humanismo e da
Civilização, como se o "Ocidente" citado por Assis não tivesse raízes
no chamado "Oriente".
O que Assis como verdade absoluta afirma é de
uma enorme imprecisão porque baseada em relativismos o maior dos quais é o das
“referências” espaciais e temporais.
O seu "Ocidente", tal como os
EUA, situa-se a “Oriente” da China, da Índia, da Austrália, da Nova Zelândia,
do Laos, da Rússia e do Japão, entre muitos outros países ou civilizações. E o
seu “Ocidente”, infelizmente, comporta também “Mein Kampf”: os Guetos, os Pogroms,
Auschwitz, os Eizen Gruppen …
E quanto à “Liberdade”, tal como o “Direito de
Propriedade”, as dos servos da gleba e dos escravos não se confundem com a dos
escravocratas ou a dos “mercados”.
Um ocidental sem vergonha do Ocidente
Estava eu tranquilamente a reler algumas páginas de um dos livros de Glucksmann quando, de súbito, aparece na televisão a imagem de alguns deputados socialistas a abraçarem o líder da CGTP na praça situada em frente à Assembleia da República.
http://www.publico.pt/politica/noticia/um-ocidental-sem-vergonha-do-ocidente-1714148