* Victor Nogueira
Independentemente das minhas divergências ou discordâncias,
ao longo de anos tenho lido e ouvido Bagão Felix como alguém a quem reconheço
seriedade intelectual e postura cordata.
Quem seguiu a campanha eleitoral e não
só, sabe com segurança que as afirmações de António Costa não se resumem aos
excertos que seleccionou. Que alguém substitua a argumentação em volta de
programas políticos, que em princípio têm como finalidade os cidadãos eleitores
(ou classes e camadas sociais), por argumentos "ad hominem" do estilo
"sede de poder", “desonestidade”, "facadas",
"traições", “embuste eleitoral”, "golpes sujos" ... é ficar
pela espuma dos acontecimentos e dos sound-bytes.
Cada um dos partidos tinha um
programa que apresentou ao eleitorado e natural é que não havendo maioria absoluta
de qualquer deles negociassem entre si tendo em conta os objectivos
estratégicos de cada um.
Quais eram os verdadeiros do PSD que em 2011 prometeu
fazer exactamente o contrário do PS/Sócrates acabando a negociar com o
CDS/Portas o apoio deste para obter a maioria absoluta? Dois anos decorridos Portas,
quê teria fixado "linhas vermelhas" inultrapassáveis, demitiu-se de forma.
"Irrevogável" porque a sua permanência no Governo deix[ara] de ser "politicamente sustentável".
Permanecer no Governo "seria um acto de dissimulação", afirmou então.
Porque voltou atrás Paulo Portas, após a demissão de Victor Gaspar, acabando
por “aceitar” a nova Ministra das Finanças? (1)
Em 1978 o CDS – que havia votado coerentemente
contra a CRP em 1976 - resolveu apoiar o Governo [marxista] de Soares/PS partilhando
pastas ministeriais, sem que qualquer dos partidos o tivesse previamente
proposto aos cidadãos eleitores. Quais eram os objectivos estratégicos do CDS
na altura?
A talhe de foice – “A Internacional” (2) ainda é o Hino do PS e não só
do PCP. Creia-me, sem acrimónia.
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em tempo - Ao contrário do PCP, Bloco e PEV, o PSD havia votado “sim” aos PEC's do PS/Sócrates.
Mas em 2011 o PSD/Passos Coelho surpreendentemente mudou o sentido de voto e votou contra o PEC IV, que tinha luz verde da UE. Porque mudou o PSD a sua orientação "tradicional" e se "juntou contra-natura" áos partidos à "esquerda" do PS para logo a seguir assinar o pedido de intervenção da troika, conjuntamente com o PS/Sócrates/Teixeira dos Santos e o CDS/Portas?
Falando em "vitórias que sabem a pouco" como classificar o 2º pior resultado do PSD+CDS em legislativas, com perda de mais de 700 mil eleitores relativamente a 2011, apesar de pedirem a "maioria absoluta", que o eleitorado negou? Note-se a "confusão" em que nuns círculos concorreram coligados o CDS e o PSD e noutros se apresentaram cada um para seu lado?
Face ao por mim referido neste meu comentário em 2 prestações será legitimo perguntar qual tem sido a "história" que ao longo de várias décadas o PSD e o CDS "[assumem] com toda a sua integralidade" e sobretudo, inquestionável integridade e coerência?
Para lá das “promessas” eleitorais e das escolhas do eleitorado, para lá das estratégias que servem interesses de classe, tudo o resto, no essencial reduz-se apenas a "subjectividades" em que uns terão apenas "sede de poder", "malevolência", "falta de caracter" enquanto outros serão íntegros querubins e desinteressados defensores do "Bem-Comum", acima de qualquer suspeita?
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em tempo - Ao contrário do PCP, Bloco e PEV, o PSD havia votado “sim” aos PEC's do PS/Sócrates.
Mas em 2011 o PSD/Passos Coelho surpreendentemente mudou o sentido de voto e votou contra o PEC IV, que tinha luz verde da UE. Porque mudou o PSD a sua orientação "tradicional" e se "juntou contra-natura" áos partidos à "esquerda" do PS para logo a seguir assinar o pedido de intervenção da troika, conjuntamente com o PS/Sócrates/Teixeira dos Santos e o CDS/Portas?
Falando em "vitórias que sabem a pouco" como classificar o 2º pior resultado do PSD+CDS em legislativas, com perda de mais de 700 mil eleitores relativamente a 2011, apesar de pedirem a "maioria absoluta", que o eleitorado negou? Note-se a "confusão" em que nuns círculos concorreram coligados o CDS e o PSD e noutros se apresentaram cada um para seu lado?
Face ao por mim referido neste meu comentário em 2 prestações será legitimo perguntar qual tem sido a "história" que ao longo de várias décadas o PSD e o CDS "[assumem] com toda a sua integralidade" e sobretudo, inquestionável integridade e coerência?
Para lá das “promessas” eleitorais e das escolhas do eleitorado, para lá das estratégias que servem interesses de classe, tudo o resto, no essencial reduz-se apenas a "subjectividades" em que uns terão apenas "sede de poder", "malevolência", "falta de caracter" enquanto outros serão íntegros querubins e desinteressados defensores do "Bem-Comum", acima de qualquer suspeita?