* Victor Nogueira
Não sendo todos os partidos e forças políticas iguais, a sua força eleitoral resulta dos votos dos cidadãos eleitores. Mas a força social dos movimentos e partidos políticos vê-se também na RUA. E é por isso que o PS que em 1974 / 76, guiado por Mário Soares, manipulou larguíssimos milhares de cidadãos, apoiado pela Igreja Católica, e de mãos dadas com a rede bombista do ELP/MDLP, colocou o norte de Portugal a ferro e fogo incendiário e homicida contra o PCP e a UDP e o MDP/CDE, hoje em, dia não realiza manifestações de rua, tal como o psd ou a ugt de torres couto proença silva. PS-PSD defendem agora a legitimidade eleitoral, mesmo sabendo que manipulam e manipulam e condicionam as consciências e rasgam as promessas eleitorais ao fechar das urnas .. de voto.
Os partidos políticos e os movimentos sociais REPRESENTAM AS ASPIRAÇÕES E DEFENDEM OS DIREITOS de classes sociais antagónicas ou de camadas sociais dentro destas ou que gravitam em torno de umas e outras. E a classe dos proprietários dos meios de produção e da riqueza é muitíssimo menor que a dos largos e largos e largos milhões que não controlam nem são proprietários dos meios de produção e de comunicação social, postos não ao serviço da colectividade mas de interesses particulares baseados na necessidade de lucro crescente, sempre crescente.
Aos proprietários da riqueza e dos meios de produção interessa um Estado mínimo, o mínimo que lhes permita acumular riqueza e reprimir quem se oponha a este desígnio.
Aos Trabalhadores e às populações interessa um Estado Social que lhes garanta os seus direitos face aos dos "senhores" da riqueza, da banca e dos meios de produção, um Estado que lhes garanta direitos básicos como aqueles que na sequência da II Guerra Mundial e contra o nazi-fascismo as Nações Unidas proclamaram através da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Direitos básicos que na sequência da luta contra o fascismo, luta anterior e posterior ao 25 de Abril, em Portugal, os trabalhadores e as populações conquistaram com a sua acção quotidiana nas ruas e nos locais de trabalho. Direitos consagrados na Constituição da República promulgada a 2 de Abril de 1976, ainda em vigor, contra a qual votou o cds e não ousaram votar então o psd de sá carneiro e o ps de nobre soares porque, segundo Mário Soares afirmou mais tarde, não teriam votos se não dissessem à boca cheia que defendiam o socialismo.
Constituição da República que traduzia e traduz NÃO os anseios profundos dos "senhores" da riqueza e dos grandes grupos económicos e financeiros, mas SIM os anseios profundos dos Trabalhadores, das Populações, de vastíssimas camadas do Povo português, aprovada sem reservas pelo PCP, pela UDP, pelo MDP-CDE e promulgada logo de imediato na Assembleia Constituinte pelo então Presidente da República, General Costa Gomes, para evitar/impedir que um golpe de Estado do ps-ppd/psd-cds/pp anulasse a sua publicação e entrada em vigor.
Já estamos a sentir na pele os efeitos do "socialismo em liberdade e de rosto humano" que trapaceiramente defendia Nobre Soares e seus sucessores como Secretários-gerais do PS - de Victor Constância a tózé Seguro sem esquecer José Sócrates. Já estamos a sofrer na pele os efeitos da entrada na "Europa Connosco" trombeteada por Mário Soares/PS e Cavaco/PSD. Esta Europa que eles defendem não é a nossa, a dos Trabalhadores, a da generalidade das populações, mas a deles, a do Grande Capital nacional e transnacional, a dos grandes grupos económico-financeiros e da banca da usura, sem rosto nem Pátria.
As "gorduras" do Estado são as "gorduras" que representam os trabalhadores da Administração Pública que asseguram as funções sociais do Estado e os direitos à Saúde, ao Ensino, à Segurança Social e à Protecção no Desemprego e na Velhice ou na Infância e Juventude. E outros direitos, como o direito ao Trabalho e à Habitação, à Cultura e ao Lazer e as Tempos Livres.
Mas para isso são necessários impostos, impostos a que os Trabalhadores da Administração Pública e do Sector Privado não escapam. Mas a que os proprietários dos grandes grupos económicos e financeiros procuram fugir com manobras de engenharia financeira ou contabilística ou com fortunas depositadas em "paraísos fiscais" ou beneficiando de "perdões" fiscais e de "isenções" nas mais-valias da especulação financeira e da usura bancária.
Mil e umas artimanhas para fugirem à responsabilidade e solidariedade sociais. Daí que apostem na divisão dos trabalhadores, dos desempregados, das populações. Daí a guerra às "gorduras sociais", ao “despesismo” do Estado, aos "madraços" dos trabalhadores da Administração Pública, que asseguram o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública Democrática, a Segurança Social Solidária e Universal ...
Daí a guerra contra o Sector Empresarial do Estado e as Empresas Públicas, que seriam melhor geridas pelos privados. Melhor geridas, sim, mas para assegurar os lucros do capital. Empresas Públicas e Sector Empresarial do Estado ou Estado, incluindo autarquias locais, que asseguravam e paulatinamente perderam o caracter de serviço público. Privatizadas com o argumento de que o que é privado é melhor.
E assim "privatizam-se" a produção e distribuição da energia, eléctrica ou não, o abastecimento de água, a recolha do lixo, os transportes públicos colectivos, a rede viária, as comunicações e telecomunicações, a banca, os sectores estratégicos da economia nacional. Assim fomentou-se a especulação imobiliária a favor da banca e das grandes empresas de obras públicas e construção civil. Assim se fomentou o desmantelameno da agriculura, das pescas, do sector proutivo, por darem lucros inferiores à usura e à especulação financeira e bancária. São as SWAP's, as PPP's (parcerias publico-privadas), os contratos "blindados" de lucros garantidos.
Seguros, sabendo o que querem. O que querem, propõem e fomentam o PS-PSD-CDS é que à responsabilidade dos partidos políticos se sobreponham as candidaturas de cidadãos "independentes", seguramente e na esmagadora maioria subsidiados e apadrinhados pelos donos da riqueza e dos meios de produção e dos meios de comunicação social com que condicionam e formatam a (in)consciência social. "independentes" sem história nem rasto.
É certo que a democracia representativa não se esgota nos partidos políticos como forma de organização das classes e camadas sociais com vista à conquista e ao exercício do poder. Mas os partidos políticos e os movimentos sociais de classes sociais antagónicas ou de camadas sociais dentro destas ou que gravitam em torno de umas e outras representam e defendem as aspirações e os interesses e os direitos de classes e camadas sociais com interesses que podem ou não ser radicalmente antagónicos e que são incompatíveis entre si.
E é certo e seguro que a classe dos proprietários dos meios de produção e da riqueza é muitíssimo menor que a dos largos e largos e largos milhões que não controlam nem são proprietários dos meios de produção e da comunicação social dominante, postos não ao serviço da colectividade e do Bem-Comum, mas de interesses particulares baseados na necessidade de lucro crescente, sempre crescente. A qualquer Preço. Mesmo que esse preço implique a destruição da Vida, da Humanidade e da Natureza.
Curiosamente ps-psd-cds não defendem nem fomentam uma democracia exercida quotidianamente. e de forma organizada. Pelas Comissões de Moradores. Pelas Comissões de Trabalhadores. Por Sindicatos que não façam fretes ao patronato. Por Comissões de Utentes. Por Comissões de. Reformados. Pelos Piquetes de Greve Pela protecção aos Representantes de Trabalhadores contra os despedimentos e chantagem patronais. Por muitas outras formas de intervenção organizada e consequente que a vida e a luta exijam.
E não o fazem porque aos donos da riqueza, da banca e dos grandes grupos económicos não interessa e receiam a luta e a força organizadas e quotidiana do Trabalhadores, das Populações, dos sectores da sociedade que se lhes oponham para pôr fim ao regabofe das suas mordomias e privilégios. Que lhes retirem a sua Vida, a vida de donos da riqueza e dos grandes grupos económicos e financeiros, a nível nacional ou transnacional.
É por isso que ps-psd convergem em sucessivas revisões constitucionais na redução do número de deputados à Assembleia da República. Como proclamou o Tó Zé no dia da violenta abstenção do PS Sócrates-Assis-Seguro e em dia de comemoração amordaçada da implantação da República de que foi conivente em Lisboa António Costa PS. Defendendo manobras de engenharia eleitoral como a dos círculos uninominais, esmagando a representatividade que não seja a do "pensamento único" e pré-formatado.
Rumo à institucionalização crescente do bipartidarismo rotativo em alterne ps-psd com exclusão de cds-pcp-be ou quaisquer outros partidos políticos que surjam. PS-PSD engordados pela abstenção ou pelo voto inÚTIL, rumo ao monopartidarismo da banca e dos grandes grupos económicos nacionais e transnacionais. Rumo à União Nacional e a Governos de Salvação e Acalmação Nacional dos grandes grupos económicos e financeiros.
Seguro, seguro mesmo e de verdade, é a necessidade dos trabalhadores, dos desempregados, das populações ganharem outra consciência social, para quebrarem amarras, É a necessidade dos cidadãos porem fim ao alterne e aos partidos e aos políticos que rotativamente governam a favor não dos trabalhadores e das populações, não de acordo com as promessas eleitorais, mas governam de acordo com os interesses dos donos da banca, da riqueza, dos meios de produção. Que não são os dos trabalhadores, os dos desempregados, os da chamada "classe média", os dos pequenos empresários, os da generalidade das populações,
Organizando-se. Organizando-se contra a organização nacional e internacional dos donos da banca, da riqueza, dos meios de produção, dos grandes grupos económicos. Nas urnas, nos locais de trabalho, na rua, no dia-a-dia
Cabe aos TRABALHADOREES, AO POVO, AOS DESEMPREGADOS VARREREM DE VEZ COM A TROIKA PS-PSD-CDS. PORQUE é aos trabalhadores, aos desempregados, ao povo português que cabe a responsabilidade de encontrar a alternativa democrática que ps sócrates assis seguro não vislumbram. PORQUE NÃO QUEREM NEM PODEM.
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