Ricardo Araújo Pereira - 24 de Abril, sempre. Democracia, nunca mais !
NOS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL 05 - NO PORTUGAL UNO DO MINHO A TIMOR, UM SÓ POVO, UMA SÓ RAÇA, proclamava a ideologia fascista de Salazar e Caetano.
Um texto acutilante o de RAP, embora eu preferisse a máscara do Zé Povinho, a de Fernão Mendes Pinto ou a do Soldado Prático, de Diogo do Couto.
Queixam-se alguns portugueses que em Portugal antes de 1974 tinham de estudar os rios e caminhos de ferro de Angola. Tarefa menos hercúlea que a dos angolanos, como refiro num texto meu:
«(...) Em Luanda nasci
Em Luanda vivi
Em Luanda estudei
Não Angola mas Portugal
Todos os rios e afluentes
Todas as linhas férreas e apeadeiros
Todas as cidades e vilas
Todos os reis e algumas batalhas
as plantas e animais
que não eram do meu país.
De Angola
pouco sabíamos
até ao 4 de Fevereiro, até ao 15 de Março
Veio a guerra e
....................a mentira
que alimenta
..................a Guerra,
Veio a guerra e a violência
veio a guerra e a liberdade. (...)»
Na ilustração a seguir reproduzida dum livro da escola primária adoptado obrigatoriamente no Portugal do Minho a Timor, livros onde apareciam apenas "brancos", a gravura é uma excepção elucidativa - o "branco" apinocado e de cabelo louro, o "amarelo" com o traje "típico" e o "negro", o "selvagem", de tanga.
Salvo os pescadores na Ilha do Cabo, em Angola e sobretudo em Luanda os negros vestiam calção ou calças e camisa e os meus colegas ou amigos, na escola ou vizinhos na Praia do Bispo vestiam do mesmo modo que eu, que tenho cabelos negros.
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