HISTORIAS DO JOAO BIMBELO OU DE
COMO A NOITE TRAZ EM SI A MÚSICA OU DE
COMO UM POÇO ESCONDIDO ALGURES DÁ BELEZA AO DESERTO!
Vimos como a Joana Ratinho agradara ao João Bimbelo e como haviam ficado em banho-maria os seguimentos dos mútuos convites e a continuação do enredo ã volta duma imaginária mesa de snooker, transfigurada em ponte por onde as águas deslizavam transformadas em dias e semanas, serenas ou tumultuosas.
Não era João Príncipe mas seria a Joana Raposinho como na historia do Principezinho que percorria o Universo de asteróide em asteróide em demanda já não me lembro bem de quê, até encontrar a Raposinha. A qual lhe ensinou o valor da rosa nascida em seu jardim, única entre todas porque a protegera do frio e da geada, permitindo que medrasse, assim dando um novo sentido à brisa que ondulava os louros campos do trigo em flor.
Não foi bem assim mas ao escriba todas as liberdades são permitidas para alinhavar os sinais desde o tempo em que a Joana Ratinho lhe entrou pela casa dentro a ela voltando primeiro por sua iniciativa e depois a convite de João Bimbelo, agradado da sua voz quente ou ridente, alegre ou sensual, da sua pele morena, suave e refrescante, do seu jeito brincalhão de Gabriela, Cravo e Canela. Esta era a Joana Ratinho ou Raposinho mas havia outra, a Joana (verdadeira ou falsamente) retraída nos gestos e nas palavras de ternura para não falar naquela outra que passava com um ar distante por entre os machos que se mordiam e a trincavam com os olhos, consciente ela desse facto por detrás dos óculos escuros, como se duma majestade se tratasse face aos míseros vassalos, deste modo castigados à sua donairosa e deslizante passagem.
E entre almoços e jantares, conversas e brincadeiras mais ou menos sérias se iam entrelaçando os enleios até ao dia em que se as flores desaparecessem seria como se de repente todas as estrelas se apagassem ou então os passos de cada um se distinguissem por entre a multidão e cada dia fosse um novo dia quotidianamente (re)conquistado.
Achou o escriba que este fim era muito prosaico e sem graça pelo que resolveu dar a Joana Ratinho um novo nome de guerra e para ambos ficou ela sendo a Princesa com Sabor de Gabriela Cravo e Canela.
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