ESCRITOS EM UMA NOITE DE PRIMAVERA PRESTES VERAO
POR ISSO NAO SE FALANDO EM MANHÃS DE NEVOEIRO
POR ISSO NAO SE FALANDO EM MANHÃS DE NEVOEIRO
Nestas histórias todas as liberdades são permitidas a quem escreve ou um ponto acrescenta ao conto. Não é verdade mas poderia dizer que conheci a Ana SorRiso dos Olhos Grandes naquela aldeia grande que é a Amareleja, onde existe um Largo do Regato que não se vislumbra e onde morava a Maria Papoila. No tempo da outra senhora era aquela uma aldeia aberta, com os bailes na sociedade e os longos passeios dos casalinhos ao longo das estradas que dela partiam ou a ela chegava. Tinha a Amareleja muita gente conhecida: a Marília, o Diogo, a Adélia, a Ivone, a D. Manuela a D. Marcelina, o sr. Guerreiro, o sr. Coelho e mais o casal velhote com a mercearia em cuja casa ficava na largo da igreja velha, aos fins de semana. Seguramente que havia mais gente, como a minha colega do Instituto que por vezes me dava boleia, ou o Xico qualquer coisa, que também fora meu colega.
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Não foi aqui que a Ana SorRiso dos Olhos Grandes entrou na historia, pesem as liberdades do escriba, mas sim mais tarde, lá na fila do antigo Largo das Escolas, hoje do falecido José Afonso, em busca duma casa, mais nova e menina, em companhja do João, operário da Setenave, comunista e depois policia marítimo, amigo de pegas e toiros.
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E foi aqui no Pote de Agua que nasceram a Catia e a Aida e se apartaram o João e a Ana SorRiso dos Olhos Grandes, como se apartaram o João Bimbelo, a Maria Papoila e muitos outros casais no prédio da encosta da Lanchoa.
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Nesta altura da história dirá a Ana que nao foi isto que pediu, mas sim um poema, sendo-lhe retorquido que se não for assim nunca mais é sábado e neste ora digo eu ora mandas tu a boca, que espaço restará para a nossa personagem, menina que já foi com as suas ilusões e sonhos, sem fortaleza para concretizá-los, hoje com um olhar por vezes duro e desencantado na comissura das lábios, que leio mas guardo para mim? Ana, sozinha de projecto em devaneio, de amizade em “amizade", hoje aqui, amanhã acolá, sem encontrar o rumo e o destina que valham a pena!
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E neste ponto do conto a personagem fitar-me-á para que eu lhe explique o sentido do que digo e eu respondo-lhe que a vida não é um poema mas sim uma série de minutos que se vão sucedendo, por vezes alegres, por vezes tristes, por vezes cheios de bonança, por vezes tempestuosos e cinzentos como chumbo, por aqui me ficando pois é necessário dosear o sonho, a ilusão, o realismo e, porque não?, a ironia e o cinismo.
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Pronto, deste moda desenxabido se acabam a linha e os pontos desta historieta.
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Não foi aqui que a Ana SorRiso dos Olhos Grandes entrou na historia, pesem as liberdades do escriba, mas sim mais tarde, lá na fila do antigo Largo das Escolas, hoje do falecido José Afonso, em busca duma casa, mais nova e menina, em companhja do João, operário da Setenave, comunista e depois policia marítimo, amigo de pegas e toiros.
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E foi aqui no Pote de Agua que nasceram a Catia e a Aida e se apartaram o João e a Ana SorRiso dos Olhos Grandes, como se apartaram o João Bimbelo, a Maria Papoila e muitos outros casais no prédio da encosta da Lanchoa.
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Nesta altura da história dirá a Ana que nao foi isto que pediu, mas sim um poema, sendo-lhe retorquido que se não for assim nunca mais é sábado e neste ora digo eu ora mandas tu a boca, que espaço restará para a nossa personagem, menina que já foi com as suas ilusões e sonhos, sem fortaleza para concretizá-los, hoje com um olhar por vezes duro e desencantado na comissura das lábios, que leio mas guardo para mim? Ana, sozinha de projecto em devaneio, de amizade em “amizade", hoje aqui, amanhã acolá, sem encontrar o rumo e o destina que valham a pena!
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E neste ponto do conto a personagem fitar-me-á para que eu lhe explique o sentido do que digo e eu respondo-lhe que a vida não é um poema mas sim uma série de minutos que se vão sucedendo, por vezes alegres, por vezes tristes, por vezes cheios de bonança, por vezes tempestuosos e cinzentos como chumbo, por aqui me ficando pois é necessário dosear o sonho, a ilusão, o realismo e, porque não?, a ironia e o cinismo.
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Pronto, deste moda desenxabido se acabam a linha e os pontos desta historieta.
Setúbal
1989.06.05
1989.06.05
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