sábado, 3 de julho de 2010

A destruição do Estado "democrático" burguês pela própria burguesia



 * Victor Nogueira
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Sócrates e Cavaco, que de filosofia pouco devem saber incluindo quem foi e o porquê da importância de Sócrates, têm escavacado a economia portuguesa, na linha dum ilustre antecessor, Mário  Só-ares ! Mas Pepe Sócrates" vai mais longe, destruindo os pilares do Estado, necessariamente repressivo.
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Tal como na fachada da "primavera" marcelista, trata-se duma aparente nivolução na continuidade. Desautorizados os seus agentes repressivos que agem em nome da "democracia" na Saúde, no Ensino, na Justiça, nas Forças Armadas e Policiais ou militarizadas, esmifrando até ao tutano quem não seja milionário,  futebolista de sucesso ou administrador de grandes empresas públicas ou privadas, cortando nos air-bags ou almofadas do descontentamento social, criam, simultâneamente com a "inteligente" destruição de estrutura produtiva nacional e a alienação do controle de sectores estratégicos da mesma, o "caos" e transformam a justiça e os tribunais em redes abertas por onde passam à vontade tubarões, polvos e peixe miúdo.
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Os grandes escapam impunemente pelas malhas da rede e os pequenos continuam a sua actividade de violência, tudo isto para criar um estado de descrença na justiça e um sentimento de insegurança, ante-câmara para a instauração dum regime autoritário como albergue espanhol ou casa de alterne de PS e PSD mais o sacristão do CDS/PP. O que é preciso é que esteja travestido de socialista,  trabalhista, republicano, realista, democrata ou social democrata, tudo "popular".
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Retrospectivando a cena internacional, Bin Laden continua à solta, Gorbatchov é um caixeiro viajante descartado, não houve mais ataques da Al-Quaeda nem os EUA voltaram a ser agredidos intra-muros, não se falou mais do pó branco (carbúnculo) e das cartas armadilhadas, festeja-se a Queda do Muro de Berlim mas nem uma palavra sobre as fronteiras invisíveis do muro de Schengen  ou dos muros rendilhados que Israel tece em torno da Palestina ou que que brutalmente os EUA erguem na fronteira com o México. Paredões que no primeiro caso e nos último servem apenas para permitir de facto a imigração ilegal porta aberta para trabalho escravo, cuja finalidade é apenas enriquecer uns poucos sem que de nada sirva a produção ... pois a miséria é crescente e não há poder de compra. Trata-se dum sistema - o capitalista - completamente predador, egoísta e virado para o imediato, apoiado em "indústrias" virtuais ou bolsas especulativas com a fragilidade duma bola de sabão! 
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Um sistema que já se descartou do velho conceito de "nação" e de valores culturais próprios, tudo amalgamado num "governo" supranacional disputado entre as grandes potências capitalistas, num campeonato do vale-tudo onde os serventuários, por um prato de lentilhas, vendem a honra e recebem a paga da traição e da mentira, em ferozes matilhas que desconhecem os valores da Humanidade e da Natureza.
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Haverá algo que os distinga de Gengis Cão ou do cabo austríaco antecessor de "Angela" Merckl ?

O Iraque afinal não tinha armas de destruição maciça mas é um território, berço duma civilização milenária, com os recursos naturais a saque, tal como o Afeganistão, onde a destruição dos Budas  pelos taliban levantou ondas de protesto, enquanto se silencia a destruição do património edificado, natural e cultural perpetrado pelos zelosos defensores da Liberdade e da Democracia, diáfanas fachadas que mal escondem a mentira. A própria Organização do Tratado do Atlântico Norte, fruto da cruzada anti-comunista e anti-soviética, persiste, alargando-se e tornando obsoletos todos os conceitos geográficos. Afinal existe apenas um único Oceano que cobre todo o planeta - o Atlântico Norte - e Portugal, pela mão de Só-Ares, entrou com pompa e circunstância ... na Europa. Porque continente teriam andado os seus habitantes, ET’s desde 1140 até ao milagre dos Jerónimos? Em que misteriosa Atlântida ?
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Sim, nós podemos mudar a agulha mas ... querem mesmo mudar de agulha ou esperam o inevitável momento de Brecht?
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Primeiro levaram os comunistas 
Mas não me importei com isso 
Eu não era comunista
Em seguida levaram alguns operários

  Mas não me importei com isso 
Eu também não era operário
Depois prenderam os sindicalistas
 
Mas não me importei com isso 
Porque eu não sou sindicalista
Depois agarraram uns sacerdotes
 
Mas como não sou religioso 
Também não me importei
Agora estão me levando
 
Mas já é tarde.
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Nós vos pedimos com insistência
não digam nunca:
isso é natural!
diante dos acontecimentos de cada dia
numa época em que reina a confusão
em que corre o sangue
em que o arbítrio tem força de lei
em que a humanidade se desumaniza
não digam nunca:
isso é natural!
para que nada possa ser imutável!






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O chanceler abstêmio
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Eu soube que o Chanceler não bebe
Não come carne e não fuma
E mora em uma casa pequena.
Mas também soube que os pobres
Passam fome e morrem na miséria.
Bem melhor seria um Estado em que se dissesse:
O Chanceler está sempre bêbado nas reuniões
Observando a fumaça de seus cachimbos
Alguns iletrados mudam as leis
Pobres não há.
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2 comentários:

tempus fugit à pressa disse...

O material de minha autoria só pode ser reproduzido por outrem para fins não comerciais e desde que mencionem a minha autoria
veio daqui

Do violento que tudo arrasta se diz que é...louco
Mas ninguém diz loucas as multidões que o comprimem

veio dali?

tempus fugit à pressa disse...

ou mais brilhante que mil sóis....pois desactualizado metam-se debaixo das mesas que lá vem o mais brilhante que mil sóis e eu à espera e o dito cujo nunca veio
há que ter esperança
se bem que agora há menos, embora em mais sítios
ou seja o veio daqui é extraído do seu blogue
logo autoria anunciada

as loucas multidões que nos oprimem deve ter vindo do brecht
e antes dele de outros
isto das palavras terem donos
é pior do que se possuir a terra onde todos morremos

O comentário foi a um post no Mu(n)do