* Victor Nogueira
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Continuando o registo meteorológico, hoje o dia amanheceu nublado e chuvoso mas para a tarde já estava soalheiro embora quente e abafado como nos anteriores. Não há duvida que este mês de Agosto tem sido farto em variações climatéricas algo surpreendentes.
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Continuando o registo meteorológico, hoje o dia amanheceu nublado e chuvoso mas para a tarde já estava soalheiro embora quente e abafado como nos anteriores. Não há duvida que este mês de Agosto tem sido farto em variações climatéricas algo surpreendentes.
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De manhã passei pelo Jumbo de Alferagide, cheio como sempre, apesar de estarmos a meio do mês. Ao menos no de Setúbal anda-se à vontade, excepto no final dos meses. Mas o de Alferagide tem mais variedade de filmes em vídeo ao meu gosto, que não comprei, enquanto os CD estão mais arrumadinhos.
De manhã passei pelo Jumbo de Alferagide, cheio como sempre, apesar de estarmos a meio do mês. Ao menos no de Setúbal anda-se à vontade, excepto no final dos meses. Mas o de Alferagide tem mais variedade de filmes em vídeo ao meu gosto, que não comprei, enquanto os CD estão mais arrumadinhos.
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Como não podia deixar de ser eu e a Susana perdemo-nos na confusão do Jumbo, só a encontrando à minha espera no carro, pois esquecera-se duma nossa velha combinação sobre o ponto de encontro após perdimentos nestes malfadados hipermercados. E lembro-me duma das vezes em que nos perdemos no Jumbo de Setúbal. Farto de andar às voltas, dirigi-me à recepção dizendo que perdera a minha filha e se lhe podiam marcar um ponto de encontro. Ia tudo bem até que a empregada me perguntou a idade da menina. Devidamente informada das suas 16 risonhas primaveras, a empregada foi-me logo dizendo que com tal idade nada feito, pois a desaparecida já era muito crescida para andar perdida, pelo que não podiam satisfazer a minha pretensão. De modo que lá andámos os dois num hiper cheio como ovo, aos encontrões, à procura um do outro, cada um para o seu lado desconhecido, deixando recados a toda a gente conhecida com quem me ia cruzando. Uma aventura sem qualquer graça!
Como não podia deixar de ser eu e a Susana perdemo-nos na confusão do Jumbo, só a encontrando à minha espera no carro, pois esquecera-se duma nossa velha combinação sobre o ponto de encontro após perdimentos nestes malfadados hipermercados. E lembro-me duma das vezes em que nos perdemos no Jumbo de Setúbal. Farto de andar às voltas, dirigi-me à recepção dizendo que perdera a minha filha e se lhe podiam marcar um ponto de encontro. Ia tudo bem até que a empregada me perguntou a idade da menina. Devidamente informada das suas 16 risonhas primaveras, a empregada foi-me logo dizendo que com tal idade nada feito, pois a desaparecida já era muito crescida para andar perdida, pelo que não podiam satisfazer a minha pretensão. De modo que lá andámos os dois num hiper cheio como ovo, aos encontrões, à procura um do outro, cada um para o seu lado desconhecido, deixando recados a toda a gente conhecida com quem me ia cruzando. Uma aventura sem qualquer graça!
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Ontem falei do Mindelo. Hoje falarei de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, duas cidades de características muito diferentes. Vila do Conde, que fica na foz do rio Ave, é uma povoação antiga, com uma rua com casas do tempo do senhor D. Manuel I, um aqueduto e o Convento de Santa Clara, sobranceiro à ponte que liga as duas margens. Tem uma ampla avenida marginal que a liga á Póvoa de Varzim. É uma cidade de ruas largas, formando uma quadrícula, com jardins espaçosos e casas térreas. A Póvoa, outrora povoação de pescadores, é uma cidade de veraneio, cheia de gente no Verão, com praias ao atravessar da referida avenida marginal. É célebre pelo seu casino, embora a parte antiga seja mais estreita e tortuosa e as casas, em menor escala, parecidas com as do centro burguês do Porto. O trânsito é mais complicado e abundam edifícios de muitos andares junto à praia e na parte nova. Vila do Conde é mais pacata; o movimento aperta apenas às sextas-feiras, dia do mercado ou feira semanal. Na Póvoa há ruas vedadas ao trânsito automóvel, na zona central comercial, onde se acotovelam os veraneantes. Aqui há também mais comércio e distracções, para além dos cinemas, de um museu de artesanato e duma enorme biblioteca municipal. Personagens ilustres? Para além do Cego de Maio, célebre pelos náufragos cujo afogamento impediu, temos o poeta José Régio, que nasceu e morreu em Vila do Conde (a casa onde faleceu transformada em museu) e o Eça de Queirós, escritor cujo humor e causticidade muito aprecio.
Ontem falei do Mindelo. Hoje falarei de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, duas cidades de características muito diferentes. Vila do Conde, que fica na foz do rio Ave, é uma povoação antiga, com uma rua com casas do tempo do senhor D. Manuel I, um aqueduto e o Convento de Santa Clara, sobranceiro à ponte que liga as duas margens. Tem uma ampla avenida marginal que a liga á Póvoa de Varzim. É uma cidade de ruas largas, formando uma quadrícula, com jardins espaçosos e casas térreas. A Póvoa, outrora povoação de pescadores, é uma cidade de veraneio, cheia de gente no Verão, com praias ao atravessar da referida avenida marginal. É célebre pelo seu casino, embora a parte antiga seja mais estreita e tortuosa e as casas, em menor escala, parecidas com as do centro burguês do Porto. O trânsito é mais complicado e abundam edifícios de muitos andares junto à praia e na parte nova. Vila do Conde é mais pacata; o movimento aperta apenas às sextas-feiras, dia do mercado ou feira semanal. Na Póvoa há ruas vedadas ao trânsito automóvel, na zona central comercial, onde se acotovelam os veraneantes. Aqui há também mais comércio e distracções, para além dos cinemas, de um museu de artesanato e duma enorme biblioteca municipal. Personagens ilustres? Para além do Cego de Maio, célebre pelos náufragos cujo afogamento impediu, temos o poeta José Régio, que nasceu e morreu em Vila do Conde (a casa onde faleceu transformada em museu) e o Eça de Queirós, escritor cujo humor e causticidade muito aprecio.
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O Mindelo é para mim um quartel-general donde parto para as minhas explorações paisagísticas e turísticas. Para o interior e ao longo dos rios dão-se belos passeios, com protestos da Susana, que não aprecia ver pedras e monos.
O Mindelo é para mim um quartel-general donde parto para as minhas explorações paisagísticas e turísticas. Para o interior e ao longo dos rios dão-se belos passeios, com protestos da Susana, que não aprecia ver pedras e monos.
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E chega por hoje de letras alinhadas em carreirinha umas atrás das outras.
E chega por hoje de letras alinhadas em carreirinha umas atrás das outras.
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Vou dar uma volta pois estou farto de estar em casa. Os sacos já estão arrumados para a viagem de amanhã.
.Vou dar uma volta pois estou farto de estar em casa. Os sacos já estão arrumados para a viagem de amanhã.
Paço de Arcos, 1993.08.21 (Sábado)
1 comentário:
Saltitantes as tuas descrições, fazem-nos ver várias paisagens ao mesmo tempo, com uma nitidez invejável e clara,"precisa e concisa" como me ensinou a minha professora de Português no tocante aos discursos...e ainda hoje recordo e gosto...
Maria Mamede
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