quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Notas Soltas



Neste momento ouço um disco da Rita Olivais. As músicas são calmas, repousantes. Parece que os sons musicais vão caindo ou talvez brotando de alguma saída. Os poemas, quanto a mim, nada de especial têm. Mas alguns dos versos, a forma como representam as ideias, são, a meu ver, felizes. E a música valoriza os bastante.


O rádio transmite neste momento a valsa O Danúbio Azul [de J.Strauss]. E eu deixo me levar na onda dos seus acordes, vogando liberto deste quarto deserto. Mas a valsa terminou e alguém pediu um disco dum tipo qualquer que pede à querida que relembre os momentos felizes, para que ele possa esquecer todo o seu amargor. É o programa do Matos Maia: Quando o Telefone Toca. A malta telefona, repete uma frase publicitária, pede um disco e, frequentemente antes de desligar, pergunta: "Posso dizer o meu nome?" E ficam todos felizes da costa ! ... Pobres pessoas que se contentam com tão pouco! (ASV - 1969.02.29)


Vivaldi é um compositor muito agradável de ouvir se. A sua música é sonora, alegre, colorida! (NSF - 1969.12.12.)


A tarde cai e do gira-discos evolam se as notas da "Dança Macabra", que de macabra nada tem. (NSF - 1970.05.17)


A tarde está tristonha. Dos alto-falantes do gira discos saiem as notas da "Rapsódia Húngara", de Liszt. Não há dúvida que o piano é um instrumento agradável de ouvir. E a Rapsódia Húngara nº 6?! Dá uma sensação de afirmação persistente, que nunca se quebra. Mas uma das minhas composições preferidas é o "Concerto para piano, nº 1", de Tchaikowski. (NSF - 1970.03.21)


Como sempre ouço música. Desta feita o meu amigo Vivaldi e os seus concertos, que têm algo de primaveril, recordando bosques e pássaros e riachos. (NID - 1971.04.05)


Bach no gira discos: a calma e a harmonia do velho Johann Sebastian. O turbilhão que é o meu espírito talvez se acalme com ele. Rios tumultuosos sobem dentro de mim. Eles preferiam Zorba do compositor Mikis Theodorakis (1) e o delírio até à exaustão: descansar o cansaço.


Bach (Johann Sebastian)é agora um hino à alegria. Se fosse traduzir por imagens o que ele me desperta falaria de flores cujas pétalas se abrem lentamente, ao retardador, de qualquer coisa de esvoaçante, de saltitante, duma sensação de leveza. Bach permitiu que se rompessem os diques feitos das recusas, das negações, das violências destes dias de exames, calor e frustração. (MCG - 1972.07.14)


Estou ouvindo música assassinada, isto é, música clássica adaptada e interpretada por um tal Waldo dos Rios (o tal do "Hino à Alegria") e sua orquestra. (1975.06.29)


Ali no gravador canta o cantor Zeca Afonso, que tinha uma voz muito bonita e diversificada. E ao mesmo tempo fico triste com elas (canções), porque me fazem lembrar o tempo do fascismo, quando havia esperança de lutar e conseguir um mundo melhor, sem guerra, nem miséria, nem fome, mas onde houvesse alegria, liberdade e paz. (SNS - 1987.04.26)


No gravador o Paulo de Carvalho canta Olá, como vais?, depois de se ter calado de novo a Luísa Basto, cuja voz me comove imenso, ainda mais que a da Nana Mouskouri ou da Joan Baez. Gosto de ouvir o Paulo de Carvalho. (MCS - 1989.09.24/26)


Ouço o Nino Rossi. Gosto muito da música de trompete. (MMA - 1993.09.12)


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1 - Do filme Zorba, o Grego.

1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Olá Victor!

Peregrinações no tempo, meu Amigo!!!

De vez em quando, também me atrevo a algumas, até cansar meu coração e dos meus olhos, quase fechados, sair umas gotinhas de orvalho...

Bj

Maria Mamede