segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Ao (es)correr da pena e do olhar (15)

* Victor Nogueira
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A vida flui e cada instante é diferente do anterior; nada na vida se repete. Ambos somos hoje diferentes, porque noutra situação. Amanhã, mudando-se as circunstâncias, mudaremos, bem como aquilo que cada um de nós espera do outro. (...) Encontrámo-nos a uma esquina da vida, por acaso e com naturalidade, porque somos pessoas que se reconheceram nalguma coisa e que, por isso, se tornaram amigas. Mas não nos conhecemos o suficiente para que possamos hoje dizer se seremos algo mais que isso.
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(...)Há um, dois anos atrás, teria aproveitado a ida a Lisboa para passear por essa cidade que amo, apesar da alegria de voltar a casa onde tinha companhia. Hoje voltei para Setúbal e nem à manifestação da Função Pública fui, apesar de desafiado para isso.
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(...) A reunião em Lisboa decorreu. Encontrei alguns amigos doutras Câmaras. No regresso ainda passei pela de Setúbal, pelo Departamento de Pessoal, para assinar o despacho. pela noite dentro. (...)
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É quase uma da manhã e o silêncio invade a casa, quebrado apenas pelo matraquear da máquina, terminado que foi o disco das marchas militares.
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Setúbal, 1986.02.06

1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Penso que nunca conhecemos as pessoas profundamente...podemos conhecê-las bem, muito bem até, mas profudamente, nem a nós mesmos(as)...
Todos temos sempre algo de obscuro que mesmo sem querer acaba por ser escondido; além disso, há as mudanças, nossas, próprias da vida e da idade e as outras, alheias, que passando à nossa volta einterferem connosco.

Maria Mamede