* Victor Nogueira
A memória é tramada. E a falta dela ainda mais grave. Em 2011 Sócrates tinha luz verde do consórcio que "gere" a chamada União Europeia, incluindo Durão Barroso, para avançar com o PEC IV, contando internamente com o apoio "tradicional" de Passos Coelho, nos PEC´s anteriores. De acordo com a "tradição" era certo o voto contra do PCP, Bloco e PEV .
Mas a Banca, com o apoio de Teixeira dos Santos, ministro das Finanças do PS, e de Passos Coelho/PSD e Paulo Portas/CDS, sem respeito pela "tradição", tiraram o tapete a Sócrates/PS, forçando e assinando (PS/PSD/CDS) o pedido de intervenção da troika.
Nas eleições de 2011 PSD e CDS conseguiram a maioria absoluta porque Passos Coelho prometeu que faria uma política radicalmente diferente da de Sócrates. Pura trapaça, como verificou, pois gabaram-se de terem tido ainda mais além do que a troika exigia.
Em 2015 PSD/CDS pediram nova maioria absoluta para prosseguirem a mesma política mas, apesar de coligados, perderam votos e tiveram a 2ª mais pequena votação de sempre. Os deputados "ganhos" pelo CDS não corresponderão assim ao seu actual peso real.
Passos Coelho e seus apoiantes acreditam no que dizem ou já vivem completamente fora da realidade? É que até o Presidente dos grandes empresários da CIP criticou o tom e as consequências do discurso de Cavaco em termos de crispação social e perturbação do ambiente político.
Como podem PSD e CDS afirmar um Governo de 4 anos, minoritário, com novo PR a ser eleito em Janeiro? Suspendem ou rasgam a Constituição? Declaram o estado de sítio ?
Passos promete formar governo forte "para quatro anos"
Sociais-democratas e democratas-cristãos vêem como quase impossível haver um governo de gestão, com uma maioria parlamentar de esquerda. Mas líder do PSD deixa claro que o ónus dessa situação será do PS.
http://www.publico.pt/politica/noticia/passos-promete-governo-forte-para-quatro-anos-1712141#/23132pag-4
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