* Victor Nogueira
A memória é tramada e não há nada como o prelúdio de graves crises e convulsões sociais para se definirem barricadas. A de Bagão Felix é a da defesa do status quo.
Em 2011 PSD e CDS não concorreram coligados mas conseguiram a maioria absoluta porque Passos Coelho prometeu romper radicalmente com a política de Sócrates. Não o fizeram e anunciaram orgulhosamente terem ido ainda mais além do exigido pela troika, [em medidas de austeridade] embora Daniel Beça Eduardo Catroga dissesse então que o teor do acordo com a troika fora obra e tinha a marca do PSD/Passos Coelho [em termos de "suavização"].
Em 2015 PSD/CDS pediram nova maioria absoluta para prosseguirem a mesma política mas, apesar de coligados, perderam votos [e deputados] e tiveram a 2ª mais pequena votação de sempre. Os deputados "ganhos" pelo CDS não corresponderão assim ao seu actual peso real.
O PS solicitou também ao eleitorado uma maioria absoluta para inverter a política do PSD/CDS mas não a obteve e prometeu votar contra qualquer eventual OE do PáF. Contudo, comparativamente a 2011 o eleitorado reforçou a votação no PS, CDU e Bloco e, consequentemente, o nº de deputados permitindo que o conjunto destas forças políticas tenham a maioria absoluta no Parlamento.
Sendo a AR soberana, rejeitado o Programa de Governo do PáF e decidindo constitucionalmente a maioria PS, BE, PCP e PEV viabilizar outro Programa de Governo, que resta aos apoiantes do PR/PáF? O estado de sítio? Provocarem e acirrarem o caos e a instabilidade política? Parece que o Presidente da CIP não concorda com a crispação social provocada pelo PR.
- Victor Nogueira