segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Leituras - breves notas

* Victor Nogueira
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Reli o "Diário de Anne Frank", cujos problemas eram os meus quando adolescente. Estava a relê lo e a lembrar me também das conversas da Maria Antónia [Ferreira de Almeida] comigo. Li também "A Velhice do Padre Eterno", de Junqueiro. Este teve melhor sorte que um outro exemplar, que o zelo católico da minha mãe houve por bem rasgar. Nada lhe acho de chocante. Parece me que será mais evangélico que muitas obras piedosas que se alinham em casa do meu avô Barroso. Fui forçado a mudar a minha opinião acerca de (alguns) livros da [Biblioteca] RTP.
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Gostei do Fernando Namora e, sobretudo, do Branquinho da Fonseca: "Um Pobre Homem" (excepcional a descrição feita no 3º e 4º parágrafos do conto "Um Pobre Homem"). A venda dos "Esteiros" de Soeiro Pereira Gomes foi proibida em Angola. Duvido que chegue também "O Valente Soldado Chveik". (NSM - 1971.09.03)
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Toda a vida é uma enorme representação teatral, um palco mundano. (Lembras-te, Shakespeare? Lembras-te, Stau Monteiro d' "Angústia para o Jantar")? (NSM - 1971.12.03)
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Gosto do Eça de Queiroz, da sua lucidez e da sua ironia. (...) Comprei um romance, "O Mandarim" e três livros de notas: "Cartas Familiares e Bilhetes de Paris", "Echos de Paris" e "Notas Contemporâneas" . (MCG - 1972.09.06)
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NOTA - No 3º ciclo, não sei já em que disciplina, talvez na de Inglês, a professora leu uma passagem d' "O Egipto" do Eça, sobre um inglês que escrevia furiosamente para um jornal ou editora na Grã-Bretanha, protestando porque a realidade não correspondia ao que lera. Era hilariante, mas apesar de ter toda a obra do Eça, penso, nunca mais encontrei essa passagem. Embora as minhas retroversões para inglês não tivessem brilho, pois não dominava nem domino o inglês literário, as minhas traduções eram sempre elogiadas pela professora e uma delas super elogiada: uma tradução dum dos contos de Chaucer, que ela considerou brilhante, modéstia à parte.

1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Não sei o que acontece com as outras pessoas, mas comigo, quando passados muitos anos releio alguns livros, o sabor é diferente...
não se passa pelas várias fases da vida sem que algo mude, cá dentro;
daí a compreensão das coisas, as experiências vividas, fazem-me senti-las de modo diverso; em tudo e também nos livros.
E apesar de gostar dos mesmos autores que gostei no passado, alguns mudaram de posição nesse gosto, descendo ou subindo na escala anterior.

Bj

Maria Mamede