* Victor Nogueira
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Os incêndios continuam, o País arde e os governantes estão de férias. Parece que a vida para em Portugal nos meses de verão, como se a política entrasse no casulo para despertar em força na chamada "rentrée". Reza certa imprensa que a rentrée de Passos de Coelho/PSD no Pontal se saldou num fracasso, com o líder a falar às massas de ... madrugada. O homem não sabe que as grandes declarações tem de ser feitas à hora dos telejornais. Enfim ... Quanto ao Cavaco estará mais interessado em ser ... re-eleito, pelo que navega em mar de calmaria !
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A propósito do último post dei por mim a rever vídeos de intervenções televisivas de Salazar e Marcelo, a preto e branco, com o primeiro a ler por cima dos óculos e o segundo olhando para o teleponto, colocado acima da nossa cabeça. E revi as notícias dos massacres de 15 de Março de 1961, no Norte de Angola, aparentemente inexplicáveis, mas nem uma palavra sobre os massacres de camponeses negros na Baixa do Cassange semanas antes ou de Salazar ter sido advertido da eclosão das revoltas e nada ter feito. Aquilo de que se não fala não existe, era uma das máximas do fascismo! Ou como se diz ou dizia até há pouco, se dá na TV é porque é verdade ou é bom !
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No tempo do antigamente os telejornais tinham um guião seguindo a hierarquia política, sendo o País um mar de rosas e o estrangeiro um caldeirão infernal ! Agora a hierarquia é abrir com o sensacionalismo e muitas vezes andar a mastigar pescadinhas de rabo na boca sem nada acrescentar de novo, de que a reportagem da queda da ponte de Entre-Rios há anos é um bom exemplo.
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Começou a volta a Portugal em bicicleta, mas já não tem o atractivo dos tempos da outra senhora. Aliás, nas estradas e caminhos já não se anda de carroça atrelada a um burro, espécie em vias de extinção, nem de bicicleta ou motorizada ou lambreta ! Outros tempos, outros cabedais ! Ou ... capitais?
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Da vida e das lutas do povo só se fala quando há desgraças ou despedimentos. O resto seriam tricas políticas e não fosse o Avante e o povo seria apenas a fachada para enfeitar comícios, agitando bandeirinhas, Antigamente e ordeiramente, de Portugal, do Minho a Timor, hoje dos partidos em disputa !
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