sábado, 24 de maio de 2008

Fábulas de la Fuente (1) - Democracia, Liberdade e Totalitarismo

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* Victor Nogueira

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恩里克

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O escriba é apenas aquele com quem Deus não está mas sabe o que está na apetitosa e saborosa travessa. O escriba sabe o manjar que está nas travessas e o seu interlocutor no tabuleiro do xadrez, sabe que o tacho do escriba é como se fosse um regador que deixa escorrer o H2O. O escriba já conhecia o Só-Ares, parente da Prima Vera, desde os tempos do 69 e de Marcellus, que sucedeu a Cíclope. O escriba votou no «Ar e Vento» contra Frei-Tag. O escriba não precisou de tapar o retrato nem de engolir qualquer sapo.

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Quando o escriba, no papel, traçou uma cruz na Grande e Rechonchuda Maçã do Rosto, estava a ser crucificado pelo discípulo dele, um macho viril mas rosado: «El Pegadorcito».

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O escriba nunca foi atrás da conversa de Othelo, pois sabia que por detrás dele estava Iago e Desdémona seria apunhalada, ao virar da 1ª esquina. Para o escriba, Othelo tinha sido talvez um general valeroso, mas na hora da verdade abandonou as tropas no terreno e, como se no Horto das Oliveiras estivesse, adormeceu, não ao relento mas no aconchego da sua mansão, em Vale de Lençóis.

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Hoje, João Bimbelo não sabia já quem era minimamente «Amigo do Povo», mesmo que fosse cara pálida defensor dos Patrícios, se «Só Ares e Vento», se «Frei-Tag». Afinal, como escreveu Camões, «O Mundo é composto de
mudança» ou um certo e anónimo Victor Nogueira, ao alinhavar que «O mundo é composto de fazenda e mudança».
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A secretária do escriba, oficial às ordens, fugia da polis como o diabo da cruz e o «ajudante de campo» seu braço direito era activo defensor dos laranjais de Cetóbriga. Para o centurião nunca tinham sido faxineiros. Estiveram à beira de serem crucificados com o Centurião, apenas porque eram o seu braço direito, não por razões políticas mas de reconhecida competência profissional. Ao contrário do Centurião não tinham frequentado a Academia nem eram Doutores do Templo nem haviam sido educados pela «militarizada» Companhia.
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Sempre delicadamente mas com ironia, frontalmente e em público, em sessões públicas de Câmara ou nas reuniões que «El Pegadorcito» fazia com Pé descalço e a Ferrugem, aquele com quem Deus não estava, enquanto representante do Pé descalço e da Ferrugem, afrontava Dom Manolo, olhos nos olhos. Há quem diga que ele, Golias, tinha, «medo» dum minorca, simples escriba ou «copista» como o Centurião a quem na parada não tinham conseguido arrancar os galões. Tal como afrontara o o às de ouro americano, que descera do ninho das águias até à planície, onde com pena dele a pena perdeu, tal como Perdigão.

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A águia que não passava dum pardal xico-esperto, disse numa madrugada, sem testemunhas, qual czar, que se o centurião, representante eleito pelo Pé descalço e da Ferrugem, como o cavaleiro de S. Martinho, continuássem a pôr os trabalhadores na rua, ele fazia-lhe a folha.


Aquele com quem Deus não está e o Cavaleiro de S. Martinho, continuaram a pôr os servos da gleba na rua como sempre haviam feito durante o «reynado» de D. Manolo. Impolutas vieiras, águias com voos de pardal, «renegados» filhos da moirama», simples galinhas sem nada de galos na capoeira, iguaizinhos mas menos inteligentes que pintos com «dragões», virtuosos «puros» de última hora, simples joio e não louro trigal de sangue azul e não vermelho ou «encarnado» (mas não incarnado), que durante década e meia trataram da sua «vidinha» e da sua bolsa, armaram-se em virgens com cabaço quando toda a gente sabia que a Rosa ia perder as eleições: até as roseiras que já não podiam o laranjal à sua frente. E que o cabaço era um poço sem fundo onde ao mesmo tempo cabia uma companhia inteira.

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A Rosa era já um espinho encravado na casta flor de laranjeira. Esta Rosa nada tinha a ver com a do Principezinho, pois era não uma raposinha mas um Lobo Mau travestido de inocente e seráfica ovelha.

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O que no alto dessa madrugada respondeu ao descendente do Vieira, Santiago Mata Mouros, foi que a sedes, associação cívica, tinha uma linha política definida a nível central para os terroristas destacados para o baluarte do Poder Local (definida no Concilium dos Calhaus) e uma linha política definida a nível central para os terroristas destacados para o baluarte do Pé descalço e da Ferrugem e quem dirimia os conflitos era o Senado da Res-Pública e não qualquer califa ou grão-vizir local, capataz, cacique, mandarete ou marioneta, e quem não estava a cumprir as orientações definidas pelo Senado eramo pardalito aspirante a czar, e a sua companhia, incluido a sua sombra: Dom Rex.

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O Só-Ares é um filho da {Visado pela Censura} simpático mas inteligente. Mas fisicamente corajoso. Enfrentando a multidão e levando mesmo uns sopapos como na Marinha Grande ou daquele ex-combatente. O outro era um «robot» que entra pela porta das traseiras, que nunca tomaria uma taça de cicuta. O «senhor» do «Ar e Vento», é o único chefe súcialista que o falso copista considerava.


Quem devia ter ganho o concurso do Maior «Viriato» de Sempre, do ponto de vista da classe dominante, deveria ter sido o Só-Ares e Vento. O «Botas» era mais culto, mais inteligente, «florentino» na escrita, quase um António Vieira. Mas se hoje fosse a votos nesta «democracia», perderia as eleições, com a sua voz de falsete e o seu horror às multidões.

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O escribador conheçe muito doutor burro e muito analfabeto inteligente. O escribador conhece muito dr. de aviário, que assina não com a categoria profissional mas, para que não haja «dúvidas», acrescenta ou antecede o seu nome com um «dr.» ou «Licenciado». Coitados deles/delas, «analfabetos/as» porque para aquele que renegara
YHVH e não se vendera por um prato de lentilhas, a maioria esmifrada era produzida em série normalizada em processos industriais em fábricas de papel e lápis, cujos pobres pequenos burgueses queriam ser alguém e não pé descalço, que acreditavam que o dr. era a chave da caverna de Ali Babá, enquanto enchiam os bolsos e a carteira de «doutores» para quem cada dia tinha milagrosamente, no mínimo. 60 horas. Era como se fosse o milagre da parábola da multiplicação dos pães e do peixe!.

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O copista era um dos poucos doutores da lei, um dos «escolhidos» livremente pelo Pé descalço e da Ferrugem, um dos poucos doutores e centurião não demagogo, a quem no fórum o pé descalço aplaude após as suas intervenções nunca demagógicas, sempre pão pão queijo queijo. Quase todos os legionários «têm medo» do centurião que não é nem nunca quis ser César Augusto ou Czar. Um deles, simples «carpinteiro», disse uma vez no forum: «este senador», a dormir, vê mais que vocês todos de olhos esbugalhados».


O «oficial» acreditava que o «D. Manolo, el pegadorcito» podia ter medo dum minorca sem tropas, como aquele aquele que renegara YHVH e por isso não participava do Olimpo, mas que espeitava Sertório porque embora com delicadeza frontal, irónica, este sempre lhe fizera frente. Verdade seja dita que o CzarDom Manolo tinha um grande sentido do humor e uma grande capacidade de encaixe para quem o enfrentava frontalmente. Qualidades que não tinha nem nunca teve o pardalito que não era águia mas sim dono duma bolsa ruminante, sempre rodeado da sua «clientela» bajuladora e das «meninas». Note-se, D. Manolo, como bom marialva, sempre tivera «donzelas» em torno de si.


Quando Sertório era ainda o chefe das legiões, D. Manolo, na 1ª reunião etratégica, fez-lhe uma ameaça: levá-lo a Conselho de Guerra. Mas o centurião respondeu a Júlio César, com o seu habitual sorriso irónico: «Alteza, com o RDM em vigor, qualquer peão ou oficial diariamente comete milhentas infracções disciplinares. Mas se Vossa Alteza me levantar um processo, garanto-lhe que neste Quartel levanta-se tanta poeira, tanta poeira, que no fim ninguém se entende e chegará ao seu correligionário O Curto» .


Eu creio que Golias tinha respeito por David, ao contrário dos companheiros de armas deste, que o mantiveram durante 6 anos de quarentena no Pavilhão dos Infectos Contagiosos, com um único trabalho, tal como fizera a charmosa BrancaMorena: à porta de armas apresentar-se à sentinela de serviço, marcar a presença e ao fim do mês receber o pré.

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Sabes , o que Napoleão I respondeu ao centurião sem tropas? «Oh Senhor General sem tropas, percebeu mal, ninguém lhe quer levantar um processo ao abrigo do RDM»

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Tu que me lês, deves conhecer a charmosa Branca Morena. Às vezes ela «desabafava» com o centurião sem p(h)oder e este respondia-lhe com a sua habitual mas delicada ironia. Uma vez, no gabinete de Cleópatra, esta disse ao general sem tropas «V permite-se dizer-me coisas que mais ninguém se atreve». Nunca levantou ou ameaçou com o RDM o Zé Ninguém.


Eu acho que é obra durante 16 anos um Zé Ninguém ter afrontado publicamente a brava «companhia» sem que eles ousassem levantar-lhe ou voltar a ameaçá-lo com o RDM. Hoje que Nemésis já está mãos perto dos Deuses do Olimpo, mas quando encontra o centurião sem tropas, dá-lhe um ósculo com grande simpatia. João Bimbelo acredita que não se trata dum beijo de Judas (F).


Tu não sabes quanta gente poderosa e importante David conhecia (há tantos David’s na História, para além daqueles de quem os Anais do Reyno rezam). Como David poderia ter a bolsa cheia de lentilhas, migalhas, se fosse ter com Golias, o Czar, César Augusto, Júlio César, Cleópatra, Ramsés II, Luís XIV e dissesse: «Podem contar comigo, com a minha inteligência, com a minha capacidade, com o meu «savoir faire». Teria uma choruda bolsa com as migalhas, a troco duma travessa de lentilhas.

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A fábula terminou. Quem vir nela qualquer semelhança com personagens ou factos reais, tal como nas fitas de Hollywood ou nos quixotescos rimances de cavalaria, declaro solenemente e sob palavra de honra e para todos os efeitos legais que é mera coincidência.


恩里克 eu tenho uma grande estima por ti, e essa estima cresceu com aquilo que veio a ser a «estórias com picardia». Eu não te conhecia, mas manifestei-te a minha solidariedade perante a infame campanha que te fizeram na coutada do Grande Presidente.

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Eu
na coutada do Grande Presidente escrevo com toda a liberdade. Às vezes no MSN falo com o El Comandante a quem trato por «Presidente Camarada Comandante» e ele trata-me por «vermelho». Eu não acredito na «democracia» da coutada do Grande Presidente. Acredito que face ao que ele me publica, poderia ser alvo de infames campanhas como as que tu e outros lá sofrem. Mas acho que El Comandante, sei eu lá pk. não deixa passar esses textos e me «poupa».


Tu achas que eu sou totalitário? Se achas, desiludes-me.


Um abraço


Victor Manuel

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