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* Victor Nogueira
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Posso apenas servir-me das minhas «memórias» e estas perdem-se nas brumas do tempo e nas mudanças do olhar (1).
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Mas perante tantos cronistas encartados que na Televisão e na auto-denominada «imprensa de referência», como Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Sousa Tavares, Nuno Rogeiro, Jorge Coelho, Santana Lopes, José Sócrates, António Barreto, Emídio Rangel e Vital Moreira, etc., etc., etc., abalizados fazedores de opinião pública e outros que peroram ou peroraram abalizadamente sobre tudo como se inclíticos descendentes do «renascentista» e genial Leonardo Da Vinci fossem, permitam-me estas opiniões «impressionistas» dum bloguista Zé Ninguém.
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De 1961 a 1966 vivi diariamente em Luanda e depois daí, estudante universitário apenas e até às Férias Grandes de 1972, posso dar a minha opinião, por vezes «impressionista», tal como os «sábios» «opinion makers» acima referidos, aceitando rectificações contudo fundamentadas às minhas «memórias».
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A «independência» do Congo ex-belga, nunca chamada à colação mas mais «assassina» ou «criminosa» que a Portuguesa nos moldes em que foi feita (recordemos o abandono dos colonos brancos e da secessão do rico Katanga, do apoio a Moise Tshombe e do assassinato de Lumumba, este apresentado como sanguinário analfabeto pela imprensa portuguesa - lembremo-nos também das «anedotas» sobre Samora Machel, (2) ... Lumumba, apesar de «protegido» pelos capacetes azuis no Congo Belga, que fora «propriedade particular» do imperador da Bélgica, teve a mesma «sorte» que os seus compatriotas no século XIX que, sob a pata do «venerável» Leopoldo II, foram assassinados: 50 % da população do da fatia do Reino ou Império do Congo, pela Conferência de Berlim artificiosamente «dividido» entre Portugal, a França e Leopoldo (entenda-se, não à Bélgica), formando este o que chamou Estado Livre do Congo. (3)(4)
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A chegada de levas de colonos brancos aterrorizados fugidos do Congo ex-Belga com uma mão à frente e outra atrás, foi habilmente explorada pela imprensa angolana ferreamente controlada pelo fascismo Português para «demonstrar» a inferioridade dos negros, terroristas e sanguinários selvagens incapazes de se autogovernarem.
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Considerados «mentecaptos» pelo fascismo salazarento português, os negros em África (durante séculos coisas e mercadoria escrava na América) eram considerados incapazes de viverem em democracia, tal como os brancos e as mulheres no Puto. Durante séculos Angola foi vasta colónia de degredo, para criminosos de direito comum ou presos políticos, de Portugal ou do Brasil. É verdade que os líderes dos chamados «terroristas» eram intelectuais negros, licenciados ou não pela salazarenta Universidade Portuguesa, como Agostinho Neto, Amílcar Cabral, ViriatoCruz, Eduardo Mondlane, Mário Pinto de Andrade ou Savimbi ...
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A tragédia do Congo teve influências negativas em Angola após os assaltos em Luanda à Cadeia Civil de S. Paulo, ao Quartel da Polícia Móvel e ao Forte de S. Fernando, ocorridos em 4 de Fevereiro de 1961, para libertar os presos políticos, e reivindicados pelo MPLA. Desses assaltos resultaram mortos apenas entre os assaltantes e as forças policiais, neste caso sete. O senhor Coronel Manuel Amaro Bernardo dá o seu testemunho sobre a preparação das forças militares portuguesas para a guerra de guerrilha e sobre a ausência de massacres sobre as populações negras.
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Eu, como muitos outros brancos, estávamos lá. Éramos brancos da 2ª geração, éramos brancos angolanos a quem Portugal nada dizia (veja-se o meu poema Raízes) e já dei testemunho com um saber de experiência feita dos massacres sobre as populações negras perpretados indiscriminadamente pelas milícias da Organização Popular de Vigilância e Defesa Civil de Angola no PortugalClub, no macua.blogs - 25_de_abril_o_antes_e_o_ agora e no Kant_O_XimPi
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A benevolência do colonialismo ou o «luso-tropicalismo» de Gilberto Freire (5) são uma ficção, mesmo num país «exemplar» mas de facto racista como é o Brasil. Isto para não falar nos EUA ou em muitas «repúblicas» inde+endentes da chamada América Latina. Latina? Anglo-saxónica? Apenas e na sequência da Conferência de Berlim. nos finais da Monarquia - após o ultimatum do velho e «aliado» amigo e opressor e colonizador de Portugal, sobretudo na sequência do leonino Tratado de Methuen - e durante a 1ª República, com as chamadas «Campanhas de Ocupação», se dominou aparentemente a resistência ao invasor estrangeiro, igual à enaltecida independência de Portucale ao Reyno de Leão ou à resistência de Portugal à ocupação do Castela ou às invasões napoleónicas.
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Os resistentes de Portugal à colonização do Portugal europeu, incluindo aos ideais da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade) são considerados heróis exemplares, enquanto os resistentes na «Mãe-Pátria» eram apresentados como «agentes» e «traidores» a «soldo» de Moscovo e os das colónias eram apresentados como selvagens, sub-humanos, negros pagãos envolvidos nas trevas da idolatria e terroristas. Mas foi o carro do consul norte-americano em Angola que os «brancos» de Luanda atiraram à baía ou as missões evangélicas norte-americanas que foram depredadas. Na altura não havia ilusões nem «revisões» da história.
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O senhor Cor. Manuel Amaro Bernardo não refere o esclavagismo que era o «contrato de trabalho» em Angola e S. Tomé, denunciado mesmo por Henrique Galvão, anti-comunista e até certa altura defensor da «gesta imperial», nem os comprovados «crimes de guerra» silenciados pela censura do «democrático» fascismo português, de que são exemplo o genocídio sobre as populações camponesas negras, regadas a napalm, em greve face ao regime de monocultura imposto pela Cotonang para integrá-los na economia de mercado. Nem refere a «exploração» do chamado tribalismo entre congoleses e bailundos, «aproveitada» pelos fazendeiros do café no norte de Angola, como o fascismo e os latifundiários se aproveitavam da miséria dos «ratinhos» da Beira Baixa para impor baixos salários aos assalariados agrícolas alentejanos nas praças de jorna ou em greve por melhores condições de vida e de trabalho.
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Podem oficiais do Quadro Permanente, «retornados» e saudosistas de Salazar dizerem que a guerra estava militarmente ganha. Mesmo que assim fosse ela estava económica e políticamente perdida face à cegueira e ganância de quem económicamente sustentava o fictício e embaraçante poder de Salazar/Caetano. O esforço de guerra era feito pelos oficiais milicianos e pela «tropa» camponesa portuguesa que fugia e emigrava.
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Como confirmou o falecido e anti-comunista General Galvão de Melo, na RTP, num debate colectivo prévio à apresentação da série sobre a Guerra «tout court», o exército português na altura não estava preparado para uma guerra de guerrilha mas sim para uma guerra convencional. Como ele ou outro participante confirmou, apesar da espumosa apoplexia dum seu «camarada» de armas, defensor da tese da vitória militar das Forças Armadas Portuguesas em 1974, Salazar foi antecipadamente informado pelo Governo norte-americano da revolta da UPA, que apoiava e financiava. Salazar nada fez para evitar os massacres e após o falhanço do ingénuo golpe palaciano de Botelho Moniz pronunciou o célebre «Para Angola em Força».
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As primeiras forças expedicionárias portuguesas foram recebidas em delírio ao desfilarem garbosamente em Luanda na mítica e bela Avenida Marginal Paulo Dias de Novais (embora adolescente, eu estava lá).
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Será verdade que breve o entusiasmo dos «brancos» se transformou em menosprezo face aos «maçaricos» mal armados, que morriam como tordos, e cujas armas obsoletas lhes rebentavam na cara, como passou a constar mais ou menos em surdina?
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Sem ofensa, podem oficiais do Quadro Permanente, «profissionalizados» nas «artes» da guerra, puxarem lustro aos galões, mas terá fundamento a opinião dos brancos, pelo menos em Luanda, de que eles limitavam-se a ficar na rectaguarda, a partir de certa altura «cansados» de sucessivas comissões e de andarem com a casa às costas?
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Pode haver quem louve o «democrata» militar profissional de carreira General Spínola, apoiante e observador das tropas nazis durante a invasão da URSS perante o «silêncio» e passividade dos «manos» democratas republicanos protectores de nazis após a fantochada do Tribunal de Nuremberga ou da condenação à morte de Eichmann pelos sionistas do artificial Israel (que esteve para ser em Madagáscar ou no Sul de Angola), como Churchill (o da cortina de ferro) e F. D. Roosevelt ou Truman (o da Guerra Fria, criminoso de guerra e responsável pela destruição de Hiroshima e Nagasaki), «pai» de McCarthy, ou medíocres actores como Reagan's, mulherengos e viris Kennedy's' ou Clinton's, (com o beneplácito de Jacqueline's «Onassis» ou Hilary's) ou «geniais» Bush, estrénuos defensores dos direitos humanos e de todos os golpes fascistas na América Latina ou no chamado 3º Mundo perpetrados na sombra mais ou menos encoberta da Companhia ou de másculos «travestis» e tarados sexuais.
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Mas que os distingue face a por eles considerados «criminosos», «terroristas» e/ou «ditadores», «inimigos da Liberdade e dos Direitos Humanos», alguns poderosos «patrões» e outros simples «marionetas» como Estaline, Pol Poth, Park Chung Hee, Ho Chi Minh, Mao Zdong, Tito, Yasser Arafat (Prémio Nobel da Paz), Fidel Castro, Nelson Mandela (Nobel da Paz que ainda hoje figura na lista dos «terroristas» elaborada pelo Tio Sam), Muammar Kadafi, Milosevic, a URSS ou a China «Popular» ou Chavez, enquanto deram ou dão apoio a impolutos Uribes, Vargas, Castelo Branco e Companhia, Péron, Videla, Castillo Armas, Salazares, Francos, Pinochets, Bin Laden, Papa Doc's, Fulgêncios, Trujillos, Noriegas, Idi Amin Dada, Mosh Dayan, Mobuto, Tschombé, Savimbi, Holden Robertos, Suharto, Marcos, Saddam, Reza Pahlavi, Faiçal ou Fahd, Ngoh Dim Dien, Van Thieu, Park Chung Hee, Chiang Kai-Chek, ou defensores do Apartheid como Ian Smith, Daniel Malan e P. Botha e uma infindável lista de democratas defensores dos direitos humanos, transformados alguns em terroristas, ou inimigos da humanidade quando tiveram a veleidade de enfrentarem «a Voz do Dono», sem falar em Hitller, Hirohito, Vichy ou Mussolini, impunes até à derrota nazi na Batalha de Estalinegrado, [reedição da Napoleónica Batalha de Moscovo], volte face que permitiu mais tarde, no século XX, o arranque do Exército Vermelho mas impediu a sua imparável avançada até às praias de Portugal porque entretanto e finalmente os restantes «aliados» acordaram e resolveram finalmente ouvir os apelos da URSS para abrirem a «frente ocidental» e desembarcar na Europa, a Sul de Itália e na Normandia (ver O Dia D), após a fuga de Dunquerque (Batalha de Dunquerque) e a resistência europeia, sustentada também pelos partidos comunistas e outros democratas não colaboracionistas, incluindo Charles de Gaulle ?
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Apesar das semelhanças, há diferenças. Napoleão espalhou as ideias da Revolução Francesa por toda a Europa, apesar de as ter traído quando depois de brilhante general ao serviço da República, de consul se auto-proclamou Imperador. O Czar de Todas as Rússias era um déspota feudal e defensor da servidão da gleba.Adolf Hitler era um defensor da superioridade ariana (embora ele e a sua corte não fossem louros, altos e de olhos azuis como as Waffen-SS) enquanto a URSS era povoada por duas raças sub-humanas a exterminar: os eslavos e os judeus, escravos de Krupp, Schindler, nas suas grandes ou pequenas indústrias. Não confundir com a Schindler Portugal, ou Aristides de Sousa Mendes, defendido na RTP pelo insuspeito José Miguel Júdice, contradizendo 0 popular José Hermano Saraiva.
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A Série sobre a A Guerra Colonial de» Joaquim Furtado recentemente transmitida pela RTP e distribuída presentemente pelo tablóide Correio da Manhã - líder de vendas - conjuntamente com a colecção «Os Anos de Salazar», mas ignoradas pela imprensa de referência e «desprezado» pelos «intelectuais» e pelas «classes» alta e média alta, abriram os olhos a «retornados» e «ex-combatentes» provenientes da ralé e compulsivamente incorporados nas Forças Armadas Portuguesas, integradas na superioridade dos «brancos» e da «civilização ocidental cristã (católica)», a tal que se horrorizava perante os «sacrifícios» sangrentos das civilizações pté-colombianas, que exterminou apesar de cientidicamente mais avançadas, tal como os árabes (mouros), chineses e japoneses, enquanto apadrinhava sangrentas guerras religiosas na Europa e torturava Galileu e outros «hereges», quando não os queimava nos autos de fé em tudo idênticos aos sacrifícios dos maias e de cristãos, estes pelo imperialismo romano (o tal da paz dos cemitérios) santificados e mortos nos «Coliseus», subversivos monoteístas então condenados à clandestinidade das Catacumbas.
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Quanto ao inefável estratega e herói do 25 de Abril, de seu nome Otelo Saraiva de Carvalho, não passa dum verborroico, como muitos ultra-revolucionários acérrimos inimigos do «social-fascismo», agora convertidos às delícias do capitalismo e seus serventuários. Eles eram os «Pinta-Paredes», os impolutos ultra-revolucionários maoístas, simples barretes morgadios, de falso tesão, filhos de Sant'Annas de Portas Abertas, conservados em salmoura, ontem estrénuos defensores da demo-cracia ou da Liberdade e do Zé Papa-Açordas ou inimigos do capitalismo de Estado da URSS e defensores da Revolução Cultural do bando dos quatro, hoje renegados de Mao Zdong e acérrimos adversários dos «amarelos» da milenar China e mergulhados na Lama.
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Em 25 de Novembro de 1975 o grande Otelo pôs os seus adeptos na rua e foi para casa dormir, incomunicável, indiferente ao desencadear duma guerra civil. O «comandante» e notável estratega deu luz verde às suas «tropas» e depois zarpou.
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Ultra-revolucionário candidato às eleições Presidenciais contra Ramalho Eanes, o estratega do 25 de Novembro (ver os depoimentos, «registos» para a verdadeira HISTÓRIA, do Tenente General Tomé Pinto, do General Silva Cardoso, do Contra ventos e marés .... João Brandão Ferreira - TCor Pilav (Ref), do Coronel Amaro Bernardo, do Almirante Rosa Coutinho, do General Gonçalves Ribeiro (A BATALHA DE LUANDA), do General Galvão de Melo, do Coronel Matos Gomes, de Pires Veloso, (General na Reforma, o encoberto e verdadeiro estratega do 25 de Novembro?) ... retomando o fio à meada Othelo contra Octávio Pato, candidato do PCP.
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Onde estão a A Verdade e a A Mentira?
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O grande Otelo, estratega do 25 de Abril, confessou anos mais tarde, «candidamente», que apesar de candidato votara no «adversário» Ramalho Eanes, porque «a democracia já estava consolidada». Santa ingenuidade daqueles de cujo voto se aproveitou e traíu para permitir a vitória de Ramalho Eanes e limitar a votação no PCP. As autodenominadas Forças Populares do 25 de Abril, lideradas pelo «ingénuo» Otelo, acusadas de bombistas e de crimes de sangue, foram julgadas e condenadas, enquanto as gémeas forças do Exército de Libertação de Portugal ou do Movimento Democrático de Libertação de Portugal lideradas pelo «Marechal» Spínola, Alpoim Calvão, Cónegos Melo e Ferreira Torres nunca foram levados à barra do Tribunal nem por isso precisaram de amnistias, pelo que morreram em cheiro de santidade e sem escândalo. Talvez um dia sejam transladados pera o «Panteão» Nacional, já que não possuem sangue azul que lhes permita repousar em S. Vicente de Fora.
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Com lágrimas de crocodilo choram-se os mortos pela Guerra Civil em Angola, aponta-se o dedo ao MPLA e a Cuba, mas deixam na sombra a UNITA, Savimbi e o exército racista da União Sul Africana. Chora-se a «traição» dos que deixaram os Flechas no terreno e que foram fuzilados, mas não se diz que o mesmo fizeram os EUA aos colaboracionistas no Vietname enquanto os últimos americanos fugiam como ratos embarcando nos helicóperos no telhado do edifício da «sua» embaixada. Choram-se os mortos e as vítimas da «barbárie» após a descolonização portuguesa, mas deixam-se na sombra os milhões de mortos no Iraque, na Indonésia, em Dresden, em Hiroshima e Nagasaki, nas colónias europeias ou no quintal do Tio SAM. Censura-se Iago, mas esquecem que a pacífica Revolução dos Cravos teve poucos mortos e esses foram provocados pela «valerosa» PIDE ou pelos bombistas do ELP/MDLP, a norte de Rio Maior. Enquanto isso, elogia-se a Padeira de Aljubarrota, que assassinou à pazada derrotados, perdidos e assustados castelhanos, ou admira-se a populaça que assassinou os derrotados e fugitivos soldados napoleónicos e aplaude-se o assassinato de Miguel de Vasconcelos, o traidor.
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Quanto à «traição» de Álvaro Cunhal, a «soldo» de Moscovo ou de Mário Soares, também a «soldo» de Moscovo para uns, «agente» da Companhia» para outros, é bom recordar que a cadeia de comando foi quebrada nas colónias pelo pé descalço «miliciano» cansado da guerra e em Portugal por aqueles que então gritavam «Nem um Soldado para as Colónias, Já!» em nome da «Revolução a Todo o Vapor», hoje sentados nas poltronas do Poder que diziam combater, pagos por Roma a troco duma travessa recheada de lentilhas, clari-videntes visionários de argueiros no olho do vizinho mas cegos da trave que lhe tapa o olhar, ou «horrorizados» e assépticos investigadores sociais e/ou «opinion makers» que então se apresentavam como os verdadeiros comunistas ou reorganizadores do partido do proletariado. . É da História que apenas Ramalho Eanes e Álvaro Cunhal se opuseram á aceitação da ocupação de Timor Leste pelas «democrática» Indonésia, com o beneplácito protector do Tio SAM, que exterminou milhares de resistentes timorenses que mal sabiam falar português, tal como os negros em África antes da independência ou a generalidade dos goeses do «Estado» Português da Índia.
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(1) comentários ao texto Dois intelectuais distraídos e um provedor paternalista, do Cor. Manuel Amaro Bernardo
(2) anedotas idênticas às que portugueses contam dos galegos ou dos alentejanos, que brasileiros contam dos portugueses ou de brancos sobre os negros e «mouros».
(3) Adam Hochschild - O Fantasma do Rei Leopoldo
(4) Joseph Conrad - Coração das Trevas (Heart_of_Darkness)
(4) - O Luso-Tropicalismo de Gilberto Freire e Lusofonia e Luso-tropicalismo
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