quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Dois comentários algures, na imensidão da WEB e não só !


1. - De que são feitas as minhas saudades?
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Não sei se tenho saudades! Talvez lhes chame ... o vazio da ausência? Mágoas? Penas? «Saudades» do sol arrancado antes de nascer? Das praias de Luanda, das águas cálidas, do cheiro a sal e a sol e a maresia? Da chuva e da brisa? Do sol e do mar e dos dias cheios de claridade? Do «peso» de ficar sempre um pouco de mim nas pessoas que conheci, nos caminhos que percorri, nas terras onde estive? De não haver passado, mas sim um eterno presente, ali ao alcance da mão, da voz ou do gesto, mesmo que silenciosos?
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Uma vez no «Um contra Todos» o Malato perguntou a uma concorrente qual seria a resposta dela se tivesse possibilidade de ver satisfeito um pedido,ao que ela respondeu «que a minha filha fosse sempre feliz». Ele parou e depois respondeu duma maneira que achei bela «Que todos aqueles de quem gostei e partiram voltassem de novo para ao pé de mim».
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Sim, às vezes tenho «saudades» dos que já partiram, dos gestos que fiz ou não fiz, das palavras que disse ou não! Mas se podesse responderia que houvesse autêntica paz e alegria dentro de nós! Ou apenas feliciddade sem miséria, para todos. Mas como isto são sonhos, deixo-te um abraço apertado e amigo.
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Victor Manuel
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2. - O Universo da NET
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Viva :-)
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A net é importante para pesquisas e para conhecer coisas novas, adquirir novos conhecimentos. Mas ao nível das relações humanas ou é muito exigente se temos muitas relações, especialmente nas salas de conversação, exigindo muito tempo e por isso alienando-nos da realidade e das pessoas físicas, ou aumenta a solidão, pk vive-se muito de zapping e de emoções talvez autênticas, mas passageiras.
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E na blogosfera é o mesmo: se temos muitas «amizades», o tempo não dá para visitar todas e a maioria fica-se pelos breves e banais comentários., muitas vezes em circuito mais ou menos restrito ou fechado. E depois ou não se faz outra coisa senão «visitas» de circunstância, ou fica tudo ao nível do virtual. Logo, também ao nível da alienação e da solidão.
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Vejo tantos blogs e sites interessantes, sempre um novo ao clicar da tecla, que nem a eternidade e a limitação da «babilónia» linguística nos permitiria ver todos e a eles voltar segunda vez, quanto mais com frequência!
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Vim aqui pk? Porquê «mentalidades passadas», que encontrei como nome, nome que me levou a clicar nele para «ver». E é assim, como as cerejas das palavras, vamos saltitando de blog em blog, ou por causa dum nome ou dum comentário.
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Um abraço
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Victor Nogueira
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3. - Dos Livros e das Palavras
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Dizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.
Mas os livros não se sentam á nossa beira,
nem tem olhos, nem sorriem
nem nos abraçam,
nem connosco passeiam pela rua, pelo campo.
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Nada podemos dar aos livros
senão as letras dos nossos pensamento
um pouco de nós
para que chegue aos outros.
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Os livros têm os olhos que nós temos.
E os seus lábios são os nossos lábios.
Porque se os livros tivessem olhos
e lábios e mãos e dedos
seriam talvez pessoas
mas nunca livros.
,
Évora
1969.Março.19
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AS PALAVRAS
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Rede com dois gumes
letras do nosso pensamento
são
os olhos que nós temos
e os seus lábios os nossos lábios (1)
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1 - Poema escrito em Évora - 1971.Novembro

2 comentários:

De Amor e de Terra disse...

Muito, mesmo muito belas estas dissertações sobre Amizades e/ou conhecimentos virtuais, palavras e livros.

Também estou de acordo com a maioria desses teus sentires.

Bj

Maria Mamede

Filoxera disse...

Eu concordo.
Quanto ao "a.filoxera", era para ser apenas "filoxera", mas qd escolhi esse nome já havia, pelo que não foi aceite. Daí ter colocado o "a" primeiro, pelo menos era uma achega na designação do género feminino.
Era uma alcunha pela qual o meu pai me tratava quando era pequena e, como ao fim de um tempo da sua partida me comecei a sentir realmente órfã, ressuscitei essa lembrança.
Bj