terça-feira, 29 de abril de 2008

Abril em Maio após Novembro (2)

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* Victor Nogueira
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Ao

25 de Abril - Câmara de Lisboa e Assembleia da República sem cravos

Recebi de volta um comentário cujo autor apenas é conhecido por mim e por quem o escreveu. Esta é a minha resposta, com absoluta reserva minha sobre quem o escreveu, que continuo a considerar e a estimar, salvo se frontalmente me disser que deixei de fazer parte da sua lista de amizades.

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«Não vivemos em democracia. Não faltei ao respeito ao senhor professor doutor Cavaco Silva. Quem desrespeita impune e sistematicamente a democracia e os seus representantes eleitos, que dizes existir, é o senhor dr. Alberto João Jardim. Disséssemos eu ou tu apenas uma das injúrias que o menino Alberto (como é tratado na Madeira pelo bom povo) diz, e estávamos postos em Tribunal e muito possivelmente condenados a uma multa ou à prisão.

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Se em Tribunal eu ou tu procedêssemos como o arguido de corrupção senhor Avelino Ferreira Torres, o juiz dar-nos-ia imediatamente ordem de prisão por desrespeito ao Tribunal. Divergências políticas insanáveis à parte, eu respeitava o senhor professor doutor Cavaco Silva porque em tempos idos foi o único governante que não se curvou ao senhor dr. João Jardim. Mesmo a maioria dos deputados eleitos como representantes do Povo na Assembleia da República ou o senhor dr. Jorge Sampaio, enquanto Presidente da República e representante de todos os portugueses, eleito em democracia, engolem sem resposta insultos soezes do senhor dr. João Jardim, que se tivessem sido proferidos por ti ou por mim nos levariam a responder na barra do Tribunal.

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Mas há muitos rabos de palha, pois só eles explicam o silêncio ensurdecedor ou a subserviência e os descabidos elogios feitos a quem não é e nunca foi democrata mas sim um bombista!

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Elogios feitos também por Cavaco Silva e Jaime Gama.

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Eu venho do tempo da outra senhora. Eu vivi e sei com um saber de experiência feito como era no tempo da outra senhora. Não tenho respeito por qualquer político do PS, incluindo o senhor Manuel Alegre, salvo aquele de quem era amigo – o falecido Barros Moura – que se demitiu de Presidente da Assembleia da Municipal de Felgueiras, para não dar cobertura à arguida de corrupção senhora dra Fátima Felgueiras.

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Mas há um punhado de políticos do PSD, cujo programa político não perfilho, que respeito pessoalmente pela sua frontalidade: Francisco Sá Carneiro, Leonor Beleza e Marques Mendes. E também, embora com reservas, José Pacheco Pereira. Outros dois perderam-na completamente – Cavaco Silva após os seus elogios a João Jardim, dando de facto cobertura a que a oposição democrática seja considerada na Madeira como um «bando de loucos», e a angélica Zita Seabra, depois de escrever aquele incrível livro que chamou «Foi assim»!

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O povo português, sobretudo a norte de Rio Maior, é o que é. Só isso justifica que aplauda, vote, dê confiança e ria com políticos arguidos de corrupção como por exemplo o senhor Avelino Ferreira Torres (CDS), a senhora dra Fátima Felgueiras (PS), o senhor dr. Isaltino de Morais (PSD), o sr major Valentim Loureiro (PSD). Isto para não falar nuns que foram «varridos» como os Presidentes das Câmaras da Guarda, da Nazaré ou de Matosinhos.

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Só isso explica que Governantes transitem directamente das cadeiras do Poder Político para as cadeiras do Poder Económico dos Conselhos de Administração. Ou que o senhor engenheiro Belmiro de Azevedo, um dos homens mais ricos do Mundo, tenha achincalhado sem resposta os representantes democraticamente eleitos pelo Povo, sem que estes o tenham metido na ordem.

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Tudo isto perante a indiferença dos eleitores, como sucede por exemplo com o senhor engenheiro Ferreira do Amaral, ou que adquirem «títulos» de engenharia em lucrativas» Universidades» da «Privada», e assinem projectos de outros para dar cobertura a ilegalidades, como o senhor José Sócrates.

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No Correio da Manhã on line, após a reportagem à corrupção nas autarquias (como se não a houvesse na Assembleia da República ou nos Governos da República ou nas modelares instituições privadas como o BCP e outras com lucros fabulosos num País de crescente e galopante miséria, que fogem aos impostos e à Segurança Social) os dois primeiros comentadores on-line defendiam o arguido de corrupção senhor dr. Isaltino de Morais, alegando que ele não roubara ninguém e tinha obra feita. Eu conheço o município de Oeiras e subscrevo os comentários on line subsequentes feitos ao re-eleito como «independente» Presidente da Câmara de Oeiras, depois de ser corrido, com outros, pelo então líder de PSD senhor dr. Marques Mendes.

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Quer tu aceites ou não, em todo o mundo há cores que são políticas: o vermelho da revolução, o verde da esperança, o negro da fome e dos anarquistas e o amarelo da traição. Ou as flores no cano das espingardas. Por alguma razão os benfiquistas continuam a ser designados por encarnados e não por vermelhos que são. Apenas a cor do luto difere - o preto no Ocidente, o branco no Oriente. E o significado dos beijos entre os homens - falhos de virilidade em Portugal - sinal de amizade em França ou na Rússia.

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A desgraça é que os bordalianos Zé Povinho e uma Maria cujo sobrenome não me ocorre. continuem a votar no alterne laranja ou rosa, apesar de estes ganharem eleições com programas eleitorais que sistematicamente não cumprem, desacreditando, porque lhes convém, a política, a democracia e o voto popular que consideras livremente expresso. A melhor maneira dum ladrão fugir é ir correndo e gritando «agarra que é ladrão»

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Victor Nogueira

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domingo, 27 de abril de 2008

Do rio que tudo arrasta ... (8) - 25 de Abril - Câmara de Lisboa e Assembleia da República sem cravos


* Victor Nogueira
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Ao contrário das rosas, os cravos picam. E assim Pedro Sant'Anna, o «menino guerreiro» que vai andando por aí deixou, de plantá-los. Nem Carmona Laranja nem Costa Rosa se aperceberam disso atempadamente pelo que não houve qualquer providência cautelar! Mas o Senhor Professor Doutor Cavaco Silva, actual e Excelentíssimo Presidente da República eleito em «democracia» foi o 1º a dar o exemplo ao sistematicamente não comparecer nas comemorações do 25 de Abril de cravo vermelho ao peito. É verdade que toda a bancada do PS o tinha desta vez na lapela. Mas seria mero ornamento que faz lembrar os versos da cantiga de José Barata Moura, do milénio passado: «Cravo Vermelho ao peito / A muitos fica bem / Sobretudo faz jeito / A certos filhos da Mãe»?

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Depois dos recentes elogios dos Presidentes da República, «senhor Silva» e da Assembleia da República, o cubano e colonialista «camarada» rosa do «bando de loucos», de seu nome Jaime Gama, que é «oposição» ao por eles reconhecido democrata, o atilado dr. Alberto João Jardim, da Madeira, que mais se pode esperar? Dinheiro só para rosas e malvas, que os cravos magoam e podem mesmo matar. Cristo que o diga! E «a Madeira é um jardim, como outro não há igual» ... conforme cantava o da »mula da cooperativa» !
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Relembre AQUI o

Cravo Vermelho ao Peito

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sexta-feira, 25 de abril de 2008

Abril em Maio após Novembro (1)

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O Sonho ...
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Fotografia de autor não identificado
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João Abel Manta - Cartoon
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Van Gogh - A Sesta


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Álvaro Cunhal - Desenhos da Prisão

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Pieter Brueghel, o Velho - Festa de Noivado -
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Paula Rego - Crianças voando
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... e a Realidade ou da Primavera ao Inferno !
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Rafael Bordalo Pinheiro - Zé Povinho

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Van Gogh - Comedores de batatas


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Álvaro Cunhal - Desenhos da Prisão


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Cartoon de autor não identificado

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Fotografia de autor não identificado

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Desenho de autor não identificado

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Cartoon de Carlos Marques

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Cartoon de Zé Oliveira

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Quadro de autor não identificado

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ideia da sequência e selecção - Victor Nogueira
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quarta-feira, 23 de abril de 2008

Em conversa com ... (16) TODO O MUNDO e NINGUÉM


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* Victor Nogueira
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Olá :-)
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As visitas ou comentários nos meus blogs «desapareceram». Vim retribuir a tua, tão preciosa quanto raro se tornaram os comentários em qualquer deles.
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Costuma dizer-se que quem não aparece esquece e, como não tenho aparecido pelos outros blogs ...
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Eu nunca me esqueço (1), fica sempre algo de mim nas pessoas e nas terras que conheci, que permanecem em mim como se de um eterno presente se tratasse, mesmo que cada vez mais perdido nas brumas do tempo e da memória.
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(1) - Apesar de ser um dito meu «Não digas nunca, porque o sempre não existe».
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terça-feira, 22 de abril de 2008

Luuanda - Escritores Angolanos lá em casa e não só

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* Victor Nogueira
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Luuanda.jpg

Luuanda

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* Victor Nogueira

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Sempre foi de família haver bibliotecas mais ou menos extensas: a dos meus pais era essencialmente constituída por livros científico/filosóficos, técnicos, de engenharia, física ou química e hobbies estilo Popular Mechanics, embora houvesse outros pequenos nichos, onde cabiam os livrinhos da Colecção Imbondeiro, do Lubango (então Sá da Bandeira), recebidos por assinatura, para além de poesia inédita da minha mãe e do meu tio Joaquim, para não falar de Guerra Junqueiro que li às escondidas da minha mãe, descoberto o esconderijo (A Velhice do Padre Eterno), de Soares de Passos, de Alda Lara e Geraldo Bessa Victor ou da «Antologia de Poetas Angolanos», mimeografada, publicada em Lisboa pela Casa dos Estudantes do Império, em 1962. É claro que não posso deixar de referir os livros etnográficos de Óscar Ribas e também os dum defensor da gesta imperial lusitana que era Reis Ventura, para além de Cochat Osório.

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Lembro-me então da enorme celeuma que foi a atribuição a Luandino Vieira do Grande Prémio de Novelística da Sociedade Portuguesa de Escritores em 1965, que levou à sua extinção pela «provocação» de premiar um livro de três contos intitulado Luuanda, baseados na oralidade dos musseques e no entrosamento do português com o quimbundo. Li nessa altura o livro, do qual gostei, apesar do ineditismo da linguagem escrita a que não estava habituado, embora na altura se desencadeasse uma grande ofensiva contra a obra, logo proibida pela PIDE, afirmando-se alto e em bom som que o autor nem português sabia escrever.

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Outra fonte de leituras em Luanda era a biblioteca do meu tio José João, arquitecto, onde predominavam a prosa, incluindo a neo-realista, bem como livros de arte e arquitectura, em português ou inglês. A minha biblioteca pessoal de então baseava-se em literatura (prosa), história e divulgação científica, para além da BD (O Senhor Doutor, O Mosquito, Mundo de Aventuras, Titã, Cavaleiro Andante ou Zorro, o Gibi e outras revistas de BD brasileiras, como a Histórias em Quadrinhos ou, a Ciência em Quadrinhos ou a revista da MP, chamada salvo erro «Camarada»). O meu gosto pela poesia e pelo teatro surgiram muito depois, já em Lisboa e Évora.

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Já as dos meus avós, em Portugal, eram mais pequenas: a do meu avô Luís por livros de química - pois ele era químico analista -, livros do Victor Hugo e uma colecção completa dos livros do Júlio Verne, do século XIX, ilustrada e encadernada a pele, herdada do meu bisavô, e a do meu avô Barroso - guarda-livros no BNU - era mais religiosa, enquanto na do meu tio materno, ex-seminarista, predominavam os dos inúmeros cursos superiores que ele começava mas não terminava, desde a medicina à literatura e filosofia, Livros em francês, inglês, alemão ou espanhol. Quanto a jornais, o meu avô paterno lia o 1º de Janeiro e o Jornal de Notícias, e o meu avô materno o Comércio do Porto e o jornal da Diocese do Porto, cujo nome me não ocorre, um pouco progressista para a época!

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Claro que em Luanda também havia a leitura regular de jornais como a Provincia de Angola, o ABC, por vezes O Comércio de Luanda, para além dos suplementos infantis do Jornal de Notícias (PimPamPum, enviados regularmente de Portugal pelo meu avô paterno, tal como o Cavaleiro Andante), da Província de Angola (O Bambi) e creio que da Eva (a Joaninha). Para além das revistas como a Revista de Angola, O Notícias de Angola, O Cruzeiro e o Grande Hotel, estes do Brasil, ou o Paris-Match e o Le Courrier de l'UNESCO.

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Enquanto criança e adolescente eu lia tudo, da Colecção Céu Azul (d. Minerva) até a uma colecção infantil da Romano Torres passando por uns livros em pano, ilustrados, desde a Condessa de Ségur à Biblioteca dos Rapazes (versões adaptadas), que incluía o o Mark Twain passando pelo Ballantyne e outros, como o Robinson Crusoe ou o Swift, do Guliver no País das Maravilhas ou o D. Quixote, de Cervantes, a Colecção Livros para Rapazes, da Civilização Editora (biografias e divulgação Científica), uma colecção brasileira juvenil de divulgação científica ou a Colecção TerraMar (aventuras - da Minerva) ou westerns, capa e espada, do Paul Féval ao Alexandre Dumas, e livros para «adultos», do Hans Helmut Kirst ao Sven Hassel, do Walter Scott ao Chaeles Dickens e do Jorge Amado ao Júlio Dinis, Trindade Coelho e Eça de Queirós, do Júlio Verne ao Emílio Salgari, da Colecção Século XXI (Europa-América) aos Livros do Brasil (colecção Dois Mundos), passando pelas Obras Escolhidas de Autores Escolhidos (Ed. Romano Torres) ou pela Colecção Miniatura (tb da Livros do Brasil) até aos policiais das Colecções Xis e Vampiro.

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E não esquecer a Colecção das 3 Abelhas, cujo editor não me ocorre de momento ou, dirigida por Simões Muller, a Colecção Gente Grande para Gente Pequena. Dum livro anti-comunista cujo autor esqueci até à Ascensão e Queda do III Reich, Numa semana «devorei» a Guerra e Paz de Tolstoi (um livro imenso em letra minúscula). O Exodus, de Leon Uris, foi lido num domingo, Para não falar numa Colecção de capa amarela, duma editora que não recordo, mas lembro-me do romance Corpos e Almas, de Maxence Van Der Meersch. Essa editora tinha também uma colecção de capa branca, que a minha tia Lili tem na sua pequena biblioteca. Da colecção Miniatura ficaram-me na memória de então as obras de Georges Simenon e de Pierre MacOrlan. Outros livros que me «marcaram» foram «Por Favor Não Matem a Cotovia», de Harper Lee, a «Cabana do Pai Tomás», de Beecher Stowe, «O que Faz Correr Sammy?», de Bud Schulberg e «Tom Brown na escola», Thomas Hughes, tal como os do referido Charles Dickens ou «Tom Sawyer» e "Huckleberry Finn". Livros religiosos, esses não havia nas bibliotecas familiares em Luanda, salvo os grossos missais meu e da minha mãe, em papel bíblia. Que o meu pai era nessa altura ateu e agora agnóstico, mas nunca proibiu a educação católica dos filhos.Do lado paterno eram todos ateus, salvo a minha tia avó e católica Esperança, e do lado da minha mãe todos católicos - até tinham um familiar que fora missionário em Angola e mais tarde Bispo do Porto, C. António Barroso, exilado duas vezes pela 1ª República, a última pelo Rei-Presidente Sidónio Pais.

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A Celeste, mãe dos meus filhos também tinha em solteira uma pequena biblioteca, onde pontificava o Urbano Tavares Rodrigues, para além dos livros profissionais de pedagogia escolar ou infantil e dos livros enciclopédicos. Quanto ao Rui e à Susana seguiram as pegadas familiares e apanharam o vírus e já têm avantajadinhas e diversificadas bibliotecas, tal como filmotecas ou discotecas. A fotografia, essa ficou pelo meu pai e tio José João, para além de mim. O Rui ficou-se pela escrita e pela poesia, sobretudo em inglês. E pela composição musical, guitarrista e vocalista em duas bandas que abandonou, como tudo aquilo em que se mete, desperdiçando as suas qualidades, que também incluem o desenho, que não explora. Quanto à Susana, depois do divórcio dos pais, deixou a dança rítmica, a escrita e o canto. A Celeste tinha uma linda voz para cantar e era uma dançarina, qualidades que não tenho. Mas quer a mãe quer a filha sempre tiveram uma enorme timidez para cantarem em público, tal como a minha mãe que, para além disso e com o meu pai, formavam um par de dançarinos de respeito.

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E as filmagens não passaram do meu pai e do meu tio José João, que não se converteram às câmaras de vídeo.

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Depois havia o cinema: éramos todos frequentadores habituais das salas de cinema, de ópera quando lá aparecia de vez em quando no cine-teatro Restauração (hoje sede do Parlamento), e sócios do Cine-Clube de Luanda (de que tenho uma colecção quase completa dos programas), com passagem prévia minha e do meu irmão pelo Cine-Clube Infantil de Luanda. E não esquecer as matinées infantis, com documentários e desenhos animados, salvo erro às quintas-feiras no Cine Bar Dancing Tropical, onde não havia filas de poltronas mas mesas quadradas com cadeiras em volta. No gosto pelo bom cinema o Rui e a Susana seguiram também as pegadas dos pais. Mas já não da ópera ou do teatro.

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O meu irmão Zé Luís teria também uma biblioteca, muito mais pequena, pois na altura era pouco dado a leituras e mais à escultura e à lito-gravura. Mas cá em Portugal a biblioteca engrandeceu-se, predominando os livros de Arte, de Usos e Costumes de todo o mundo, de Viagens, de Psicologia, de História ou Política, para além de Medicina cujo curso frequentava quando se suicidou em 26 de Fevereiro de 1987 ( Ecce Homo).

Mas, voltando ao início, para quem quiser saber mais sobre a história da literatura angolana, designadamente a de expressão portuguesa, deixo alguns links


http://www.nexus.ao/kandjimbo/breve_historia.htm

http://www.nexus.ao/kandjimbo/index_escritores.htm

http://www.embaixadadeangola.org/cultura/index.htm

http://www.uea-angola.org/http://pintopc.home.cern.ch/pintopc/www/Africa/Africa.html


VN

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Re-escrito e aumentado para Ao Sabor do Olhar - Convívio do Tempo, Estação, Mudança e Memória ou Registo , em 2008.02.04 - dia do 47º aniversário do início pelo MPLA da luta armada para a independência de Angola

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terça-feira, 15 de abril de 2008

Em conversa com ... (15) Antunes Ferreira - Morte na Picada

* Victor Nogueira
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Em 15/04/08 escreveu:
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Viva

Afazeres vários inadiáveis impedem-me de estar na sessão de lançamento do teu livro. Mas se não te importares diz-me qual a editora para encomendar numa livraria aqui em Setúbal

Depois, se quiseres, mandas um autógrafo num A5 para eu colar no livro

Abraço e quatro enchentes: sucesso, participantes, vendas e pilim :-)

Abraço

Victor Nogueira

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Victor

Lamento que não possas estar presente. Mas muito te agradeço por este imeile. Os Amigos são... Amigos. A editora é a Via Occidentalis e, segundo me dise ontem o editor, o livro já está nas livrarias desde sábado. Terei imenso prazer em dar-te o autógrafo, mas, fá-lo-ei pessoalmente, logo que vá pelos Sados e Setubeis...

Um abração

Henrique
ter 15-04-2008 9:18
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segunda-feira, 14 de abril de 2008

Postal (22) - Setúbal (2) - década de 1990 - o Lavar dos Cestos

* Victor Nogueira
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Setúbal
93.08.05
SNS

(humorístico)
(Giordano) - gato em dia de festa


Olá, Susana


Então, como correu essa praia? Muito queimada pelos raios ultravioletas? A máquina ainda existe?


Por cá vamos andando. Depois duns dias muito quentes, pelos quais não dou por causa do ar condicionado no emprego, veio um dia frio e agora seguiram se uns dia "trovoadorescos".


Bem, fico me por aqui, com um beijinho de parabéns pelo teu último ano como adolescente, embora TEENAGER! Não te esqueças das moedas. XX VM


Beijinhos de parabéns da avó Mila e do avô.


Mindelo
94.08.23
MFP

Humorístico
(Giordano)


Olá, F


Finalmente hoje á tarde fui dar um passeio turístico, aqui pelos arredores, de estradas estreitinhas, com muros de pedra e latadas, ou campos verdejantes. Tirei algumas fotografias para a colecção. Nada mais tenho programado a não ser irmos a Braga, na próxima 6ª feira, e ao Porto um dia destes. Os dias melhoraram, estão mais quentes, mas não me apetece ir á praia. Fora isso vou ás compras e passeio me por Vila do Conde e Póvoa de Varzim.


Bem, tenho de ficar por aqui, que o barulho é muito, com o Rui a ouvir TV enquanto a Susana e a minha Mãe falam comigo enquanto escrevo.


Beijos do VM


Mindelo
94.08.24
MFP

Vila do Conde,
Mosteiro de Santa Clara, fonte no Claustro


Olá, F.


Então, como vai essa disposição? Então com uns dias de sol e céu azul andas com a torneira da lágrimas em rios caudalosos? Vamos lá a pôr um sorrisinho aberto e primaveril, valeu?!


Gosto muito deste postal, embora nunca tenha estado no claustro do afamado Convento de Sta.Clara.


A ida ao Porto ficou adiada para amanhã, pelo que daqui a pouco vamos até á Póvoa ao cinema.


Suponho que os arcos que se vêm para lá da fonte são um dos ramais terminais do chamado Aqueduto de Santa Clara, que outrora transportava água para Vila do Conde e constitui um dos seus "ex libris". Por aqui me fico, com um abraço e ternurinhas VM

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domingo, 13 de abril de 2008

Postal (21) - Setúbal (1) - década 1980

* Victor Nogueira
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comboio do Barreiro / Setúbal
80.05.14
Pais

CTT - Bilhete postal - 5$00

Como vão essa saúde e esses passeios? Nós por cá vamos indo. Recebemos hoje um postal da Mãe. A Caixa já concedeu o empréstimo; qualquer dia devemos assinar o contrato-promessa de compra e venda. Este fim de semana vamos a Évora. Ainda não decidimos se iremos na 6ª feira 16, ou no dia seguinte. Não querem lá ir? Regressaremos na 2ª feira seguinte.


Por hoje é tudo. Cumprimentos da D. Maria. Beijinhos da Susana. Saudações e abraços da Celeste e do VM


Vila Nova de Mil Fontes
84.08.18
SNS

V.N. Milfontes


Querida S.

Estamos acampados neste parque; a vila fica na foz do Rio Mira e tem praias de rio e de mar, uma destas com grandes cavernas (furnas). Hoje não fomos à praia, ficamos no pinhal. Há sempre gente a entrar e a sair, muitas tendas e poeiredo. Algumas tendas têm quartos, salas e despensa; outras, como a nossa, só albergam duas pessoas que não podem andar em pé lá dentro. São tendas mesmo só para dormir [canadianas]. Está fresquinho aqui no pinhal; daqui a pouco vamos até à "cidade". Saudades à Lili. Para ti beijinhos do VM e da C.


Vila Nova de Mil Fontes
84.08.18
RNS

V.N. Milfontes

Querido R.


Como vai o Rui Pedro? Tens ido passear e brincado muito? Estás contente? Nós andamos a viajar "em trabalho" e com algumas "reuniões", mas para a semana já estamos em Setúbal para passear contigo. A avó e o avô estão bons? E o tio Zé Luís? Para todos e para o Rui Pedro um beijinho do VM e outro da Celeste


Lagos (Praia da Luz)
86.08.20
MCG

(desenho)
Ramo de flores


Querida C.


Daqui do Parque de Campismo de Valverde, em Lagos, mando te um aceno de amizade no dia 21 de Agosto, 11º aniversário do nosso casamento, um período de tempo que, para mim, teve muitos momentos de alegria, de encanto e de amizade, que não esquecerei, que espero consigamos fazer prevalecer sobre todos os outros, como grata recordação, já que doutro modo não foi possível.


Tal como esperava o Algarve não tem nada de especial - já fomos de Faro a Vila do Bispo - e as praias são frias.


Dá por mim beijinhos ao Rui e á Susana. Para ti um abraço amigo e a amizade do VM


Lagos (Praia da Luz)
86.08.21
MCG

Lagos

Olá, Celeste


Como vais? E os miúdos? Está um dia de calor, que só arrefece á noite.


Escrevi te ontem um postal para receberes hoje, que mandei para o 7º andar. Parece me que o Algarve se assemelha ao sul do Alentejo (o Manuel [Salazar]) diz que é a Trás-os-montes), quer nos campos, quer no estilo de algumas ruas e casas. Mas, por enquanto, Vila Nova de Mil Fontes ainda vai à frente nas minhas preferências. O Rui e a Susana como vão? Dá-lhes um beijinho e para ti um abraço do VM


Lagos (Praia da Luz)
86.08.21
SRN

Lagos: Praia da Luz (Algarve)

O rádio aqui em Lagos transmite música rock. Esta Praia [da Luz] fica a 2 km do Parque de Campismo e tem muitas vivendas bonitas, a maioria das quais só estão habitadas no Verão. A água é fria como a da Figueirinha [em Setúbal] e não tem ondas nem sabe a sal como a de V.Nova de Milfontes. O Parque de Campismo é muito grande e é divertido ir se lavar a loiça ou a roupa nas instalações colectivas, embora as pessoas não falem umas com as outras. O Parque tem um supermercado, cabeleireiro, restaurante, "boite", piscina, parque infantil (com um carro de bombeiros) e, imaginem, uma geladaria com sorvetes de 3 qualidades !!! O Pedro [Salazar] trouxe um computador e passa muito tempo a jogar ou á bola, quando não "papa" as telenovelas todas. Se vocês tivessem vindo haviam de ter gostado. Assim ... fica para a próxima.


Têm se divertido muito? E zangado um com o outro?


Por aqui me fico. Dêem cumprimentos meus á vossa avó Conceição e um abraço á Celeste. Para vós muitos beijinhos do VM


Setúbal
87.08.05
SNS

(humorístico) Série Mary May, nº 190) - menino com ramo de flores

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Está tanto calor que até parecem secas as flores que te mando por este menino, com um beijinho de parabéns, esperando que tenhas um bom dia com os teus amigos!


Já foste acampar? Como vão os teus amores com o Rui: sempre á chapada e ao pontapé?


Tenho cá a prenda do teu aniversário, da Maria Luísa. Depois ta darei. Se quiserem e puderem vir passar o sábado comigo, telefonem me. Se eu não estiver na Câmara deixem recado à Ana Paula ou á Rita. Um abraço á Celeste. Para ti e Rui um beijinho do VM


Aljezur
87.08.18
MEB

Porto Covo

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Como vão essa saúde e disposição? Viemos a Aljezur fazer compras ao mercado. Á tarde vamos para a praia. Ainda não sei quando regressaremos a Setúbal. Depois digo. Estamos acampados no Parque de Campismo de Vale da Telha, perto de Aljezur. Abraços para a Lili, pai e para ti. VM


Setúbal
87.09.01
SRN

Setúbal, Palácio da Comenda

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Antão, como vai essa praia? Afinal o tempo melhorou, salvo o nevoeiro matinal.


Já tenho as fotografias do campismo. Comecei hoje a trabalhar, mas não há muito para fazer. Ali na tabacaria não havia postais bonitos; este foi o melhor que encontrei. Envio vos um postal da avó Mila.


Penso que a Susana terá levado por engano os meus postais de V.Nova de Milfontes e Odemira. Se assim for, que mos traga no fim de semana, bem como os recibos do livros escolares para entregar na Câmara. Saudações á Celeste e beijinhos para vós. VM


Beja
88.08.03
SRN

Beja, Ermida de Sto.André


Estou em Beja, na casa da Cultura. Está uma tarde de verão, apesar do inverno não ter ainda acabado. Ontem à noite andei a passear pelas ruas da cidade, que me pareceu mais bonita na parte velha, fazendo me lembrar Faro. Logo à noite vamos jantar a uma cooperativa em Pias.


Encontrei a vossa prima Milinha que vos manda beijinhos, bem como o vosso primo João Manuel e o tio Janica, que estavam a arrumar o talho.


Esta Ermida [de Santo André] não é tão bonita como a de S.Brás, em Évora, mas é mais um postal para a colecção da Susana. Beijinhos do VM


Paço de Arcos
88.08.15
MMA

Algarve, Praia da Luz

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Cada vez mais as casas vão substituindo os campos, daqui até Porto Salvo. Aqui o vento uiva ou silva; às vezes, como esta madrugada, parece a chuva miudinha, como esta noite de mau dormir !


Daqui a pouco vou com as criancinhas para Setúbal; na próxima segunda feira entro de férias.


Vim carregado com os álbuns de fotografias desde 75, para identificar ou escolher as que darei ao Rui e à Susana para os álbuns deles. Foi uma empreitada para esta linda 2ª feira de Agosto.


Misturado com algumas fotografias repetidas encontrei este postal, de quando há dois anos fui acampar com amigos meus [o Manuel Salazar e família] para Lagos, e uma foto tua, que te ofereço. És das minhas amigas aquela de quem eu mais gosto ou com quem prefiro estar ou encontrar-me, mas és também a mais "complicada". Olha, dou-te um beijinho e como não posso estar contigo deixo-te alguns textos do Rui e da Susana. Ontem fiquei contente por estares contente; espero contudo que hoje já não estejas com a "neura" !


Um abraço e amizade do VM

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sexta-feira, 11 de abril de 2008

Ainda a Veneza do Sado (2)

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Fotografia de João Palmela
Tributo às minhas fotografias preferidas!!!



Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008
Inundações em Setúbal!

Consequências do mau tempo de ontem, que provocaram a inundação de grande parte da Baixa de Setúbal, durante várias horas.











quinta-feira, 10 de abril de 2008

Em conversa com ... (14) TODO O MUNDO e NINGUÉM - Veneza do Sado (1)

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Em cima - à direita - Praça do Bocage
Em baixo, à esquerda - Túnel do Quebedo e à direita Estádio do Vitória Futebol Clube
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* Victor Nogueira
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Afinal ainda há tesouros no Cacém apesar da selva de betão e de asfalto de que se fala aqui.

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É preciso saber descobri-los. Cá pelas minhas bandas as ribeiras foram encanadas - sobre elas construíram casas e ruas, estas abatendo-se por vezes deixando ver o lixo - até uma moto inteira - através do rasgão no asfalto, junto à Avenida Luísa Todi.

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E como ocuparam a várzea - solo agrícola de 1ª, apesar de «protegido» - com betão armado e asfalto, acabaram as quintas e laranjais e o doce célebre com o nome da terra. De tudo isto resultam também inundações na parte baixa da cidade, transformando-a numa «veneza» cíclica, em miniatura, quando se conjugam fortes chuvadas com a maré cheia.
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Mais sobre a Veneza do Sado aqui:
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Em baixo - Convento (manuelino) e La(r)go do Convento de Jesus

«Canais» da Baixa de Setúbal

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Fotografias de José Luís e não identificadas em O Setubalense 2008-02-20
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Postal (20) - Évora 1978

* Victor Nogueira
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Setúbal
78.01.11
NSF

CTT - Bilhete postal 2$00

Cá arranjei um quarto (só quarto) em Setúbal, para os lados do Hospital. [vivenda Ruxa, aos Quatro Caminhos] Fica um pouco longe da Escola, mas há transportes regulares e relativamente frequentes, que passam mesmo ao pé da EICS [Escola Industrial e Comercial de Setúbal]. Praticamente ainda não tive uma única aula, umas porque são uns pavilhões, que não estão construídos, outros, ou não apareceram os alunos ou só um ou dois. Aborrece-me o ofício de professor e ainda mais nestas condições, andando por aí o dia inteiro ou enfiado no quarto, sabendo que em Julho levo um pontapé e recomeça tudo. Enfim ... Abraços do VM


[Estes pré-fabricados, sem condições, que inaugurei como profssor, ainda existiam muitos anos depois do seu prazo de validade. Hoje (2008) já foram demolidos]


Évora
78.01.31
MCG

CTT - Bilhete postal - 3$00

Olá, C.


Enquanto não começa a reunião geral de professores escrevo te umas linhas. O concurso já abriu, pelo prazo de quinze dias. Tenho as listas das escolas, mas não há nenhuma do concelho de Évora. Como há tempo, no fim de semana falaremos. Diz me se precisas de algum "certificado de tempo de serviço ou equiparado". Comprei também os 2 ex. do "Botão de Rosa" (100 paus) e os impressos para o concurso. A sala vai se enchendo lentamente mas nada que se pareça com os 200 profs. da Escola. 5ª feira é o dia da paralização dos professores.


A Susana, vai bem? Saudades e abraços do VM


Évora
78.06.27
MCG

CTT - Bilhete postal - 3$00

Querida C.


A Susana está para ali amuada, pois quer ir para casa da Isabel, nossa vizinha. Daqui a pouco vou até Setúbal. O mecânico não se comprometeu com a entrega do carro [Renault 4] esta semana, pelo que não valerá a pena vires buscá lo. Esqueceste te de deixar os documentos do carro. Já está a pagamento o imposto de circulação. Diz o Artur [Guerra] que termina este mês, mas só com os documentos do carro pode ser comprado. Tens de ver isso aí nas Finanças. Tenho de ver se o meu pai pode ir comigo a Sines por causa do trabalho deste mês. (1) Ainda não fiz contas com o Artur. Se for a Sines este fim de semana não virei a casa, salvo se conseguir ir antes. De qualquer modo tenho exames 2ª feira próxima. Não consigo encontrar o meu fato de banho. Por aqui me fico. Saudades e abraços do VM


Évora
78.06.29
MCG

CTT - Bilhete postal - 3$00

Querida C.


Vou hoje, após o almoço, até ao Barreiro. Amanhã de manhã passo pelo INE. Ainda não sei quando irei a Sines, nem se poderei ir a casa este fim de semana, pois 2ª de manhã tenho exames. Não te esqueças de comprar o selo para o carro (tens de levar os documentos deste). Deves entregá lo ao Artur [Guerra] bem como os documentos, sem os quais o carro não deve circular, sob risco de multa. Um abraço á rua Mãe. Para ti beijos e abraços do VM (também para a Susana)

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1 - Inquérito Permanente ao Emprego, do Instituto Nacional de Estatística

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