quinta-feira, 20 de novembro de 2014

THOUGHTS ON “AL(L)EGRO MA NON TROPPO”

 THOUGHTS ON “AL(L)EGRO MA NON TROPPO

  1. O articulista não esclarece as consequuências económicas e sociais da implantação desta “catedral” praticamente no centro de setúbal. E não esquecendo que vivemos e intervimos numa sociedade capitalista, pergunto-me se cabe aos comunistas “embandeirarem” em arco pelo aumento do investimentos e da apropriação privada da mais-valia em contexto e aparente defesa do capitalismo. Talvez não seja mas pode parecer sê-lo.
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  2. http://pracadobocage.wordpress.com/2014/11/19/allegro-ma-non-troppo/
  1. Caro Victor,
    Aquilo que escrevi não tinha qualquer intenção de avaliar ou sequer opinar sobre o centro comercial, limitando-me a observar a pobreza e a demagogia anti-comunista utilizada por um deputado do CDS num artigo de opinião e a considerar que no quadro da mera gestão autárquica Setúbal tem continuado a ser atractiva para o investimento, mesmo quando as políticas governativas tendem para o inverso.

    De qualquer modo, enquanto comunistas que na análise que fazemos do actual momento do capitalismo consideramos intervir no seio das suas instituições, admitimos uma economia mista, tal como consagrada na CRP (pública, privada e cooperativa), defendemos o crescimento económico, o desenvolvimento das forças produtivas e a melhoria das condições de vida, não nos cabendo embandeirar em arco (estou de acordo), pergunto se nos podemos/devemos opor a determinados investimentos privados? Esta consideração perante o investimento, não implica, antes pelo contrário, que não haja uma oposição feroz às condições de trabalho impostas e à exploração praticada, às presumíveis consequências negativas no tecido económico pré-existente.
    Ou seja, atrair investimento, promover condições para que se criem postos de trabalho e se dinamize a economia, não significa a defesa do modo de produção capitalista, nem implica, claro está, que tenhamos de glorificar esses investimentos ou que abdiquemos de intervir no sentido de organizar os trabalhadores e conduzir a luta nos locais de trabalho pelo fim da exploração.
    Mas, se analisarmos a situação deste investimento concreto desprovida da sua contextualização no tempo e no espaço em que ela acontece, podíamos cair facilmente na tese do deputado do CDS e chegar à conclusão de que se os comunistas governassem não haveriam centros comerciais. É esse olhar simplista e grosseiro que, julgo, devemos refutar.
     
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    • Caro João
      Não personalizes o meu comentário ou reflexão. Não é essa a intenção.

      Este nem é um investimento produtivo, a banca e o Governo há muito que não apoiamos investimentos produtivos e quando o faziam era apenas para assegurar “rendas vitalícias” como nas ppp´s. Com investimentos em que a parte de leão nas infra-estruturas ou na formação cabe ao Estado através dos impostos ou de fundos “comunitários”. Tal como sucede também nas “concessões” na área da saúde” ou os “cheques” ao ensino privado, sejam ou não abertamente confessionais.
      Este tipo de investimentos nem favorece a “produção” nacional, pois coloca os produtores “amarrados”. Reflectindo sobre o teu 4º § [de “Ou seja” até “organizar os trabalhadores e conduzir a luta nos locais de trabalho pelo fim da exploração.”]. Eu suponho que o objectivo final dos comunistas, na organização e da luta pelo fim da exploração, que não se reduz apenas aos locais de trabalho, é a abolição das relações de produção capitalistas e sua substituição pelas socialistas, que se não reduzem ao local de trabalho mas implicam tb uma outra consciência e prática sociais.
      Seja na área da produção ou não, seja na pequena ou na grande empresa, não há um investimento capitalista bom e outro mau: todos eles, sob pena de falência empresarial, se baseiam na intrínseca necessidade de maximização do lucro e, consequentemente, do aumento da apropriação da mais-valia criada pelo Trabalho, pelos produtores. Situem-se estes em Portugal, no Extremo Oriente, em África, nas Américas ou na Alemanha.
      O grande dilema, para um partido e para militantes que se pretendam revolucionários, é saber como não esquecer os princípios nem abdicar dos objectivos finais da luta, sem subterfúgios, no quadro duma sociedade capitalista, qd insidiosamente se nos entranham as formas de pensamento e de actuação próprios das relações de produção que dizemos e acreditamos combater, à mesa do café ou nas autarquias ou no movimentos e organizações dos trabalhadores
      Escreves no § 2º [de “De qualquer modo” até “determinados investimentos privados”] Esta foi a CRP possível com a relação de forças entre o Capital e o Trabalho em 1974/1975. Não é, nunca foi, a CRP pretendida pelas forças que financiavam o ps(d)cds, que a aprovaram com reserva mental, como depois afirmaram e confirmada pela prática, alterações e leituras que dela têm feito. Dá garantias e reconhece direitos a sujeitos e agentes de interesses e objectivos radicalmente antagónicos e as relações de produção protegidas pelas práticas governativas e legislativas são as capitalistas. Não há “ilhas” socialistas numa sociedade capitalista.
      Naturalmente que as atoardas do ps(d)cds devem ser desmascaradas e combatidas com os fracos meios ao nosso alcance. Especialmente no plano ideológico. Pois “a messe é grande e poucos e divididos os operários”. Quanto aos “investimentos” em Portugal e não só, esses não deixam de ser capitalistas. Quanto às invectivas do ps(d)c ds, existirão sempre, tal como na história do “velho e do burro” ou do “ser preso por ter cão, preso por não tê-lo”
      Sem acrimónia
       
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