* Victor Nogueira
AS NARRATIVAS DE SÓCRATES, O PEC IV E OS "SOCIALISTAS" - A narrativa da vitimização continua como se todos fossemos artolas.. Então PCP/BE/PEV não votavam previsível e sistemáticamente contra os PEC’s enquanto PSD/CDS votavam a favor ?
Procurou o PS/Sócrates/Seguro/Assis algum entendimento e acordos com o PCP/BE/PEV – a extrema esquerda, trombeteavam eles, para o apoiarem ? Ou preferiram sempre entendimentos com o PSD/CDS, os tais partidos com “elevado” sentido de estado, até que inesperadamente PSD/Coelho deu a cambalhota e votou contra o PEC IV ?
Mas verdadeiramente, quem tirou o tapete ao PS/Sócrates foram os banqueiros, incluindo Espírito Santo, aliados a Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças de Sócrates, para que a troika assentasse arraiais em regime de protectorado ? Ou não ?
Comments
1. É a vida! says:
BE, PCP e PEV – que
rejeitaram no parlamento o PEC IV, provocando a queda do governo e a
consequente vitória eleitoral da direita.
Essa é que é essa!
Pensavam que iam ganhar votos no eleitorado e não repararam que esse mesmo
eleitorado estava a ver…
o Mário Reis says:
Gente normal de
esquerda haveria de concluir o que é inegável: as politicas seguidas quer pelo
PS quer pelo PSD além de irresponsáveis e contrários aos ideais fundadores da
Constituição manipularam alegremente as leis que os próprios criaram, fizeram
vista grossa aos abusos de quadrilheiros e de um patronato parasitário,
nomearam amigos e figurões para os lugares de poder, tudo até encostar o país à
parede contra todas as evidências que, partidos de esquerda, em especial o PCP
bem alertou antes de todos os arrependimentos e maquilhações atuais. Pouco,
muito pouco mudou neste PS feito de gente enfileirada só pelo acesso ao bolo e
“ganas de poder”.
Infelizmente, não temos uma esquerda normal.
A mesma esquerda que agora fala dos off-shores, querendo, tem uma obra imensa
para refazer o que as politicas do PS e PSD (de gestão de um Estado de
favorecimento do capitalismo selvático) destruiu. Tem que se interrogar a sério
sobre a presença na UE e portanto na União Bancária (que o PS continua sem pôr
como questão). Sobre os beneficios fiscais a empresas que não se cansam em
exportar capitais em vez de os investir no país. Sobre as rendas que continuam
a proteger e a enriquecer grupos de extorsão a que chamam de empresas, como no
setor da energia, das comunicações e da dita “gestão das auto-estradas” entre
outros.
Relembro aos inocentes e distraídos que o PEC IV incluía no essencial, todas
medidas que integraram o memorando de entendimento. A destruição social, venda
de empresas e de setores estratégicos foi de tal ordem nos governos do PS, num
acelerar de capitalismo de charlatães e favorecimento dos grandes grupos que, a
canalha que governou o país sob a bandeira dos nobres ideais a que chamam de
Socialismo deviam ter vergonha de sair à rua, tão elevados foram os serviços
que prestaram ao capitalismo selvático.
É claro para este PS, haver limites de gestão do sistema e de não confronto com
os interesses que são transversais a muitos dos seus comparsas que não vai
querer ultrapassar.
Ilusões? Ilude-se quem quer e quem teima em não querer ver.
2. Rui Naldinho says:
O seu texto é
pertinente.
Primeiro parágrafo:
A mim ninguém me tira da ideia de que a prisão de Sócrates foi apesar de tudo o
que ele possa ter feito, e eu suspeito bem que sim, uma montagem ardilosa para
fins eleitorais. Até este livro de notas do Sr. Silva, das reuniões às quintas
feiras, vem nessa calha. Manter Sócrates sempre na agenda. Não deixar morrer o
assunto.
Ora, o que não falta neste país são ladrões de colarinho branco. Começam na
política e acabam nas empresas do PSI 20. Porque há uma coisa que vos garanto.
Nenhum fabricante de salchichas ou de tomate em lata os vai contratar para as
suas empresas.
Era necessário criar uma imagem de corrupção generalizada sobre Sócrates, como
se o BPN não tivesse existido, isto já para não falar do BES, e ambos não
tivessem passado de uma brincadeira de mau gosto, cuja culpa até nem era dos
ladrões laranjas, mas sim do polícia côr de rosa.
Nessa parte eu concordo com Sócrates.
No segundo parágrafo,
apesar de eu saber que a direita viu aí uma oportunidade soberana de fazer a
tão almejava revisão constitucional à viva força, com a conivência do
Presidente da República incluído, o que ainda assim não o conseguiu,
desculpem-me, mas Sócrates foi um irresponsável que entrou em estado de negação
em 2010. E é aí que eu passo a suspeitar dele. Quem está ao serviço do País,
sem nada que o agarre ao Poder, não faz aquela figurinha triste, até batermos
com o costado no chão. Por isso é que eu penso cá com os meus botões, que
alguém lhe interrompeu a marosca, antes de terminado o trabalho. Não fosse o
ministro das finanças, Teixeira dos Santos, e aquilo tinha sido um descalabro
ainda maior.
Mas aquilo por que passámos nos últimos quatro anos, também deu à esquerda a
lucidez suficiente para perceberem de uma vez por todas, que é melhor um
capitalismo controlado, com um Estado Social organizado, do que a receita de
neo liberalismo descontrolado, como foi aquilo que tivemos.
A Geringonça é o instinto de defesa a funcionar, e os burros, ainda não
perceberam que enquanto o instinto de defesa estiver a trabalhar, ninguém
voltará de novo às suas rotinas diárias, procurando defender os seus interesses
de classe profissional. Estamos na fase da reivindicação mais básica, a de um
modelo de Estado Social não regressivo.
Rui Naldinho says:
Os burros, são todos
aqueles que pensam que a Geringonça cai por sms. Se cair será por algo mais
importante.
Paulo Marques says:
É mais importante
relembrar que o principal factor da crise em Portugal foram as opções políticas
do PS, PSD e do CDS relativamente à união europeia, nomeadamente a tudo o que
envolve o euro. Dentro delas, a crise eterna é a única possibilidade.
O que significa que
antes da Europa e do Euro, Portugal vivia no melhor dos mundos possíveis, acima
do que vivemos hoje. Mesmo no tempo do Estado Novo. É isso, Paulo Marques? E a
banca rota dos finais do século XIX, e do princípio do século XX, era porquê,
já agora? Portugal vive numa crise permanente desde o tempo do Sr. D. João III.
A narrativa da
vitimização continua como se todos fossemos artolas.. Então PCP/BE/PEV não
votavam previsível e sistemáticamente contra os PEC’s enquanto PSD/CDS votavam
a favor ? Procurou o PS/Sócrates/Seguro/Assis algum entendimento e acordos com
o PCP/BE/PEV – a extrema esquerda, trombeteavam eles, para o apoiarem ? Ou
preferiram sempre entendimentos com o PSD/CDS, os tais partidos com “elevado”
sentido de estado, até que inesperadamente PSD/Coelho deu a cambalhota e votou
contra o PEC IV ? Mas verdadeiramente, quem tirou o tapete ao PS/Sócrates foram
os banqueiros, incluindo Espírito Santo, aliados a Teixeira dos Santos,
Ministro das Finanças de Sócrates, para que a troika assentasse arraiais em
regime protectorado ? Ou não ?
3. Antero Seguro says:
BE, PCP e PEV
rejeitaram no parlamento o PEC IV, como já tinham rejeitado o PEC 1,2 e 3. A
politica dos PECs foi como veio a verificar-se, ruinosa para o país. O PSD e o
CDS no papel de amigos da onça, apoiaram estrategicamente a politica dos PECs
com o objectivo aliás bem conseguido de enterrar o PS para no preciso momento
lhe tirar o tapete. Aliás o tempo veio a provar que com amigos destes (PSD/CDS)
o PS (e por via do PS o povo português que o apoia) não precisa de inimigos.
Antero Seguro says:
Aliás à velocidade a
que os PECs surgiam hoje já estariamos talvez no PEC 1458.
4. Paulo Só says:
Ou muito me engano ou
ainda não vimos sequer o começo do filme. Li no Observer há dias uma história
que me deixou de pulga atrás da orelha. O Sr Mercer é um desses bilionários de
Wall Street. Ele financiou à altura de 13 milhões de dólares a campanha do
partido republicano. Mas antes disso uma subsidiária da sua Cia na Inglaterra
tinha fornecido serviços grátis de marketing eleitoral ao Sr Farage, que quem
Mercer é amigo há muito. E por acaso o Mercer é o dono da Breibart News do Sr
Steve Bannon, que foi imposto como coordenador da campanha do Trump e hoje
integra o Conselho de Segurança Nacional dos EUA. Dizem que o Sr Mercer está
muito interessado nas eleições na Holanda, França e Alemanha em 2017. Ao
contrário das suspeitas sobre a intromissão putiniana nas eleições americanas,
isso são fatos. Agora ficamos a saber do aumento das despesas militares dos
EUA. Pergunto: em que se baseiam as teorias de um conluio Trump/Putin? Pergunto
onde esse governo americano recheado de generais e lobby da defesa vai fazer a
próxima guerra? China? Irão? Como vamos na Europa lidar com o recrudescimento
da agitação nos Balcãs? Diante destas incógnitas pergunto se as opções
estratégicas do PS, PCF e BE têm algum tipo de resposta. A economia é grave,
mas o mais grave é a guerra.
5. Jota says:
Tendo sido os partidos PCP, PEV e BE os causadores do chumbo do PEC IV que
assim sendo , provocaram a queda do governo, e a vitória eleitoral da direita,
e que deram a oportunidade a estes de não cortar salários, pois não era
necessário, de não cortar pensões, pois também não era necessário, de criar
muita austeridade, pois então é que não era necessário, e até de privatizar
empresas lucrativas como era o caso dos CTT… Nada era necessário ! A vitória da
direita não foi como um parasita que se instala no seu hospedeiro, mas sim o
hospedeiro que abriu as portas ao parasita, não por este ter omitido, mas sim
por ter mentido à cara podre aos Portugueses
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