domingo, 17 de agosto de 2008

Em conversa com os meus botões (11) - Da Literatura


Litogravura de José Dias Coelho



* Victor Nogueira
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Pensei que a tua era uma «novela» fictícia» resposta a uma outra minha. Não sei qual delas te perturba, mas a tua está muito bem escrita e é um contraponto à minha. Mas tu lá sabes e restam-me os teus poemas. Pode ser que graças Ao Sabor do Ollhar venhas a receber o Prémio Nobel da Literatura, para grande desgosto do Lobo Antunes, que lá recebeu o Prémio Camões - tão feliz que está na foto - mas no não perdoa ter sido superado pelo Saramago no Nobel. Al iás aprecio mais Saramago (apesar do seu ar público enfadado) que o Lobo. Embora todos falem no Memorial do Convento ou no Ano da Morte de Ricardo Reis, esquecem Levantados do Chão, que tem um cantinho no meu coração, aliás como a dramaturgia dele.
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Shakespeare é um grande poeta e dramaturgo, embora quanto aos sonetos eu prefira uma edição bilingue da Sá da Costa, salvo erro, do que a do Vasco Graça Moura, que no entanto também aprecio, apesar das suas diatribes políticas de mais laranjista que a laranja :-)
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Quanto a ti, gosto do teu poema. Daquele e não só. Da tua prosa, só tenho aquela, de quarentena enquanto não mudares de «posição».
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Eu poetizo de muitas maneiras: tenho sonetos com sabor a Camões e Sá de Miranda ou Bocage, outros poemas que que tiveram como ponto de partida o Daniel Filipe ou Eugénio de Andrade, passando pelas quadras populares. A minha prosa é reconhecível, mesmo em textos que deixam de ser meus para passarem a ser do «colectivo».
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Quanto à poesia, com tanta heterogeneidade, não sei se sucederá o mesmo.
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sMas poetiso por «necessidade», especialmente quando estou em baixo, ma agora já consigo escrever jogando e brincando com as palavras, como se estivesse alegre.
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Mas ... a felicidade é sempre tão breve que pouco tempo me resta para vivê-la ou saboreá-la, quanto mais para escrever longamente sobre ela.
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Bjo para ti e considera que tens valor.
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Tenho uma curiosidade: conhecer as tuas pinturas que inspiraram os teus poemas e outras se continuaste por essa via.
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Victor Manuel
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1 comentário:

Maria Silvestre disse...

Não tenho tempo para responder como gostaria às mensagens nem para visitar os teus textos e conhecer melhor as tuas fotografias.
Desde o ano dois mil a família cresceu para nove: cinco pessoas e quatro gatos. São um trabalho alegre que deixa pouco espaço à solidão que tanto aprecio.

Amanhã viajo para os Açores e se conseguir levar o computador portátil voltarei.

O meu blog ainda está muito verde e se te debruçares sempre assim um dia não terás espaço aqui. São centenas de textos e a decisão de publicá-los ali foi o processo que encontrei para me auto-disciplinar na revisão, pois de cada vez que colocava os papéis todos em cima duma mesa ficava angustiada com a altura das pilhas e sem saber como recomeçar. A maior parte da produção é dos anos noventa. Sofri nova atrofia ao criar uma nova família. Enfim, é a vida.