terça-feira, 12 de maio de 2020

UM CAMPO CONCENTRACIONÁRIO E OS mass media



* Victor Nogueira

Mas é deliberado. É deliberado que a "informação" seja deste modo, por dois motivos principais:  filtrar e "condicionar" o conhecimento da "realidade"  e "manipular" as consciências individuais e colectiva, de acordo com os interesses e a agenda dos proprietários dos meios de comunicação social, que "investindo" nos meios de comunicação social, cuja propriedade está cada vez mais concentrada, têm de ter retorno, "cativando" massas e publicidade.

Cada vez mais as pessoas vivem sobretudo de tweets, de sms, de emoticons, com toda a pobreza de expressão que carregam e em si encerram.

Quanto aos jornalistas, são trabalhadores avençados, uns com vínculo seguro, outros, quantos muitos? - com vínculos precários e dependentes  do "salário", quaisquer que sejam as suas convicções.

Uma vista de olhos pelas páginas da imprensa escrita e audio-visual mostra que neste momento a agenda é para à boleia do covid 19 instalar o conformismo, o medo e a angústia irracionais, insana. Já não há corrupção, operações marquês, tancos, pedrógão, refugiados, incluindo crianças, atravessando o mediterrâneo, por vezes as suas águas se afogando, Já não se fala nos confinamentos no médio oriente nem na palestina ou nos bombardeamentos ou em catástrofes naturais, Os jornais e os canais noticiosos ditos de "referência" vivem do "imediatismo", do sensacionalismo   infrene, cada vez mais confundido-se com os tablóides.

Mas também não se fala na Vida, mas num mundo concentracionário, vazio de afectos e de Humanidade, um mundo de zombies, alienados e de escravos que garantam a sobrevivência dos donos disto tudo e dos seus homens e mulheres de mão, manageiros ou simples testas de ferro.

À boleia do covid 19 tentam atomizar as pessoas, desumanizá-las ao máximo, coisificando-as, encerrá-las em guetos, considerar o Outro um potencial inimigo, um portador do que eles dizem ser um invisível mas mortífero vírus. Houve tempo em que o Outro, o semelhante ou o inimigo, se distinguia pelo vestuário, como determinavam por exemplo as Leis Pragmáticas. Depois por um dístico colorido colado obrigatoriamente na lapela: o judeu, o opositor político, o homo-sexual .... Agora o inimigo, o suspeito, é que não usar a máscara, já por alguns, quantos?, apontado a dedo e denunciado.
https://www.facebook.com/fernando.godinho.125/posts/3808652039161982
IMAGEM EM https://www.nerdmaldito.com/2012/12/o-correto-e-zumbi-ou-zombie.html

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