* Victor Nogueira
É o admirável mundo rançoso em que vivemos. Há contratos e
contratos, uns “ferreamente” blindados, outros facilmente descartáveis, os da
maioria. Há falências e falências, algumas “too big to fail”. Há o direito de
propriedade, nem sempre a preto e branco, nalguns poucos casos sacrossantamente
intocável e divinizado, mas não para a maioiria. Há o princípio da confiança
nos contratos e nas expectativas, que não se aplica à generalidade dos trabalhadores
e pensionistas, inapelavelmente chamados a “salvaguardar” os privilégios e crescente
riqueza dos 1% dos donos disto tudo a nível mundial, incluindo os seus serventuários.
Este mal Nóvoa na reacção? Admitamos que sim. É isso apenas isto que salva ou
condena a sua campanha? Em tempo – A Democracia
e a República, esta em que uns vivem e outros
vegetam, tem muitos Pais e Mães. Alguns tão “importantes” que até servem
de justificação para a suspensão da “democracia”, em plena campanha eleitoral,
incluindo a não comparência a debates e acções de “esclarecimento” do “eleitorado”.
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Não sou de cá, só vim ver a bola, explica Nóvoa
Q
ualquer candidato ou candidata tem os sentidos mais alerta nos últimos dias. Não se podem cometer erros, é preciso seguir o guião, criar poucas mensagens mas ser sempre claro, evitar ataques, procurar os bons momentos, é assim que tem que ser. Mas, se entra pela porta dentro uma surpresa, é melhor responder da forma mais clara para evitar novas perguntas, para não ter que se reinterpretar as próprias palavras ou para não ter que responder duas e três vezes ao mesmo. O caso da pensão dos ex-titulares de cargos políticos é um desses assuntos e Nóvoa falhou o teste que não podia falhar. Faltou-lhe presidencialidade.
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