quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Évoraburgomedieval no antigamente (2)




por Victor Nogueira a Domingo, 14 de Agosto de 2011 às 14:12
* Victor Nogueira

Andei a deambular pelas ruas de Évora armado em turista:  Cruzes em esquinas assinalam o local onde foi assassinado, largos anos atrás, um homem qualquer, ruas desertas, miúdos, roupa estendida nas janelas, um gatito que roça nas minhas botas, o miúdo que me pede dinheiro, já não sei para quê. Por fim o regresso ao Giraldo. Rumo ao Mercado onde se vendem animais embalsamados, artigos de barro, caça, peixe, brinquedos... esses brinquedos de lata ou de madeira que eu reconheci como já tendo sido meus numa longínqua infância que já não reconheço como minha. Seguiu se a habitual passagem pelo Jardim Público. Onde está uma oliveira com uma lápide que reza assim:  “Oliveira plantada em 14 de Julho de 1919 comemorando a Paz Universal após a Guerra dos Povos Aliados contra a Alemanha" (NSM - 1969.01.26)
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Ontem o  Marcello (desde há dois meses) (1) teve mais uma das suas conversas em família, ao serão. (...) Nunca imaginara um Chefe do Governo tendo conversinhas "divulgadoras". Para a prole. A minha opinião? Palavras leva as o vento, quer sopre de Oeste, quer do milenário Oriente. Venham as obras, os factos. Venham eles. Porque só depois é que... nem só de pão vive o homem. E ontem houve muitas e vagas palavras. Por muito sensatas e oportunas que tivessem sido!
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Mas também houve progressos. Da primeira vez perdia se no meio dum enorme espaldar dum intimidante cadeirão, nada "familiarizante". Desta feita não; num ambiente de sala de estar, confortavelmente instalado numa poltrona, de perna cruzada, com um sorriso vagamente cansado, em tom benevolente, falou. (NSM - 1969.02.11)
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 Nós por cá vamos andando, numa terra onde as pedras são venerandas, mas nem por todos veneradas. Évora, ilha de pedra e cal perdida no meio da imensa planura alentejana, de ruas estreitas e tortuosas onde o tempo parou algures no passado. Da Praça do  Giraldo, cujas arcadas e paredes bordejantes há muito teriam caído se não fossem os beneméritos que continuamente se revezam a sustentá-las, falando tudo de nada.  Das meninas de longos cabelos e brancas batas, umas feias, outras bonitas, que passam aos magotes, de livros debaixo do braço. Dos rapazes de castanhos e compridos capotes. Dos da  Escola Agrícola, que fazem gala em andarem rudemente mal vestidos, de caqui azul.  Do Salão Central, que dá sessões cinematográficas diárias (6.as feiras: filme português). Do Teatro Garcia de Resende, que abre de longe em longe! Onde a malta se aborrece por nada ter de fazer, onde tanto há que fazer.(...)   Os  jesuítas desiludiram me. Maus pedagogos, agarrados a métodos de ensino ultrapassados, falando "ex cathedra", excessivamente cautelosos, para não empregar um termo mais contundente, desaproveitando as condições para a criação duma escola realmente Nova. (ASV - 1969.02.20)
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Que tenho feito? Andado por aí. Ir ao Instituto ouvir uns tipos a vomitarem sabedoria, uns, ignorância, outros, presunção, alguns. Vender folhas atrás do balcão da Associação de Estudantes. Ir bissemanalmente às piscinas [cobertas] nadar. Ouvir música, de rádio, pois o gira discos avariou-se. Andar por aí. Ler. Aborrecer-me. Desesperar-me. Angustiar-me. Mas,... que interessa isto?! Respiro, como, ando. Estou vivo! O resto, hum! o resto são cantigas. (MLF - 1969.02.23)
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Enviei-vos há dias um telegrama, horas depois do violento abalo sísmico que se fez sentir em Évora e em todo o país. Muita gente, especialmente as miúdas, anda desde então com os nervos em frangalhos. O eles terem-se repetido nestes últimos dias, embora com uma intensidade muito menor - nem sequer os sinto pois durmo beatificamente a essa hora - muito deve contribuir para isso.
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Estava eu muito bem a dormir, quando dei por mim num estado de semi sonolência. Pensei: "Isto é um camião". Não sei porquê senti que não podia ser, acendi o candeeiro da mesa de cabeceira e levantei me! A luz apagou-se, o chão vibrava assustadoramente e eu pensei "Esta merda (do chão) vai abaixo e eu atrás". Pensei em pôr-me junto da parede, para o caso do tecto ruir, mas o problema do chão persistia. Assim optei por pôr me junto à janela - talvez influências subconscientes dos quadros existentes no Castelo de S. Jorge, em Lisboa, mostrando aspectos daquela cidade após o terramoto de 1755. Tudo isto foi feito instantaneamente. Foram 60 segundos intermináveis, angustiosos (tive a nítida sensação de impotência perante algo contra o qual nada poderia fazer senão aguardar, aguardar ...). Como se sentirão os condenados à morte quando na câmara de gás, ouvindo o PLOFF das cápsulas?! Bem, calcei as pantufas, enfiei o roupão e desci ao piso inferior. Todos se encontravam bem. Lá estivemos todos na sala de jantar. Os ressuscitados. Bem, liguei o rádio, nesse momento o Rádio Clube Português retomava as emissões - eram 4 h 30 m - e às cinco, num segundo noticiário, tivemos conhecimento da extensão do sinistro. Partindo do princípio que a coisa se não repetiria, enfiei-me debaixo dos lençóis e acordei às 6 horas com o estridente tocar da campainha do telefone. Desci as escadas a correr: era o maninho duma das miúdas a saber notícias. (NSF - 1969.03.05)
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Encontro-me no vozear barulhento do  Arcada, onde a porta gira continuamente. "Adeus oh escriturário!" As primeiras e únicas palavras que alguém me dirige, além do "obrigado" do criado, perdão, do empregado, quando lhe paguei o garoto claro e lhe dei cinco tostões [1969]. Mas as palavras do Morte passaram como a chuva escorrendo pela minha gabardina branco sujo, como o [António] Campos, que diz poesia muito bem e que esteve em Luanda. A cadeira defronte a mim continua vazia, apenas ocupada com o "chamberlain" [guarda-chuva] e a gabardina. (2) (POE - 1969.03.16)
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Estou saturado de Évora: casa, instituto, café Giraldo, casa, instituto, café Giraldo, casa, instituto, café Giraldo... Sempre as mesmas caras, sempre as mesmas conversas, sempre a mesma água gotejando sobre mim (...) (NSM - 1969 - Páscoa)
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Desta janela [da sala de aulas do Instituto em que me encontro] avistam-se telhados sujos, uma chaminé esbranquiçada e, lá ao fundo, muito ao longe, a verde campina alentejana, onde se destacam algumas manchas mais escuras, de oliveiras ou sobreiros. Pela outra janela, à minha esquerda, vêm-se as paredes brancas do edifício do Museu Regional, com as suas sacadas de ferro forjado. Há umas semanas atrás era a moldura dum dos quadros mais belos que tenho visto: os ramos das árvores do largo [Marquês de Marialva], agora descarnados, estavam cobertos de folhagem dourada. Quantas vezes, ao entrar para esta sala, os meus olhos se deliciaram neles. (NSM - 1969.04.09)
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Aproveito a frescura da noite, que entra pela janela entreaberta, para escrever. Daqui a cerca de uma hora irei até ao Largo da Sé, em cujas escadarias se fará uma récita, integrada nas Festas dos Finalistas do ISESE, que têm brilhado pela falta de brilho e pela improvisação. Ontem estive a fazer o serviço de bar durante o torneio de tiro aos pratos, organizada por aqueles. Uma experiência nova, que me fez sair de lá com a cabeça aguada, perguntando me qual a piada que a fina flor da "nobreza" cá do Alentejo encontra no "pratopumpumzero" (Alguns lá conseguiam acertar mesmo). (...) A cidade mais bela do mundo tornar-se-à insuportável, muitas vezes, para os desenraizados. (NSM - 1969.05.22)
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Manhã de um segundo dia de férias, véspera do começo de exames. Os dias de sol alternam com os de chuva fria Hoje o céu está azul, quase limpo; andorinhas volteiam pelos ares, o branco das casas fere impiedosamente o olhar, os jardins (Ah! a única coisa aproveitável nesta vilória!) multicoloram-se de flores e as árvores enverdecem. Mas no telhado e junto à minha janela, o musgo secou, deixando apenas manchas escuras. A erva que corria por entre as telhas está castanha e coberta de mini-flores brancas. Já não parecem árvores correndo por entre vales e galgando montanhas. (NSM - 1969.06.03)
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Dentro de momentos a Praça do Giraldo será cenário duma  manifestação [do 10 de Junho] que pretendem grandiosa e durante a qual se enaltecerá essa gloriosa e alegremente sacrificada juventude portuguesa que em terras de África defende a herança dos seus avoengos, numa guerra santa sobre cujos fundamentos se não admitem dúvidas.  Entretanto a Universidade de Coimbra está em greve desde há largas semanas, greve de que os jornais não falam, a não ser publicando os diversos e por vezes incoerentes e inverosímeis comunicados das autoridades académicas. A música continua a ser monoral. (...) Está uma manhã cheia de sol, contrastando com o pluvioso e cinzento dia de ontem. Pela janela aberta chegam-me aos ouvidos o chilrear dos pássaros e os discursos transmitidos pelos autofalantes, na cerimónia que se realiza a dois passos daqui, entrecortados por salvas de palmas. (NSF - 1969.06.10)
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Finalmente e já não era sem tempo, parece ter chegado o verão. Embora não esteja calor, o céu está azul, com alvos flocos de núvens aqui e além. As piscinas, uma das coisas boas que esta terreola possui, serão uma tentação na época de exames que atravessamos. (...) Dentro de cinco dias abre  aFeira de S. João, ao que sei muito apreciada pelo povo de Évora. A tal ponto que o cinemazeco cá do burgo aproveita os quinze dias para férias do pessoal. (3) (MLF - 1969.06.17)

O verão chegou finalmente, envolvendo a cidade num bafo quente e opressivo (NSF - 1969.06.28)
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Os dias estão maravilhosos e cheios de sol. As andorinhas enchem a Praça do Giraldo com os seus chilreios. (NSF - 1970.02.23)
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Temos [no Instituto] uma boa biblioteca, embora mais para servir os professores que os alunos - a leitura domiciliária é quase proibido - que está fechada à noite. ( NSF - 1970.03.21)
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De Évora para Lisboa pode ir-se por estrada e por caminho-de-ferro. De camioneta ou de automotora, o tempo gasto no percurso é sensivelmente o mesmo: umas 3 h 30 m. A camioneta, embora mais enfadonha, é mais barata. A empresa [João Cândido Belo] concede cartões de estudante que permitem obter 50 % de desconto entre a localidade de residência e a de estudo e vice versa, no meu caso entre Lisboa e Évora [Para efeitos práticos a minha residência oficial não era em Luanda mas em Paço de Arcos, em casa da minha tia-avó Esperança, farmacêutica  e Directora Técnica da Farmácia Sanitas, no Camões/Chiado]. O comboio em 1ª classe fica à volta de 70 a 80$00  (35 a 40 cêntimos do €) e a camioneta, com desconto, 20 a 30$00. (10 a 15 cêntimos do €) (NSF. 1970.05.17)
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O calor chegou. E no Verão Évora é mais insuportável. Daqui a pouco talvez vá até ao Arcada meter uns líquidos. É quase meia noite. Anteontem estive em Lisboa. (...) Já estou desabituado daquele bulício e das longas distâncias. Aqui está tudo ao alcance da mão. Tive de fechar a janela, pois o quarto foi invadido por umas mosquitas incómodas. Música pop ouve-se no gira discos. (NSF - 1970.05.23)
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Amanhã abre a Feira de Évora. Já não era sem tempo que algo surgisse para quebrar a chatice desta terra, onde até o cinema fechou desde há uns dias para férias do pessoal (NSF - 1970.06.22)
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Isto por cá não anda muito bom. As greves sucedem se diariamente - só por porta travessas se sabe - e as deserções do exército, nomeadamente dos oficiais milicianos, continuam a verificar-se. Entretantoo problema do Ultramar continua a ser explorado emocionalmente, com completo desrespeito pelos interesses do povo português. A emigração aumenta. A nau mete água por muitos rombos. (NSF – 1970.07.18)
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1 - Anteriormente a ser Presidente do Conselho de Ministros, escrevia se simplesmente Marcelo e não Marcello !
2 - Do poema "Num repelão", escrito em 1969.03.16
3 - No verão não se interrompiam as sessões cinematográficas. Após a quinzena de férias, passavam a ser na esplanada, um recinto sem cobertura.


Num repelão
Gesto teatral inautêntico
disse que não almoçava e saí
esperando que me retivessem!

Assim
encontro-me no vozear barulhento do Arcada
onde a porta gira continuamente

"Adeus oh escriturário!"
As primeiras e únicas palavras que alguém me dirige
Alem do "obrigado" do criado, perdão,
do empregado,
quando lhe paguei o garoto claro
e lhe dei cinco tostões.

Mas as palavras do Morte passaram
como a chuva escorrendo pela minha gabardine branco sujo!
Como o Campos
que diz poesia muito bem
e que esteve em Luanda.

A cadeira defronte a mim continua vazia:
apenas ocupada com o "Chamberlain" e a gabardine

... ... ... ... ... ...

Dizem que estou apaixonado
Mas isso não e verdade.
Ou é !?
Estar apaixonado é isto!?
Esta eterna espera pelo incerto?!
Espero -te !
És a voz quente e cordial da Emília
que de repente arrefece e desaparece.
És a Maureen, borboleta esvoaçante e carinhosa.
És a miudinha sorridente da papelaria do Chiado,
essa mesma, que tinha uma covinha no queixo.
Sois todas vós, oh mãos estendidas,
oh lábios sorridentes, oh verdes olhos pretos
ou pretos olhos verdes!
Todas vós.
Ninguém!

Dizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.
Mas os livros não se sentam á nossa beira,
nem tem olhos, nem sorriem
nem nos abraçam,
nem connosco passeiam pela rua, pelo campo.
Nada podemos dar aos livros
senão as letras dos nossos pensamentos
ou um pouco de nós
para que chegue aos outros.

Os livros têm os olhos que nós temos.
E os seus lábios são os nossos lábios.
Porque se os livros tivessem olhos
e lábios e mãos e dedos
seriam talvez pessoas
mas nunca livros.

Lembras-te do Cunha?
Em Luanda
era um alfarrabista de corpo dolorido e disforme,
a quem os miúdos roubavam e provocavam.
Cria em mim
esperava ainda ver o meu canudo
de senhor doutor.
Dizia ser eu um jovem diferente dos outros
e nunca o consegui convencer do seu erro:
Falávamos de ópera - e ele trauteava as árias.
Falávamos do Camilo e do Zola
e da enorme fortuna que ele teria se os livros em stock fossem libras.
O homem que não conseguiu ser ele mesmo,
condenado a vender a abominável literatura de cordel.
"Escreva-me. Não se esqueça deste pobre velho!"
"Havemos de ver-nos nas Férias Grandes."
O meu postal ficou sem resposta.
O Cunha morreu.
Só.
Abandonado.
Como um cão!
(Eu, que era seu amigo, nunca o convidara para a minha mesa)
E nas tardes quentes e plúmbeas
Mais uma voz silenciou-se.
Os frigoríficos do Pólo Norte
-Frimatic, o Rei dos Frigoríficos -
substituem os livros que nunca foram libras!


16 Março 1969
Évora


Ilustrado por João Abel Manta
cartoon - João Abel Manta - vida quotidiana: a GNR e a Guardia Civil trocam presos políticos, a vida da "Alta" e do povo
cartoon - João Abel Manta - os "mitos" nacionais  - Folclore e Galo de Barcelos, Touradas,  Descobrimentos, Santo António de Lisboa, o machismo e a Rainha Santa Isabel
cartoon - João Abel Manta - as perseguições políticas: prisão, morte e tortura
cartoon - João Abel Manta - as fases de Salazar, o "Dinossauro Excelentíssimo"
cartoon - João Abel Manta - império colonial
cartoon - João Abel Manta - Tortura pela PIDE/DGS (interrogatório e a "estátua")
cartoon - João Abel Manta - evangelização colonial
cartoon - João Abel Manta - preso político
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Antonio Garrochinho como a parte I um excelente, valioso e exaustivo trabalho camarada VItor. obrigado amigo, um bom Domingo
14/8 às 15:12 · Não gosto · 2 pessoas

António Couvinha Obrigado Victor, Excelente. Andei a deambular por essas palavras e foi um prazer.
14/8 às 15:28 · Não gosto · 1 pessoa

Aristides Silva Oh Vitor eu não sabia que tu tinhas escrito estas coisas naquela altura. Eu consigo ler-te com uma avidez impressionante. primeiro porque escreves muito bem e depois porque traduzes bem aquilo que nós sentiamos, sobretudo os como nós, que não eramos de É vora mas não tinhamos dinheiro para ir passar os fins de semana a Lisboa ou a outro lugar qualquer.
14/8 às 16:05 · Não gosto · 2 pessoas

João Carrapiço Muito bom mesmo Vitor.Um abraço!
14/8 às 16:27 · Não gosto · 1 pessoa

Alice Coelho Olá Victor!!!! obrigado por me deliciares com teus escritos....abraço
14/8 às 17:26 · Não gosto · 1 pessoa

Carmen Montesino Magnífico, Victor! Parabéns, obrigada!
14/8 às 17:43 · Não gosto · 2 pessoas

João Gonçalves Muito obrigado pelo trabalho que tiveste meu Grande Amigo. Relembro tudo em pormrnor no que escreves e tenho Évora no meu coração esteja aonde estiver. Já reli o texto duas e três vezes pois tu és excelente a escreveres. Um bom Domingo e um grande abraço de saudade.
14/8 às 19:42 · Gosto · 2 pessoas

Yuna Bac Mas que magnífico trabalho meu caro amigo..... Descrições fascinantes de momentos mágicos, que não voltam mais... :) Os meus parabéns querido Victor Nogueira.
14/8 às 20:09 · Não gosto · 1 pessoa

João Gonçalves Não referiste a minha pessoa nesse texto apesar de o ter lido várias vezes e várias foram as vezes que falámos na Praça do Geraldo e estudámos no Café Portugal bem me lembro da tua gabardine que foi famosa e do teu Curso de Sociologia pois eu era de Economia e quero te dizer que fiz a seguir Matemática e enverdei pelo ensino. Nós tinhamos um grupo em Èvora do ISESE que era o Figueira, Casimiro, eu e o Mendes da Muralha e o Pinheiro de Almeida que já faleceu. Não sei do Viegas que foi para o Banco e do Victor de Trancoso que foi para o MNE.
14/8 às 23:32 · Não gosto · 2 pessoas

Yuna Bac Meu caro amigo Victor... algo me diz que ainda há-de vir parar novamente a esta terra pintada de azul e branco.. eheh..... através destas palavras escritas há tanto tempo... mas que postadas aqui e agora transmitem uma nostalgia tal.... Uma coisa lhe digo meu querido Victor Nogueira.... Évora seria muito mais bonita com a presença das suas sempre lindíssimas palavras! :) Beijo grande meu querido amigo*
Segunda-feira às 3:04 · Não gosto · 2 pessoas

Victor Nogueira João - Estes textos são a partir de extractos do que restou da minha correspondência na altura. Claro que me lembro de quem falas e de ti e da malta de quem falas. Continuo amigo do Viegas, com quem falo ou me enconto de vez em quando, mas não sei do Victor Gil.
Segunda-feira às 13:29 · Gosto · 1 pessoa

Carlos Rodrigues Bela evocação, Vitor, correspondências ou Diário, com Poesia e emoções de um tempo bem marcado.
Segunda-feira às 17:09 · Não gosto · 1 pessoa

João Gonçalves Envia-me o contacto do Viegas mas o Victor Gil há uns anos estive em Trancoso terra natal dele e falei com familiares que me disseram que estava na SEE na Suiça. Mais não sei. Os outros meus amigos de Évora não estão no Face e só o Carlos Casimiro tenho o mail dele. Penso que o Padre Lúcio Craveiro da Silva e o padre Augusto Silva já faleceram mas tenho fotografias nossas e gostava de saber do Castelhano, do Reis, do Silva e do Santos do Porto dado que tenho uma filha no Porto investigadora do INEB e de vez em quando vou lá.
Segunda-feira às 20:13 · Não gosto · 1 pessoa

Edite Pinheiro Bela partilha, Victor. Apreciei o sentido estéctico da composição. Abraço
Terça-feira às 1:09 · Não gosto · 1 pessoa
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Victor Nogueira João Os padres Lúcio e António Silva já morreram. Este era irmão do Pe Augusto; a última vez que falei com ele há meses ainda estava vivo. Telefonei ao Pe Vaz de Carvalho pk ele [Augusto] mo sugeriu, [que  de certeza ainda se lwmbrava e mim e ficaria conmtente]  mo sugeriu mas ele já não me reconheceu e não dizia coisa com coisa, ao contrário do Padre Augusto que me reconheceu imediatamente [apesar de não termos voltado a falar depois de 1975] e só se enganou num ano ao dizer a minha idade - na altura tinha 63 anos. 
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Nunca mais soube do Castelhano a não ser da sua nomeação para Director Geral num dos Governos do PS, quando, como gestor de recursos humanos, tinha de ler o Diário da República diariamente. Lembro-me do Casimiro e do Figueira mas não estou a ver quem são o Reis e o Santos, que deveria conhecer por outro nome. 
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Eu dava-me com toda a malta do ISESE - com todos os homens e com muitas das raparigas, de todos os cursos e anos. tirando os queques Champalimaud, Mellos, Cudell e Companhia, incluindo os filhos dos grandes agrários, salvo um dos Cabrais (O Cudell numa 2ª feira comunicou-me que tinha ido à PIDE, à António Maria Cardoso, denunciar-me como um perigoso comunista e eu agradeci-lhe a bufaria e depois do 25 de Abril o filho dum dos agrários tentou esmagar-me contra uma parede numa das ruas estreitas, conseguido eu escapar à investida e guinada do jipe porque me consegui espalmar na reentrância duma porta.
Terça-feira às 9:47 · Gosto · 1 pessoa

Joana Espanca Bacelar Mais uma vez obrigada Victor por me levares aos anos 60. O padre Belo, um dos professores mais novos também já faleceu, não sei se te lembras dele...
Terça-feira às 18:16 · Gosto · 1 pessoa
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Victor Nogueira Sim, Joana, lembro-me perfeitamente dos Padre Belo e Vaz Pato, dois "aristocratas". Creio mesmo que ambos eram de "sangue azul" Beijo carinhoso
Terça-feira às 20:23 · Gosto · 1 pessoa

João Gonçalves O Antonio Siva era o da Brotéria revista catolica o irmão vi-o há uns anos na igreja do Bacelo em Évora quando estive num batizado . O padre Belo foi meu prof de Mat e Est mas não imagina que mais tarde depois da tropa fiz Matemãticas na Faculdade de Ciências e acabei por ser prof durante 40 anos... O Cudell pediu.me os exercícios de Estatística para passar no exame do padre Belo e até hoje nunca me agradeceu. Gostava de saber do Coelho da Siva que foi para o Porto assim como o Henrique Santos. Não sei do padre que fez o curso connosco e outros que estão em fotos que tenho na Sé e no Templo Diana. Temos que tomar um café em Setubal diz-me aonde te posso encontrar que bateremos um papo.
Terça-feira às 22:43 · Gosto
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Victor Nogueira ok, João :-)
Terça-feira às 23:34 · Gosto
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Victor Nogueira João - Havia dois padres nossos colegas, - O Olímpio e o Abrunhosa (este abandonou o sacerdócio e casou com uma colega nossa, salvo erro a Alice). Nunca mais soube do Coelho da Silva nem do Henrique Santos. Depois do 25 de Abril o nosso professor de Psicologia do Trabalho, o José Marques da NORMA, uma empresa de informática ligada ao PCP, ainda organizou 2 convívios de antigos alunos, mas não tiveram continuidade, pois com o 25 de Abril houve um separar de águas que impedia a mistura do azeite com a água. 
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Aliás aqui há uns meses o Pe Augusto da Silva disse-me que tinha havido em Évora um almoço de antigos alunos agora importantes (como o Henrique Granadeiro) e que ficara muito agradado. Retorqui-lhe que também gostaria de participar num futuro almoço de antigos alunos agora importantes e ele comentou com aquela sua fina ironia e sorriso, que "vi" do outro lado do telefone: "Pois, o Victor hoje também podia ser uma pessoa importante, mas escolheu outro caminho ..." Eu desconfio que eles sabem o percurso da maioria dos ex-alunos, 
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Mas dos ligados à "alta" esqueci-me de referir a Isabel Belo de Serpa Pimentel, sobrinha do Conde de Vilalva, latifundiário "progressista, dono da Cartuxa e de metade das terras do concelho de Évora, que subsidiava o ISESE através da Fundação Eugénio de Almeida. A Belocas (como eu e o Camilo a tratávamos carinhosamente) era Vice-Presidente da Direcção da Associação de Estudantes, liderada pelo Viegas e por mim, e que morreu nesse verão no seu 1º salto de para-quedas, que se não abriu, e não chegou assim a visitar-me em Luanda, com me prometera.
Ontem às 0:06 · Gosto · 1 pessoa

João Gonçalves O Abrunhosa já sabia mas não sei o que é feito do Olímpio. Eu fui militar de Abril e participei em muitas actividades nessa altura no Norte. temos que conversar em Setúbal quando tu tiveres disponibilidade. Diz-me dia, hora e local e lá estarei.
há 43 minutos · Não gosto · 1 pessoa

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