* Victor Nogueira
O inefável Cisco Assis perora salomónicamente sobre Fidel Castro, começando com elogios e terminando com ataques ao liberticida marxismo-leninismo de Che e da URSS. Pois, para ele,concluo, liberticidas não são os EUA, profundamente respeitadores dos direitos humanos, quer dentro quer fora de portas, uma sociedade paradisíaca, que em nome da Liberdade Infinita bombardeiam países que se lhes opõem, de que são exemplo as bombas nucleares sobre um Japão derrotado, em Hiroshima e Nagasaki, recado destinado a uma URSS vencedora e para continuar a campanha contra o bolchevismo empreendida por Hitler. Liberticidas não são os EUA, que impuseram um bloqueio económico a Cuba, tudo em nome da liberdade, da democracia e dos direitos humanos.
Os mesmíssimos EUA que com a actual UE apoiavam a "democracia orgânica" de Salazar, esse estrénuo defensor da Liberdade e baluarte da luta contra o "comunismo ateu", Talvez Cisco Assis devesse ter à cabeceira o "Canto e as Armas" ou a "Praça da Canção" do seu agora "camarada" Manuel Alegre, que escreveu um poema intitulado "Exílio" no qual afirma que vem dizer que não tem medo, pois a verdade é mais forte que as algemas.
"Venho dizer-vos que não tenho medo
A verdade é mais forte do que as algemas,
Venho dizer-vos que não há degredo
Quando se traz a alma cheia de poemas.
Pode ser uma ilha ou uma prisão
Em qualquer lado eu estou presente,
Tomo o navio da canção
E vou direito ao coração de toda a gente."
Podem escolher a versão musicada interpretada por Adriano ...
Letra e Música: Manuel Alegre, Luís Cília e Adriano Correia de Oliveira
Álbum: Adriano Correia de Oliveira (1967)
ou por Luís Cilia
Canção muito divulgada mas infelizmente não na versão do seu autor aqui apresentada, inserida no seu primeiro disco "Portugal Angola - Chants de Lutte" de 1964 e reeditada no LP "Meu País" de 1970. Esta canção conheceu a sua maior divulgação quando em Portugal Adriano Correia de Oliveira a divulgou já que eram proibidos os discos de Luis Cília. Belo e simples poema de Manuel Alegre.
OPINIÃO
Uma figura marcante
27 de Novembro de 2016,
Um pequeno documentário intitulado “PM”, da autoria de Sabá Cabrera Infante e de Orlando Jiménez Leal e produzido em 1961 em pleno processo revolucionário cubano, originou uma violenta polémica política que terminou com um celebre discurso proferido por Fidel Castro na Biblioteca Nacional. O discurso intitulava-se “Palavras aos intelectuais” e continha uma mensagem clara bem resumida naquela que se tornaria a sua frase com maior repercussão: “dentro da revolução tudo, contra a revolução nada”. Pouco tempo antes, no âmbito desse mesmo encontro, uma das maiores figuras da literatura cubana, Virgilio Piñera, havia pedido a palavra para pronunciar apenas as seguintes palavras: “quero dizer-vos que tenho medo”. Tinha razões para isso. Muitas coisas já se tinham passado desde a noite de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro de 1959. Nessa noite o ditador Fulgêncio Batista abandonara Cuba abrindo as portas para a vinda de um grupo de jovens libertadores. (...)
continua em https://www.publico.pt/2016/11/27/mundo/noticia/uma-figura-marcante-1752785
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