Escreve o jornalista:
O historiador foi perentório ao defender que a "única candidata que tem um projeto político claro nestas eleições é Marisa Matias".
"E fê-lo sem habilidades de circo, sem ter um terço escondido no bolso nem sermões e piscar de olhos para nenhuma confissão religiosa", ironizou ainda.
Rosas (BE) diz que Passos "fez muito bem em chamar à ordem a criatura" Marcelo
LUSA
O fundador do BE Fernando Rosas elogiou hoje Passos Coelho por chamar "à ordem a criatura" Marcelo Rebelo de Sousa ao dizer que é "verdadeiramente o candidato da direita", considerando desmobilizadora e convidativa à abstenção a posição do PS.
No discurso de um almoço da candidatura presidencial de Marisa Matias em Olhão, Fernando Rosas reagiu às declarações do presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que sábado defendeu que das eleições presidenciais deve sair alguém que se afirme com "independência e autonomia" e que possa colaborar com o Governo, sendo "esse alguém" Marcelo Rebelo de Sousa.
"Passos Coelho veio à liça chamar à pedra o candidato, lembrando a Marcelo Rebelo de Sousa o que ele verdadeiramente é: o candidato da direita que impôs ao país quatro anos de austeridade e de empobrecimento neste país", disse, considerando que o ex-primeiro-ministro "fez muito bem em chamar à ordem a criatura" Marcelo Rebelo de Sousa.
Na opinião do fundador do BE esta atitude de Passos "tira o chão às manobras e às habilidades do candidato Marcelo Rebelo de Sousa, aos seus malabarismos".
"É certo que o atrapalha, mas a intervenção de Passos Coelho clarifica as coisas. Onde está cada coisa em seu sítio e isso, do nosso ponto de vista, é muito bom que aconteça", justificou.
O historiador abriu as hostilidades à esquerda, sendo muito crítico com a ausência de apoio formal do PS a um dos candidatos do seu espetro político, sendo a primeira vez que não há esta indicação no partido.
"A forma como o PS encara as suas candidaturas não apoiando ninguém desmobiliza, convida à abstenção e abre o caminho a Marcelo Rebelo de Sousa para chegar com mais facilidade à Presidência da República", criticou.
Segundo Rosas, "a direita do PS impôs uma candidatura na altura em que a direção socialista se preparava para apoiar um dos candidatos e isso fez com que o outro, o primeiro candidato que se apresentou, tivesse ficado órfão do apoio do partido", referindo-se a Sampaio da Nóvoa.
"E assim o partido resolveu a coisa salomonicamente: não apoia ninguém. E os dois candidatos andam à guerra um com o outro para ver aquele que é mais apoiado ou não pelo partido", condenou.
O historiador foi perentório ao defender que a "única candidata que tem um projeto político claro nestas eleições é Marisa Matias".
"E fê-lo sem habilidades de circo, sem ter um terço escondido no bolso nem sermões e piscar de olhos para nenhuma confissão religiosa", ironizou ainda.
JF // SMA
Lusa/fim
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