quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

as praxes

Em meu entender a praxe agora institucionalizada e generalizada  terá a sua  origem na "secular" universidade de Coimbra, como "marca" distintiva dum período transitório até à integração na  "respeitável" ordem burguesa dos "doutores". Era a universidade então destinada a formatar"as consciências com  o ensino magistral e a  "sebenta", o sino da torre designado como a "cabra". Os eternos repetentes  e duxes eram os que se podiam arrastar anos a fio  pela universidade, colezccionando matrículas, possivelmente pk as famílias  lhes podiam "sustentar" a paradoxal "recusa" em serem burguesmente respeitáveis na sociedade burguesa.

Estas praxes não se alastraram às universidades de Lisboa e Porto, criadas após a 1ª República, contra o "monopólio" de Coimbra  e foram nesta extintas nos finais dos anos 60 do passado século, num tempo em que as associações de estudantes defendiam a participação activa e crítica destes na sociedade.

A relativa cultura de "solidariedade" estudantil foi substituída nos anos de Cavaco da proliferação das "privadas" de ensanduichar cursos de lápis e papel, pelo individualismo e pelo facilitismo; afinal as universidades da privada   estavam ali para"fazer"  dinheiro o que não se compadece com "exigência"  sob pena de falirem.

A "praxe" re-inventada e ressuscitada surgiria como  tentativa de "credibilizar" escolas que ficaram conhecidas pelas sucessivas cisões, escândalos de corrupção e "turbo-diplomados", uns com mais "sorte" que a maioria.  Uma eventual causa para o ressurgimento das praxes "castrenses", alargada às escolas públicas, residiria na generalização do acesso ao ensino superior depois de 1974  e da crescente "proletarização" dos "doutores", já  não a "elite" destinada a "chefiar" a sociedade burguesa, com  o "crescente"  esmagamento das impropriamente classes médias, sustentáculo e almofada na chamada "sociedade de consumo", hoje descartável.

Parece-me pois simplista e redutor "fundamentar" o seu "ressurgimento" num hipotético "estado social" que desde cavaco-pm sem esquecer os dois partidos comparsas foi destinado à extinção, acelerada pela  trio pedro paulo & aníbal sem esquecer o pepe tózé.

Quanto à não intervenção do Estado, levado ao limite, parece-me que desembocaria no  "liberalismo" das jotas do psd-cds, que defendem a liberdade de não estudar e a referenda de todos os direitos, mesmo dos consignados na Declaração Universal dos Direitos Humanos e diplomas complementares. Estarei enganado ?

http://5dias.wordpress.com/2014/01/30/mau-estado-e-praxes/

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