domingo, 22 de setembro de 2013

sobre o exercício do poder


  • 'aqueles que antes eram operários, ao tornarem-se governantes ou representantes do povo deixarão de ser operários, passarão a olhar para os operários do alto, não representarão o povo somente eles próprios.... quem duvida disso é porque não conhece a condição humana.'
    adam b. ulam
    • 3 pessoas gostam disto.
    • Adelino Chapa só os verdadeiros revolucionários conseguem manter a sua consciência de classe. Poucos, como se percebeu nas incursões socialistas pelo poder.
    • Jose Manangão Não concordo!
    • Adelino Chapa Estás no teu direito, a opinião é livre!
    • Ricardo Jorge Mateus Pina claro. não podemos estar todos de acordo. mas a história demonstrou algumas tristezas e quebra de expectativas. fomos criados nos mesmos valores, tudo depende da perspectiva que temos dos acontecimentos.
    • Jose Manangão Todos podemos e devemos evoluir, mantendo a consciência de classe.
    • Victor Nogueira E aqueles operários/as que ao serem despedidos/as das grandes unidades de produção desmanteladas com as indemnizações tornaram-se pequenos "empresários", artesãos de vão de escada ou biscateiros ao fundo do quintal, pequenos industriais, pequenos comerciantes, cabeleireiras, "consultores", donos de cafés e snacks, sujeitos à lógica capitalista se quiserem sobreviver, perdendo a sua consciência de classe, proletária, e tornando-se "pequeno-burguuses" infiltrados nas organizações operárias
      há 27 minutos · Editado · Gosto · 2
    • Ricardo Jorge Mateus Pina é mesma essa a questão: muitos que chegam ao poder perdem a consciência de classe.
    • Jose Manangão Também muitos que chegaram ao poder mantiveram a consciência de classe!
    • Adelino Chapa Desde que não consideres evolução, a assumpção de opções burguesas, mascaradas de modernidade. Podia dar-te vários exemplos se não desse tanto trabalho, mas basta reflectires acerca de algumas das tuas experiências pessoais, certamente que vais encontrar muitos exemplos de que o poder corrompe as pessoas e as suas convicções.
    • Ricardo Jorge Mateus Pina essa é uma questão actual e diga-se, quanto a mim, importante para definir a situação eleitoral do país, victor.
    • Adelino Chapa Tens poucos exemplos de gente que tenha conseguido manter a clarividência e a consciência de classe. Conheço muito poucos.
    • Jose Manangão Ao contrário; eu conheço muitos, porque não parto do princípio de que...a ocasião faz o ladrão!
    • Manuel Luciano Estou curioso...quem?? são esses muitos?..Caro Jose Manangão?
    • Adelino Chapa não é uma questão de ladrão, é mais complexo do que isso, as pessoas não precisam de ser desonestas para perder a consciência de classe, fazem-no sem se aperceberem e talvez com a melhor das intenções. Não estamos a falar de uma cambada de malandros que viveram décadas de luta à espera de uma oportunidade para trairam a sua própria consciência, essa seria uma interpretação simplista e simplória, o que está em causa é o comportamento humano.
    • Victor Nogueira Isso do "poder corrompe", sem mais, é uma frase feita idêntica à de "não te metas na porca da política". O poder não se exerce no vazio, exerce-se para alcançar determinados objectivos, antagónicos - os do capital e os do trabalho, p. ex., o da propriedade privada capitalista ou da propriedade social dos meios de produção, p. ex.. E a falta de verdadeiro controle sobre quem exerce e de como é exercido o poder político é uma das principais causas. O capital controla, mesmo sob aparência democrática, enganado, trapaceando, comprando consciências, iludindo, formatando a consciência social da maioria. Assim se explica que haja eleitores e candidatos provenientes dos espoliados que votam ou são candidatos pelo ps-psd-cds e nos sindicatos amarelos. 


      Os que exercem o poder - e não há maior poder que o da maioria, infelizmente alienada - podem tb começar a pensar qe estão a agir correctamente nos sindicatos, nas autarquias locais, valorizando a obra feita, o nº de votos, ,... e poderão por falta de consistência e de formação ideológicas acabar por interiorizar os esquemas de pensamento e de acção de quem dizem combater - a burguesia e o Capital.

      Mas se assim é, a "culpa" é do poder e da porca da política ou é de quem os escolhe e não fiscaliza, ficando-se pela abstenção, pela verborreia, pelas generalizações, pelo nojo ou pelos queixumes à mesa do café ou da taberna ?


      • Ricardo Jorge Mateus Pina a questão é constituinte victor. todos sabemos que a polis tem que ser organizada. mas tb. sabemos que o poder formatado ideologicamente leva a crenças que criam a separação (essencialmente a nível económico- que é tudo.) entre governantes e governados. claro que a questão é o poder e a influência que exerce sobre a condição humana. e é evidente que as pessoas são afectadas pelo exercício do poder.
      • Adelino Chapa Não tenho nada contra as frases feitas, quando eles transmitem alguma ideia que partilho. A minha experiência é a de observador do mundo em que vivo, não tenho nenhumas pretensões de conhecer mais do que ninguém, falo apenas sobre as coisas como as vejo e não porque são politicamente correctas. Ao longo de quase 30 anos a observar o trabalho de comunistas em várias autarquias, já tive oportunidade de assisrir a várias formas de exercício de poder e nem todas as práticas têm alguma relação com os conteúdos programáticos de um partido revolucionário.
      • Manuel Luciano Jose Manangão...eu não preciso de nomes nem de moradas...apenas fiquei curioso...mas já vi que que gosta de adivinhas...(risos).

      • Victor Nogueira Eu em formulações filosóficas sou um aprendiz mas qualquer formulação tem por detrás uma concepção do mundo e da sociedade. Não sei o que é a "condição humana", por si só. Há muitas "condições humanas" dentro da sociedade capitalista, p. exemplo. E se me ficar pela aparências ou pelo meu círculo restrito seguramente que me enganarei. Se é evidente que é o sol que gira em volta da terra, evidência que a ciência desmentiu, as evidências na análise social são muito mais perigosas e exigem muito mais prevenções.


        As revoluções fazem-se não com seres angélicos, "iluminatti", cheios de "purezas", divinos, mas com os homens e mulheres com as virtudes e defeitos do tempo e do lugar em que estão. É na realidade que se demonstra ou não a justeza das frases feitas. Naturalmente que os desvios da teoria, da prática e da accão revolucionárias devem ser combatidos. Mas como, de que modo e quem afere e corrige os desvios ? Cada um no alto da sua certeza e do seu "livre" pensamento ? Mas há "livre" pensamento ? Porque surge o "livre" pensamento ?
      • Jose Manangão Manuel Luciano, está a ver mal, porque não gosto de adivinhas, e menos ainda de adivinhões. (sem risos.)
      • Ricardo Jorge Mateus Pina segundo a tua área de estudos, e muito bem, penso que a condição humana é o ser social. é disso mesmo que falamos. o ser social. eu por acaso até defendo rousseau e o bom selvagem. o que afirmo é que o homem social alcançando o poder, mesmo em nome de ideologias igualitárias, altera a sua postura e distancia-se na prática daquilo que defendia.
      • Manuel Luciano Bem...já vi que você não é para brincadeiras...peço desculpa...não voltarei a incomodar os seus pensamentos introvertidos....mas a título de reparo...aqui discutem-se ideias/pensamentos....talvez esteja no lugar errado... até sempre
        há 9 minutos · Gosto · 1

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