quinta-feira, 17 de outubro de 2013

sobre o processo revolucionário e a manif de 19 de Outubro

Um processo revolucionário é um processo lento e não estilo "flash" e já está. É um processo que tem de considerar as condições objectivas e as subjectivas, e o grau de consciência social das massas. Sendo os processos eleitorais apenas um dos meios de aferição do graus de consciência social, pondo de lado a impossibilidade de saber se a abstenção significa conformismo e aceitação ou não da chamada "democracia" burguesa e se esse eventual “não” é sinal de resignação acomodatícia ou de atitude revolucionária, verifica-se que uma grande parte  do eleitorado, embora decrescente, continua a dar o seu voto de confiança aos partidos que prometem e não cumprem e que assinaram  omemorando com a troika a mando da banca nacional e transnacional - ps-psd-cds. Partidos esses que fogem cada vez mais de “eleições” e se recusam a denunciarem o tal memorando que lixa a esmagadora maioria.

Um processo revolucionário é lento, de transformações quantitativas até que se dê a necessária transformação qualitativa. Não é um processo instantâneo como sucede com o Nescafé ou a sopa de pacote. É um processo que implica avanços e recuos, muita luta e muita resistência ao desânimo.

É óbvio que o Governo (ps-psd-cds) e quem nele manda - os chamados "mercados", eufemismo atrás do qual se escondem os grandes grupos económico financeiros nacionais e transnacionais - não estão interessados na força organizada dos trabalhadores e dos explorados - que querem ou não a sua vidinha de volta mas sim ou não uma outra vida e outra sociedade - não estão interessados na sua luta organizada e persistente, não estão interessados na consciencialização social das massas e que estas de facto exerçam o seu poder.

Em todo este processo sobre a ponte, chovem as críticas, os ataques à CGTP e ao PCP. E cabe perguntar. O PS PSD CDS que a mando dos banqueiros assinaram o memorando com a troika mobilizaram ? Não. A UGT mobilizou ? Não ! A CGTP desmobilizou ? Não ! O PCP e o Bloco desmobilizaram ? Não.

A decisão da CGTP corta as manobras de intimidação e desmobilização feitas pelo Governo mais reaccionário desde o 25 de Abril.

A CGTP marcou a manif, tentou negociar com o Governo, este apresentou como alternativa a ponte vasco da gama, a cgtp recusou, o governo disse que a decisão final era da cgtp, esta manteve a travessia da ponte, o governo proibiu e a polícia estaria lá não para garantir a segurança mas para impedir a manifestação.

A CGTP manteve os seus objectivos estratégicos, mudou foi a táctica. Quais são esses objectivos? Renegociação da dívida e fim dos juros agiotas. Subordinação do deficit ao crescimento económico, aumento da Produção e da Riqueza e diminuição da dependência externa. Aumentos Salariais e das Pensões. Defesa das funções socias do Estado e da Administração Pública. Defesa do Serviço Nacional de Saúde, da Escola Pública e da Segurança Social. Combate ao Desemprego. Pelo Direito ao Trabalho com Direitos e à Negociação Colectiva.

Sendo isso que está em causa e  sendo isto que não é posto em causa, a quem serve a  campanha de terrorista do Governo e desmobilizadora de tantos críticos súbita e ciclicamente atingidos de orfandade, sejam adeptos do espontaneísmo das massas, sejam adepto da organização ? Se esta não lhes serve, então  porque não vão à luta fora do chapéu de chuva da CGTP e do PCP ou doutras organizações ? Porque desmobilizam ? A quem serve a desmobilização ?

. O PS PSD CDS que a mando dos banqueiros assinaram o memorando com a troika mobilizaram ? Não. A UGT mobilizou ? Não ! A CGTP desmobilizou ? Não ! O PCP e o Bloco desmobilizaram ? Não.  A CGTP manteve a manifestação e os seus objectivos.


Sábado veremos quem mobilizou. Na rua será dada a resposta.

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