sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Que pena, Edgar, uma crónica de Francisco Louçã e alguns comentários



7 de Janeiro de 2016, 10:33
Por Francisco Louçã



Que pena, Edgar




Victor Nogueira

7 Janeiro, 2016 às 17:39

É a Coreia do Norte uma ditadura ? É o monárquico Reino Unido uma democracia? E os republicanos EUA o que serão ? São defensáveis em democracia “instituições” como o Senado ou a Câmara dos Lordes ? A democracia “afirma-se” apenas em processos eleitorais de tantos em tantos anos baseados em condicionamentos à consciência dos eleitores e no show-business? A democracia existe quando toda a política tem como finalidade a protecção mais ou menos encoberta dos grandes senhores do dinheiro e donos disto tudo ? Há democracia sem pão, sem paz, sem habitação, sem educação, sem trabalho, sem direito à vida que não seja apenas respirar ? Na mesma altura na Arábia Saudita foram executados dezenas de opositores ao Regime e as mulheres não têm direitos enquanto Israel nuclear chacina impunemente os palestinianos. Que é na verdade uma democracia ? A dos “coronéis” não é seguramente a dos “sem-terra” e a democracia da minoria e ditadura para a maioria, mesmo que disso não tenham consciência.Há democracia em Portugal e na União Europeia? Se não há, porquê ? Como escreve Brecht nas Perguntas de um Operário Letrado “Tantas histórias / Quantas perguntas”

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Francisco Louçã

Francisco Louçã


7 Janeiro, 2016 às 19:06

Suponho portanto que não interessa se na Coreia do Norte não há direito de greve nem direito de formar um partido.



Victor Nogueira


7 Janeiro, 2016 às 21:11

Nada do que escrevi permite  concluir o que me “supõe”. E creio que o Louçã não reduz a aferição da “democraticidade” à mera existência de direitos à greve e a partidos políticos. Os Direitos Humanos são muito mais vastos. A existência/protecção da greve e dos partidos políticos na generalidade dos países da União Europeia é suficiente para considera-los democráticos ? Quais são os Direitos Humanos fundamentais ? pode ser uma questão. Resolvida esta, em que países esses direitos são protegidos e valorizados ? É relevante numa eleição presidencial o candidato – porquê este e não aquele ? — pronunciar-se se este ou aquele país é uma democracia ou uma ditadura? Sem esquecer que há candidatos mais ou menos ”rodados” /treinados no show-off e nos jogos de cintura. Para a “esquerda”, com vários candidatos, quem é o adversário ? A Marzia ? O Edgar ? O Marcelo ? Entre estes três, quais têm possibilidades de passarem a uma eventual 2ª volta, não vencendo logo à 1ª ? Nada se reflectiu sobre os processos que permitiram as eleições de Cavaco Silva ?

Nuno Calvet

7 Janeiro, 2016 às 23:09

O sr. Nogueira dá saltos de macaco na esperança de conseguir ter alguma razão que desculpe e esconda que a Coreia de Norte é uma anacrónica ditadura, truculenta e feudal que envergonha qualquer seguidor de um comunismo Marxista. Se, de facto, cada estado ocidental democrático tem faltas e desvios sociais a condenar e a corrigir, querer tapar os olhos às pessoas sobre a realidade norte-coreana evocando essas insuficiências e debilidades, é uma tentativa não só infantil como chega a ser hilariante.





Victor Nogueira


8 Janeiro, 2016 às 14:06

Exemplar a argumentação do Senhor Calvet, que treslê em conformidade com os seus preconceitos e duma concepção maniqueísta da realidade. Nos meus comentários não me pronuncio sobre a Coreia do Norte (nem do Sul). Limito-me a pôr uma série de interrogações. Mas a elas Calvet nada mais tem a opor senão o que diz serem eventuais “saltos de macaco” que me caracterizariam, talvez pretendendo achincalhar-me. Esteja calmo, Calvet, pois fazendo parte da mesma “humanidade”, também tem como antepassados os símios. Nada que deslustre qualquer de nós. E já agora, na sequência de perguntas “cirúrgicas” de certos entrevistadores, serão “democráticos” os processos de escolha do Presidente dos EUA ou do Rei/Rainha nas Monarquias “parlamentares”, designadamente no Norte da Europa ?



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Rui Jorge Martins

8 Janeiro, 2016 às 1:33

Francisco Louçã: sou comunista, membro do PCP, e não tenho dúvidas em dizer que a Coreia do Norte não é uma democracia de tipo ocidental, não tem eleições livres e, a coberto de uma herança heróica e vitoriosa de luta pela independência, contra o imperialismo, onde assumiu um papel relevante Kim il Sung, mantém um poder dinástico com o qual não concordo e que contraria princípios de democracia participativa inseparáveis do próprio conceito de socialismo. Agora, isso não me impede de perceber que o que está por detrás da crítica feita à Coreia do Norte é, a maior parte das vezes, uma caricatura que pretende pôr em causa, não aquele regime, mas os comunistas e a opção dos povos de derrubarem o capitalismo e construírem sobre os seus escombros uma sociedade diferente.

Tendo a reserva crítica que afirmei, também não tenho dúvidas em reconhecer que a Coreia do Norte defende princípios, com os quais concordo (se os aplica é outra discussão), de resposta universal às necessidades básicas da população –saúde, educação, cultura, entre tantos outros. Que naquele país o estado controla os meios de produção e a economia. Que eles defendem até às últimas consequências o direito de seguir o caminho que entenderem. E também não tenho dúvidas de que é por essas razões –por essa afirmação de independência e emancipação– que são tão atacados. Não por serem uma ditadura. Recordemos que os mesmos que lhes apontam o dedo por falta de democracia e monarquias comunista abençoam a Arábia Saudita ou Israel, absolvendo os seus crimes e tentam trazer para a UE a Ucrânia ou a Turquia onde se ilegalizam comunistas e se perseguem povos inteiros.

Só por inocência, má fé ou desconhecimento se pode achar que a luta contra a Coreia do Norte é sinceramente pela democracia. Ela é contra a construção do socialismo e, com isso nenhum comunista pode pactuar, pelo menos sem denunciar o cinismo e hipocrisia de tal processo.

O PCP sempre defendeu que, da mesma forma que não admitiu ingerências no caminho que decidiu para si em Portugal, também não avaliaria publicamente as opções de outros partidos comunistas e operários. Levou essa posição às últimas consequências, desde, no seu início, deixando de ser secção portuguesa da internacional comunista, até, no pós 25 de Abril, fazendo comícios de amizade com o PCI ou o PCE, partidos que afirmavam uma linha eurocomunista com a qual o partido estava completamente em desacordo. Mesmo conhecendo, e bem, processos com os quais não concordava nos países socialistas, o PCP sempre afirmou coerentemente que cabia aos comunistas e aos povos desses países alterar o que entendessem e construir o seu caminho.

Sendo esta a posição do PCP, conhecida, com que objectivo se coloca uma questão daquela natureza a Edgar Silva, sendo este membro do Comité Central, senão com a pretensão de criar um caso completamente lateral às presidenciais e ao debate político português?

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tripeiro


8 Janeiro, 2016 às 15:41

Tanta conversa para dizer coisa nenhuma e seguir a habitual linha das pessoas conotadas com o PCP: rodriguinhos, enrolar enrolar para fugir à questão (será genético entre os membros e simpatizantes do PCP?). A pergunta não era se a Coreia do Norte era uma democracia do tipo ocidental, mas sim se era uma ditadura, até porque, por definição, só há um tipo de democracia, que é aquilo a que chama do “tipo ocidental”. E então, Rui Martins, a Coreia do Norte é ou não uma ditadura? Para o caso de responder, não é preciso ocupar muita largura de banda pois não estamos a discutir a teoria da relatividade… a resposta é do tipo sim ou não.nnnnn



nnnNuno Silva


8 Janeiro, 2016 às 0:27

Ah… esqueci-me. E não vale a pena ir nessas histórias das URSS, Cubas, Coreias, e outros anti-comunismos primários, só para desviar meia dúzia de votos para a Mariza…

Essas tácticas já são velhas… 



Nuno Silva


8 Janeiro, 2016 às 0:15

Esta crítica generalizada da comunicação social contra Edgar Silva, não é justa. É um homem de resistência que conseguiu ser eleito num ambiente extremamente difícil, num clima de total domínio do PSD na Madeira, e a sua elite dos negócios com o orçamento.

É um homem simples. Um resistente e um lutador, e por isso a sua presença intimida.

Nem todos são talhados para a ribalta e para as televisões. Mas Edgar Silva foi talhado para líder, disso não tenhamos dúvidas. 



Nuno Calvet


7 Janeiro, 2016 às 23:09

O sr. Nogueira dá saltos de macaco na esperança de conseguir ter alguma razão que desculpe e esconda que a Coreia de Norte é uma anacrónica ditadura, truculenta e feudal que envergonha qualquer seguidor de um comunismo Marxista. Se, de facto, cada estado ocidental democrático tem faltas e desvios sociais a condenar e a corrigir, querer tapar os olhos às pessoas sobre a realidade norte-coreana evocando essas insuficiências e debilidades, é uma tentativa não só infantil como chega a ser hilariante.



Victor Nogueira


8 Janeiro, 2016 às 14:06

Exemplar a argumentação do Senhor Calvet, que treslê em conformidade com os seus preconceitos e duma concepção maniqueísta da realidade. Nos meus comentários não me pronuncio sobre a Coreia do Norte (nem do Sul). Limito-me a pôr uma série de interrogações. Mas a elas Calvet nada mais tem a opor senão o que diz serem eventuais “saltos de macaco” que me caracterizariam, talvez pretendendo achincalhar-me. Esteja calmo, Calvet, pois fazendo parte da mesma “humanidade”, também tem como antepassados os símios. Nada que deslustre qualquer de nós. E já agora, na sequência de perguntas “cirúrgicas” de certos entrevistadores, serão “democráticos” os processos de escolha do Presidente dos EUA ou do Rei/Rainha nas Monarquias “parlamentares”, designadamente no Norte da Europa ? 

http://blogues.publico.pt/tudomenoseconomia/2016/01/07/que-pena-edgar/




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